quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Ciclo de opressão

Morsi terá que definir se fará ou não as mudanças verdadeiras que o Egito necessita...
Beatriz W. de Rittigstein
Por estes dias aniversaria a rebelião ocorrida no Egito que derrubou o regime opressivo de Muhammad Hosni Said Mubarak, após mais de trinta anos de ditadura.

De fato, o levante que levou para as ruas centenas de milhares de pessoas que pediam Democracia e um Estado de Direito, não deu frutos, pois o movimento foi arrebatado pelos islamitas radicais que, deixando de lado as aspirações de liberdade do povo egípcio, estão pondo em vigor outra forma de opressão ainda pior da que afligia o país, a do fanatismo religioso; por esse motivo, os egípcios reagiram com uma série de protestos e distúrbios que mostram uma grave crise.
Recentemente, o Ministro da Defesa, Abdel Fattah al-Sisi, advertiu que "os conflitos políticos, econômicos e sociais que sacodem agora o Egito, se constituem numa ameaça à segurança do país". E afirmou que as Forças Armadas são "o pilar sobre o qual se baseia o Estado", o que significa que a se seguir a frágil situação, os militares terão que tomar o poder, deitando por terra a possibilidade de uma evolução democrática.
Os membros da Irmandade Muçulmana, os Irmãos Muçulmanos, ganharam as eleições em 2011. Seu partido, "A Liberdade e a Justiça", lidera uma aliança de 11 agrupamentos islamitas, com Mohamed Morsi como presidente do país, figura que transita no sentido da imposição à força da “Lei Shaaria” – a lei do islamismo radical – e seu projeto de renascimento islâmico que tenta ser aplicada a todos os âmbitos da atividade social nacional; com esse objetivo tem admitido um texto constitucional amplamente totalitário e socialista, onde a democracia fica reduzida a praticamente nada e aparece como uma simples máscara para a dominação forçada das pessoas.
A mutreta de Morsi (*): ser eleito através de eleições típicas do sistema democrático de liberdades e de aspecto legal e a seguir despojá-lo de sua consistência até subvertê-lo inteiramente e transformá-lo num regime islamofascista nos moldes do regime iraniano. Mas, a mutreta não está dando resultado. Morsi terá que definir se continua pela via destrutiva ou conduz o país até as verdadeiras mudanças que os cidadãos reclamam. No primeiro caso, os egípcios terão que repetir a dose do remédio que tomaram para se livrar de Hosni Mubarak em 2011.Título e Texto: Beatriz W. de Rittigstein, para o jornal venezuelano ‘EL UNIVERSAL
Tradução: Francisco Vianna
(*) Mohamed Mohamed Morsi Issa al-Ayyat (de El-Adwah, Província de Xarqia, nascido em 20 de agosto de 1951) é um político do Egito e, desde 30 de Junho de 2012, o primeiro presidente civil e primeiro ativista islâmico eleito do seu país. Desde 30 de abril de 2011 ele é o presidente do Partido da Liberdade e da Justiça, partido político fundado pela Irmandade Muçulmana após a Revolução Egípcia de 2011.

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