As palavras destemperadas de
Cristina Kirchner assinalam que as vítimas é que foram as culpadas.
Beatriz W. de Rittigstein
Em fins de janeiro, com grande
alvoroço, Cristina Kirchner anunciou que a Argentina assinou um ‘Memorando de
Entendimento’ com o Irã sobre a questão do atentado terrorista à AMIA.
Na verdade, esse dito pacto é
inútil porque é inconstitucional; e longe de resolver o caso, confere
impunidade ao regime islamofascista dos aiatolás, que espalha o terror pelo
mundo a fora; prova disso é que, após árduas investigações, as autoridades
búlgaras imputaram ao Hezbollah, braço armado do “jihad” iraniano, o crime
cometido em Burgas, em 2012.
Os porta-vozes iranianos
contradizem as acusações da justiça do governo argentino e mais as respostas de
Timerman aos dirigentes comunitários. Em especial sobre a prevalência da lei
argentina, inadmissível para o Irã; e a impossibilidade de se interrogar os
iranianos acusados pelo atentado.
Timerman expressou seu mal-estar
pelo pedido de explicações de Netanyahu. Além disso, emitiu um comunicado no
qual se recusa a dar razões, uma vez que o atentado no envolveu nenhum cidadão
israelense, embora tenha causado a morte de muitos judeus.
Nesse ponto o chanceler
argentino ou se equivoca ou comete uma verdadeira traição à sua etnia, pois ele
é também um judeu como as vítimas do atentado, e ele parece esquecido de que,
dois anos antes do ataque à AMIA, houve um atentado semelhante que destruiu a
embaixada de Israel em Buenos Aires, que até hoje permanece não resolvido e há
fortes razões para se crer que os autores sejam da mesma origem.
Se esse primeiro atentado
tivesse sido resolvido a tempo e a hora e o estado argentino tomasse as medidas
adequadas ao caso, a tragédia da AMIA provavelmente não teria ocorrido.
Por sua vez, a senhora
Kirchner despejou suas baterias contra a comunidade judaica, pelo fato desta se
negar a apoiar um pacto que favorece e perpetua a impunidade. Suas palavras
destemperadas assinalam as vítimas como se fossem as culpadas, alinhando-se com
os que negam o Holocausto nazista, pregam o ódio aos judeus e desejam varrer
Israel do mapa e, para tanto, perpetram atos terroristas contra os judeus em
todo o mundo.
Na sua ânsia de concentrar
mais poder em suas mãos, esse embate mostra um abusivo propósito do governo
kirchnerista de amedrontar a mais alta magistratura do país e proceder sua
manipulação, o que esconde intenções doentias e antidemocráticas.
Título e Texto: Beatriz W. de Rittigstein, EL UNIVERSAL, Venezuela, 19-02-2013
Tradução: Francisco Vianna
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