Helena Garrido
No último mês, três empresas e
o Estado português conseguiram crédito nos mercados financeiros. É o regresso
aos mercados, lentamente, a (única) boa notícia deste Outono marcado pela má
notícia de pagarmos muito mais impostos em 2013. Uma realidade a revelar que a
credibilização externa do País está a ser conquistada, mas que tudo se pode
perder se a economia não recuperar ou se a estabilidade política e social
estiver ameaçada.
Dia 10 de Outubro fica marcado
pelo dia em que a PT, uma empresa que ainda tem uma classificação de risco de
"lixo" (investimento especulativo), conseguiu ir buscar aos mercados
financeiros 750 milhões de euros por um prazo de cinco anos e meio à taxa de
6%. É a terceira empresa portuguesa a conseguir quebrar a parede que se tinha
erguido entre Portugal e os financiadores internacionais, a par com a própria
República Portuguesa.
A primeira empresa a financiar-se
no mercado desde que o País pediu ajuda externa, em Abril de 2011, foi a EDP.
Dia 14 de Setembro, a companhia eléctrica conseguiu um financiamento de 750
milhões de euros, a cinco anos, com uma taxa de juro de 5,875%. Pouco acima dos
5,625% que tinha pago em Fevereiro de 2011, pouco antes dos mercados se
fecharem para o País.
Se a história de financiamento nos mercados se tivesse ficado pela EDP, hoje não poderíamos estar a dizer que Portugal está a reconquistar a confiança dos mercados. Afinal, a companhia eléctrica portuguesa tem como accionista a poderosa "China Three Gorges" que conta com apoio da banca da China. Mas a seguir à EDP foi a Brisa, que pagou 7% por 300 milhões de euros a cinco anos e meio. Uma proeza, se considerarmos que a concessionária passou (e está a passar) por um complexo processo de recuperação financeira.
Se a história de financiamento nos mercados se tivesse ficado pela EDP, hoje não poderíamos estar a dizer que Portugal está a reconquistar a confiança dos mercados. Afinal, a companhia eléctrica portuguesa tem como accionista a poderosa "China Three Gorges" que conta com apoio da banca da China. Mas a seguir à EDP foi a Brisa, que pagou 7% por 300 milhões de euros a cinco anos e meio. Uma proeza, se considerarmos que a concessionária passou (e está a passar) por um complexo processo de recuperação financeira.
A semana passada, dia 3 de
Outubro, foi a vez da República Portuguesa testar a sua capacidade de se
financiar no mercado a três anos. E passou no exame, conseguindo que 38% da
dívida de 9,6 mil milhões de euros que tem de pagar em Setembro de 2013 - já
sem dinheiro da troika - possa ser amortizada em 2015.
Com três empresas e o próprio
Estado a abrirem a porta que dá acesso ao financiamento internacional que, por
sua vez, viabilizará a saída da troika do País, estamos perante os primeiros
acontecimentos que nos permitem acreditar que há uma luz ao fundo do escuro
túnel em que estamos metidos.
Claro que o acesso da EDP, da
Brisa, da PT e do Estado aos mercados financeiros, que estavam fechados desde
Abril do ano passado, não moderam o aperto financeiro que vamos viver no
próximo ano e ainda menos confortam quem está sem emprego e sem perspectivas de
o encontrar.
Mas o acesso do País e das
empresas aos mercados financeiros neste Outono revela que é possível termos
sucesso neste programa de assistência financeira, como já tivemos em finais dos
anos 70 e no início dos anos 80 do século XX. E que poderemos mesmo não
precisar de mais dinheiro, o que significa que a troika estará fora do País em
2014.
Estamos a ultrapassar o
primeiro obstáculo, o da falta de financiamento externo, que nos obrigou a
pedir ajuda. Entrámos na segunda fase, a da recuperação da economia, a mais
difícil das batalhas, mas que será a que nos fará vencer a guerra.
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