quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Eternizando a impunidade

As palavras destemperadas de Cristina Kirchner assinalam que as vítimas é que foram as culpadas.
Beatriz W. de Rittigstein


Em fins de janeiro, com grande alvoroço, Cristina Kirchner anunciou que a Argentina assinou um ‘Memorando de Entendimento’ com o Irã sobre a questão do atentado terrorista à AMIA.
Na verdade, esse dito pacto é inútil porque é inconstitucional; e longe de resolver o caso, confere impunidade ao regime islamofascista dos aiatolás, que espalha o terror pelo mundo a fora; prova disso é que, após árduas investigações, as autoridades búlgaras imputaram ao Hezbollah, braço armado do “jihad” iraniano, o crime cometido em Burgas, em 2012.
Os porta-vozes iranianos contradizem as acusações da justiça do governo argentino e mais as respostas de Timerman aos dirigentes comunitários. Em especial sobre a prevalência da lei argentina, inadmissível para o Irã; e a impossibilidade de se interrogar os iranianos acusados pelo atentado.
Timerman expressou seu mal-estar pelo pedido de explicações de Netanyahu. Além disso, emitiu um comunicado no qual se recusa a dar razões, uma vez que o atentado no envolveu nenhum cidadão israelense, embora tenha causado a morte de muitos judeus.
Nesse ponto o chanceler argentino ou se equivoca ou comete uma verdadeira traição à sua etnia, pois ele é também um judeu como as vítimas do atentado, e ele parece esquecido de que, dois anos antes do ataque à AMIA, houve um atentado semelhante que destruiu a embaixada de Israel em Buenos Aires, que até hoje permanece não resolvido e há fortes razões para se crer que os autores sejam da mesma origem.
Se esse primeiro atentado tivesse sido resolvido a tempo e a hora e o estado argentino tomasse as medidas adequadas ao caso, a tragédia da AMIA provavelmente não teria ocorrido.
Por sua vez, a senhora Kirchner despejou suas baterias contra a comunidade judaica, pelo fato desta se negar a apoiar um pacto que favorece e perpetua a impunidade. Suas palavras destemperadas assinalam as vítimas como se fossem as culpadas, alinhando-se com os que negam o Holocausto nazista, pregam o ódio aos judeus e desejam varrer Israel do mapa e, para tanto, perpetram atos terroristas contra os judeus em todo o mundo.
Na sua ânsia de concentrar mais poder em suas mãos, esse embate mostra um abusivo propósito do governo kirchnerista de amedrontar a mais alta magistratura do país e proceder sua manipulação, o que esconde intenções doentias e antidemocráticas.
Título e Texto: Beatriz W. de Rittigstein, EL UNIVERSAL, Venezuela, 19-02-2013
Tradução: Francisco Vianna

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