quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Para lamentar

Segue o artigo desta semana.
Não requer qualquer esclarecimento; foi com tristeza que o redigi.
Grande abraço a todos
Peter Rosenfeld


Para lamentar
Por motivo de viagem para uma causa nobre (o casamento de meu filho!), tive que atrasar em um dia a elaboração e a distribuição do presente texto. Tenho a certeza de que minhas desculpas pelo atraso serão aceitas por todos...
E é triste, muito triste e deprimente (para lamentar mesmo) o que tenho de comentar, sobre o parlamento brasileiro. Há um ditado muito antigo que diz que a verdade sempre surgirá, mesmo que tarde e que, com a mentira revelada, surge o bem triunfando sobre o mal. Ainda que assim devesse ser, o Brasil passou ao largo desse ditado. E isso não é de tempos recentes.
O grande e celebrado Rui Barbosa já havia constatado isso e, desolado, proclamou sua famosa frase:
De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra; de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto!”
Que o Congresso Nacional tenha elegido os presidentes do Senado da República e da Câmara dos Deputados que elegeu, é sinal de que ambas as casas do  Parlamento, hoje muito mais para lamento, envergonham a República Federativa do Brasil. Nenhum dos dois tem, atualmente, um currículo da vida, ambos são donos de extensas “folhas corridas”, como são designados esses documentos por nossas polícias.
O cidadão (será que merece ser chamado de “cidadão”?) eleito para presidir  o Senado Federal teve que renunciar às pressas, há poucos anos, a fim de não ter seu mandato cassado pelo próprio Senado! Além disso, tem pendências com a Receita Federal!
E o eleito para presidir a Câmara dos Deputados já está em seu décimo ou décimo segundo mandato, sendo certo que nesse período todo não honrou esse mandato, não representou condignamente seu estado natal e seus eleitores.
Curiosamente, ambos são nordestinos, e o Nordeste brasileiro tem sido muito mal representado nesses anos em que está vigorando a Constituição atual.
Aliás, isso me faz lembrar de um cartaz afixado nas duas casas do Congresso e por toda a Capital Federal nos anos de 1987/88, quando a então Assembléia Nacional Constituinte estava elaborando a chamada Carta Magna.
Proclamava o indigitado cartaz:
Norte, Nordeste, Centro Oeste: unidos, jamais seremos vencidos.
E assim aconteceu.
Enquanto os estados mais populosos estão numericamente sub-representados em termos de Câmara Federal, em que a representação deveria refletir rigorosamente a quantidade de eleitores (o que não ocorre), as três regiões acima têm ampla maioria no Senado Federal, já que há muito mais Estados nessas regiões do que nas regiões Sul e Sudeste.
É lamentável, repito.
Em meus 81 anos de vida, tendo votado em cada e em todas as votações realizadas após meus anos de menino e de rapaz, nunca me senti tão mal em relação à política como nos últimos anos em que “reinaram” os Sarneys (Maranhão)   os da Silva (Pernambuco) e os Collor e  Calheiros (Alagoas) da vida.
E essa situação continuará, em termos de Parlamento, por mais uns tantos anos, graças à mentalidade expressa naquele cartaz de 1987, transcrito acima!
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre (RS), 07.02.2013

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