Peter Wilm Rosenfeld
Mais uma vez referir-me-ei a mais de um tópico. Há tantas coisas a ponderar, analisar, comentar, que precisaria de mais do que um artigo por semana.
Então, vamos lá:
Apagões – Mais uma vez, a Sra. Rousseff quer afirmar que o “black-out” que escureceu vários estados do nordeste há dias não foi um apagão. Seu ridículo Ministro de Minas e Energia, imposto ao governo pelo triste Sr. Sarney, afirmou que tinha sido, apenas, uma interrupção temporária de energia; nunca um apagão. E a Sra. Presidente referendou essa explicação.
Seria muito útil se ambos, a Sra. Rousseff e o Sr. Edison Lobão, dessem uma pesquisada nos dicionários. O Houaiss ensina que apagão é sinônimo de blecaute que significa falta temporária de luz. Por coincidência, o Aurélio tem o mesmo entendimento... Estranho, não? E quando houve um apagão ainda no governo do Sr. da Silva, a então Ministra-Chefe da Casa Civil deu uma “espinafrada” em uma jornalista (“minha filha, você está confundindo as coisas; não houve apagão. Houve uma queda de luz por motivos técnicos...”, ou algo assim!!). Que triste!
Pergunto: por que mentir? Por que não reconhecer que houve um problema, que afetou grande parte do Brasil?
Quando, no governo do Sr. F.H. Cardoso, houve uma brutal estiagem e os reservatórios de água das hidrelétricas ficaram perigosamente baixos, o próprio Presidente foi à televisão e em cadeia nacional explicou a causa e que, como conseqüência, haveria racionamento.
INCOMPETENTES, clamou o PT, como se o governo tivesse domínio sobre a natureza. E agora, mais uma vez, o que é o governo ? Explico: ele tentou ser ilusionista, mas ainda não chegou lá! Em compensação, como já disse, foi mentiroso!
Ilustração: Ique |
SR. JOSÉ SARNEY – Não chamarei o Sr. Sarney de velho pois temos a mesma idade e eu ainda não me julgo velho...
Mas de onde sai a força que tem esse Senhor para dominar, completamente, o setor energético brasileiro, colocando em postos-chave pessoas de sua confiança?
Será que ele conhece podres de tanta gente?
E é sabido que os cupinchas do Sr. Sarney estão lá para tirar proveito dos grandes negócios movimentados por essas empresas. É claro e seria estranho se não fosse assim, a “famiglia” Sarney tira grande proveito ($$) disso. E é assim que essa família infelicita o Estado do Maranhão, que conseguiu transformar no mais pobre do País, há algo como 50 anos, e está fazendo mal ao Brasil!!
Ideli Salvati, foto: Agência Senado |
PESCA – Sabida e lamentavelmente, a frota pesqueira do Brasil é majoritariamente artesanal, com barcos pequenos, pouca autonomia e sem maiores instalações para congelamento do produto de seu trabalho.
Em compensação, os japoneses são detentores de uma frota com enormes embarcações, que podem pescar em qualquer parte, retornando ao Japão quando estiverem carregados. Isso permite que estejam em todos os mares, operando inclusive em águas territoriais de outros países. Trata-se, realmente, de uma operação deletéria. Até há poucas semanas, o Brasil jamais havia permitido que barcos estrangeiros operassem pescando em nossas águas territoriais. Não mais.
A Ministra da Pesca, Sra. Ideli Salvatti, do PT, para tristeza dos pescadores brasileiros, autorizou há poucas semanas que embarcações japonesas, sem tripulação brasileira operassem em nossas águas territoriais! O que significa isso? Significa o fim da indústria pesqueira brasileira, principalmente a de alto mar. Ela será simplesmente estraçalhada pelos pesqueiros japoneses.
O que faria o PT se um governo de um partido de oposição autorizasse isso? O Poder Executivo seria massacrado, estraçalhado, pelo PT.
Esse triste partido, que de brasileiro não tem nada, foi contra tudo de correto, de bom para o País, que outros governos tentaram fazer!
Essa atitude começou com a Constituição Federal de 1988, que o PT se recusou a assinar. Com muito esforço e muita conversa o Sr. Ulysses Guimarães acabou conseguindo que os parlamentares do PT a assinassem.
Foi contra o Plano Real, sem o qual o Brasil teria sucumbido. Foi contra as Agências Reguladoras, que acabaram sendo criadas e estavam desempenhando seu papel, até quando o Sr. da Silva assumiu o governo! Agora, são dominadas por políticos, que nada entendem de outra coisa senão a de se locupletar.
Foi contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e contra tudo aquilo de bom que o governo do Sr. F.H.Cardoso propôs e que, felizmente em muitos casos, conseguiu aprovar (com muitas barganhas e compensações, é verdade).
E ainda há pouco, no último dia de seu governo, o Sr. da Silva resolveu não cumprir o tratado de extradição que o País tem com a Itália.
Que triste foi essa figura que (des)governou o Brasil durante oito longos anos.
Só teremos uma real idéia de quão grande foi esse mal daqui a alguns anos, quando os malefícios começarem a ser conhecidos e, principalmente sentidos, em toda sua extensão!
Exceto a economia, na qual o que havia sido feito felizmente não foi revogado, em todos os demais setores houve uma visível, notável e dramática piora. Saúde, instrução (educação), infra-estrutura e em todos os demais setores, essa deterioração ocorreu.
Alguns setores que poderíamos chamar de burocráticos melhoraram.
O sistema eleitoral, apesar de grandemente questionado, certamente melhorou. O cidadão não mais precisa enfrentar horas de fila para votar nem esperar longas semanas para conhecer o resultado. Da mesma maneira, uma segunda via do título eleitoral é entregue em poucos minutos, mesmo que seja em outro estado da suposta “Federação”.
Muitos serviços já estão “on-line” nacionalmente (apesar disso, a quantidade de funcionários públicos cresceu barbaramente!)
Enfim, a Presidente Rousseff recebeu uma herança violentamente maldita. Veremos como conseguirá lidar com ela!
Peter Wilm Rosenfeld
Porto Alegre(RS), 09 de fevereiro de 2011
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