terça-feira, 16 de junho de 2020

[Foco no fosso] O IBOPE pode subir

Haroldo Barboza

As mídias pesadas (principalmente as TVs) que dão mais ênfase às notícias diárias, nesta época de pandemia estão reservando 20% para variedades, 30% anunciando as mortes acumuladas pelo Covid-19 (entrevistas com recuperados, quase zero) e 50% para debates políticos (o menos importante no momento).

Neste tema, o procedimento básico é: convidar um político qualquer (até aposentado que nada fez em suas gestões passadas) que seja adversário do governo federal e outro que seja alinhado com este.

O mediador (apresentador do programa) raramente solicita que ambos apresentem ideias úteis que possam ser adotadas para combater a epidemia e/ou ajudar na recuperação da economia propositalmente esfacelada. Nem como estabelecer processos que garantam a eficácia do uso dos recursos destinados a este combate.

O mediador procura esticar uma pauta abordando eventuais falhas em algumas etapas de um processo pelo qual nunca passamos para acirrar os ânimos entre os “oponentes”. E aí perdemos horas úteis derivando entre discutir se uma fala de uma reunião governamental pode provocar uma “revolução armada” ou se as passeatas (entre torcidas de futebol) programadas para a próxima semana devem ser realizadas numa avenida ou ao longo de uma praia. Melhor seria na porta de algum presídio. E para fechar com “chave de ouro” terminam os debates querendo saber sobre o futuro das eleições que só interessam aos parasitas que desejam meter as mãos no fundo eleitoral.

E o povo “extasiado” pelo aquecimento do debate, não sente o desperdício de tempo que daria à mídia, a oportunidade de exercer um papel preponderante a favor da sociedade, apenas realçando três assuntos básicos:

1)  Duas visitas diárias (mínimo de 30 minutos por vez) aos “hospitais de campanha” para conferir se os valentes profissionais da saúde estão bem protegidos e se as estruturas estão adequadas para os internados. Acoplar falas de enfermeiros que vivenciam o caos diário.

2)  Duas vezes por dia (mínimo de 1 hora por vez), relatar sobre novos escândalos de desvios de verbas e como os processos mais antigos estão sendo conduzidos.

3)  Duas visitas diárias (mínimo de 15 minutos por vez) em shoppings e assemelhados para conferir se os protocolos estão adequados e sendo seguidos por comerciantes e clientes. Enriquecidos por depoimentos dos que transitam nestas áreas, ao invés de burocratas de gabinetes.

Aposto que a audiência de um canal que se proponha a adotar esta conduta será triplicada em dois dias.
Título e Texto: Haroldo Barboza, 15-6-2020

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