quinta-feira, 22 de julho de 2010

Obras do Sr. da Silva...



Estamos a poucos meses do fim do longo mandato de oito anos do Sr. da Silva.
É hora de perguntarmos quais as obras que pretendia executar, antes dos famosos Planos de Aceleração do Crescimento e depois do lançamento dos mesmos. 
Claro que não sei pormenorizadamente o que pretendia realizar e o que foi realmente feito por esse Brasil afora. 
Mas, pelo que sei das regiões Sudeste e Sul, acrescido de Brasília, dá para ter uma idéia de como deve ser no restante do País. 
Confesso que não é nada animador. Vejamos. 
A ligação entre as duas regiões que mencionei, somando-se, ainda, a Capital Federal,  se dá por rodovia, ferrovia, pelo mar e pelo ar. 
Começando pelo ar, sabemos que nenhum (nenhum é zero mesmo !!) aeroporto está em condições de suportar o tráfego atual, oferecendo um mínimo de conforto e um nível aceitável de segurança aos usuários e aos operadores. 
Esse problema chegou a tal ponto que o Presidente da CBF, Sr. Ricardo Teiixeira, em sua apresentação do Brasil como sede do Campeonato Mundial em 2014, afirmou que o Brasil tinha três problemas principais: “Aeroportos, aeroportos e aeroportos”! 
Disse-o para que o mundo inteiro o ouvisse e soubesse. 
A Infraero, que tem o monopólio da operação dos principais aeroportos do País, sempre foi um antro de corrupção e de favorecimentos espúrios. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) nunca fez o que deveria. O resultado dessa desídia só poderia ser o mencionado pelo Sr. Teixeira. 
Exatamente o mesmo vale para os portos. O único em que está havendo alguma obra de ampliação é o porto de Rio Grande (RS), tendo como objeto maior dos trabalhos a instalação de um centro de construção naval, voltado maiormente para a construção de plataformas para a indústria petrolífera. 
O item construção naval no Brasil merece um artigo especial, devendo ser mencionado agora que espero que não se incida no mesmo erro em que incidiu o governo do Gal. Geisel, que queria tornar o Brasil um dos grandes pólos de construção naval do mundo. Por razões conhecidas, deu vergonhosamente com os burros n’água (com o perdão pelo uso dessa expressão...). 
Mas em termos de melhoramento da operação portuária, nada foi feito!


O setor ferroviário está sendo trabalhado principalmente pela iniciativa privada, com ênfase no transportes de cargas. Nada foi feito visando ao transporte de passageiros.
Ah, sim, há poucos dias, com toda a pompa, o Sr da Silva lançou o edital para a construção de uma linha férrea para operação de trens-bala entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. 
“Pretende” que já esteja operando em 2014! O custo ? Ah, já é estratosférico e o avanço nos dinheiros da viúva nem começou ainda! 
E mais uma coisa: essa obra redentora foi idealizada e planejada pela candidata do Sr. da Silva a sua sucessão (perdão pela falta da crase, mas meu professor de português, Sr. João Henrique Fassina, ensinou que antes de pronome não se deve usar crase...). Nosso PresiMENTE disse-o em público, afrontando a lei eleitoral, como costuma fazer! 
Finalmente o último dos meios de transporte normalmente usados, o rodoviário. 
As rodovias ligando o centro do País ao Sul são principalmente a BR 116 e a BR 101. 
As obras de duplicação da primeira dessas rodovias, de São Paulo a Curitiba, estão atrasadas em mais de um ano, por todas as razões que possam ser imaginadas! A razão principal, como seria fácil de prever, é a falta de planejamento adequado. 
Não houve a prospecção necessária, com a conseqüência de interrupções freqüentes nos trabalhos. 
Exatamente o mesmo problema está se verificando nas obras da BR 101, com atraso que já é maior do que dois anos! 
Nem me atrevo a tentar calcular os custos adicionais desses atrasos. Certamente atingem muitos milhões de reais. 
Fora das duas Regiões sobre as quais teci alguns comentários, penso que vale a pena mencionar a famosa transposição das águas do Rio São Francisco. 
Projeto e obra sobre os quais se discutiu muito, com inúmeros argumentos pró e contra. 
Não me atrevo a entrar no mérito. Sabemos que o problema da seca no Nordeste é muito sério, ainda mais porque agravado com a criminosa atividade da “indústria da seca”. 
Essa indústria já era um problema quando nossos  avós eram jovens... 
Jamais foi combatida e, por isso, continua sendo uma praga. Praga não extinta, certamente. Que já consumiu muitos milhões de cada uma das moedas que existiram no Brasil nesses últimos 150 anos pelo menos!!!

Peter Wilm Rosenfeld
Porto Alegre, RS, 21 de julho de 2010

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