quarta-feira, 28 de julho de 2010

A herança do Sr. da Silva

Como o Sr. da Silva gosta de dizer, “nunca antes neste Pais”, um Presidente se portou de forma tão inconveniente como se porta o próprio, disse tantas besteiras sobre todo e qualquer assunto sempre que falou de improviso, mentiu tanto e se engajou tanto em uma campanha política que não a própria.
E o triste é que não respeita leis nem os bons costumes, deixa-se fotografar em adiantado estado etílico, desrespeita tanto o idioma pátrio e se contradiz de maneira gritante, elogiando hoje o criticado no passado recente…
Mais: apoiou tanto e de forma tão ostensiva ditaduras e regimes que nada tinham que ver com a democracia.
Deixou funcionários de alto coturno do governo roubarem (até se pode dizer que apoiou fortemente e nunca penalizou) impunemente.
Deixou a seu sucessor uma tão séria e perigosa herança política, com dezenas de milhares de funcionários públicos incompetentes e desnecessários  a mais do que recebeu de seu antecessor, com grande número de obras inacabadas e com uma dívida interna monstruosa.
Finalmente, não obteve qualquer êxito em sua quase doentia perseguição buscando postos importantes em entidades internacionais, apesar de ter criado grande número de representações diplomáticas em países exóticos ou minúsculos.
Com certeza devo ter esquecido muita coisa!
Mas acredito que a listagem acima já é de arrepiar qualquer um. E, como escrevi no início, isso jamais tinha acontecido no Brasil.
Aliás, ainda acrescentaria algo bizarro, mas que dói em nosso coração: o Sr. da Silva permitiu que sua cônjuge Marisa Letícia mudasse um canteiro do jardim do Palácio da Alvorada para nele colocar, no centro, uma estrela do PT! Beleza! Como é beleza o vermelho no símbolo da Copa de 2014!
Não preciso mencionar, mas o farei, que a cor vermelha é a principal cor nos símbolos dos  países comunistas, o que o Brasil felizmente ainda não é...
Para um cidadão como eu, que nasceu, cresceu, foi educado, estudou e trabalhou sempre no Brasil, hoje já na quarta idade, isso é muito triste.
Jamais acreditaria que pudéssemos descer tanto!

Sempre acreditei que, com o passar do tempo, à medida em que o Brasil crescesse, a população então pobre e ignara melhoraria; seus conhecimentos aumentariam e, com isso, sua moralidade.
Isso, é claro, desde que o exemplo viesse de cima, de nossas autoridades do executivo, legislativo e judiciário. Que triste engano!
O executivo teria como exemplo maior a Presidência da República; o legislativo já foi povoado de mentes brilhantes e sérias. Hoje tem como exemplo a turma do mensalão... E o judiciário certamente já foi muito melhor do que hoje!
Imagino como devem estar desiludidos e desanimados os ainda bons servidores, e há muitos, mas não mais a maioria.
Devemos nos perguntar: para o que aponta o futuro?
Para dias piores, com certeza.
A tão decantada bolsa-família está permitindo que milhões de brasileiros comam e comprem mais. Mas, simultaneamente, está levando-os a não quererem trabalhar (e já houve uns tantos casos no Brasil) pois, se qualquer membro da família tiver uma renda, ainda que pequena, o bolsa-família acaba.
O esforço de governos anteriores em privatizar empresas que, comprovadamente, dirigidas por capitais privados crescem  (no Brasil, vejam-se Cia. Siderúrgica Nacional, Usiminas, Açominas, Cosipa, para mencionar apenas as maiores siderúrgicas, Vale do Rio Doce, Embraer e tantas outras), está sendo constantemente torpedeado pelo sindicatos.
E devemos impedir, de todas as maneiras, que as antigas empresas estatais sejam re-estatizadas.
Ah, sim, as emblemáticas Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal continuarão lá. Apesar de todas as insinuações ao contrário, ninguém ainda  pensou em privatizá-las.
Bem, já mencionei as “heranças” que o Sr. da Silva deixará.
Se a herdeira for a Sra. Rousseff (o nome vem como um exercício de memória; espero sinceramente que o Brasil não seja adicionalmente penalizado!!!), estou certo que teremos mais do mesmo que tivemos nos oito anos anteriores); se o herdeiro for o Sr. José Serra, terá um trabalho hercúleo e insano para “navegar” no mar de lama que encontrará; estou bastante esperançoso de que seja eleito e certo de que vencerá o desafio de desmanchar tudo o que o Sr. da Silva deixou de errado.
Mais: o Sr. Serra trará de volta à Presidência da República a seriedade e a moralidade que a Presidência da República tem que ter. O “oba, oba”, certamente não existirá.
Os veículos da Presidência não mais farão viagens para transportar os animais de estimação de Sr. Serra, se é que os tem. Os jatos da FAB não mais transportarão familiares do Sr. Serra para participarem de convescotes familiares ou não!

Peter Wilm Rosenfeld
pwrosen@uol.com.br
Porto Alegre (RS), 28 de julho de 2010

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