Mais de metade dos inquiridos diz que a economia nacional regrediu com a entrada em circulação da moeda única. Ainda assim, os portugueses acreditam no projecto europeu
Mais de metade dos portugueses acredita que a adesão ao euro produziu efeitos negativos na economia nacional. A conclusão foi ontem divulgada na edição de 2010 do estudo Transatlantic Trends, que mostra que o sentimento de descontentamento existente em Portugal em relação ao impacto da moeda única é partilhado pela maior parte dos cidadãos dos restantes países da Zona Euro.
Questionados sobre os efeitos da introdução do euro em Portugal, 52% dos inquiridos no nosso País revelou considerar que esta se tratou de uma medida nociva para a evolução da economia nacional, revelam as conclusões do inquérito realizado em 11 países europeus, cujos resultados pormenorizados serão hoje apresentados na Fundação Luso-Americana (FLAD), em Lisboa.
Elaborado através de uma parceria da German Marshall Fund dos Estados Unidos, da Companhia di San Paolo e FLAD, o Transatlantic Trends 2010 revela que o sentimento dos portugueses é também o de 60% dos franceses e de 53% dos alemães e espanhóis. Dos países que integram a Zona Euro, apenas holandeses e eslovacos consideram que a entrada no euro foi positiva para a economia dos seus países.
Embora considerem que a adesão ao euro foi negativa em termos de desenvolvimento económico do País, mais de dois terços (69%) dos portugueses inquiridos acredita que o facto de Portugal ser membro da União Europeia (UE) tem sido uma mais-valia no crescimento da economia nacional. O sentimento positivo de pertença à UE dos portugueses é apenas ultrapassado pelos holandeses e polacos (75%).
Numa altura de crise como a que atravessam a maioria dos países, 70% dos inquiridos no nosso País considera que esta crise deve ser aproveitada pelos principais líderes europeus para assumir "um maior compromisso na construção de uma União Europeia mais forte".
Ainda sobre a crise, o Transatlantic Trends 2010 conclui que os portugueses estão entre os que mais sentiram as dificuldades económicas destes tempos. De acordo com o inquérito, 78% dos participantes admitiu que a crise afectou negativamente a sua vida, uma percentagem apenas ultrapassada pelos resultados do inquérito na Roménia (89%) e na Bulgária (84%).
No que diz respeito à actuação dos governos para regular o funcionamento dos mercados financeiros, 85% dos portugueses é apologista da intervenção directa do Estado nesta matéria, como forma de prevenir a ocorrência de novas crises.
João Cristóvão Baptista, Diário de Notícias, 16-09-2010
Será mesmo que foi negativa??
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