quarta-feira, 12 de junho de 2013

A instrumentalização política dos professores

Ramiro Marques
A instrumentalização política dos professores por parte dos sindicatos comunistas e grupos de extrema-esquerda segue o seu caminho. O ambiente que se vive nas escolas assemelha-se aos tempos do PREC. Os neopides fazem o cerco aos colegas que não fazem greve. Intimidam. Vigiam. Marcam os não grevistas. O ambiente que se vive nas escolas não deixa espaço para a serenidade, tranquilidade, tolerância e respeito. Os piquetes, formados por neopides, sindicalistas e militantes da extrema-esquerda, ajustam contas. O ambiente é de cortar à faca. Há medo. As escolas estão temporariamente nas mãos de grupos totalitários que, se não forem travados a tempo, são capazes de intimidarem e perseguirem quem se lhes opõe.


Não foi por acaso que o PCP e a CGTP marcaram uma greve geral para o dia 27 de junho. É o dia com mais exames. Estão marcados os exames de matemática dos 6º e 9º anos. O objetivo é impedir que as escolas abram portas com a justificação da falta de segurança. Basta que meia dúzia de contínuos faça greve para que o espantalho da insegurança seja levantado pelos sindicatos que, neste particular, têm o apoio de uma parte dos diretores socialistas e comunistas. Já vimos esse filme muitas vezes. Dessa forma, poderão mascarar a fraca adesão à greve geral. Os comunistas e a extrema-esquerda preparam uma enorme mistificação para o dia 27 de junho e contam com a instrumentalização política dos professores. Com as escolas fechadas e exames de matemática dos 6º e 9º anos por realizar, a abertura dos telejornais será centrada nas escolas e nos transportes públicos, ignorando o fracasso da greve geral no resto do país.
A greve aos exames tem como objetivo tapar o fracasso da greve geral. Os alunos, feitos reféns dos professores, são as principais vítimas. Os comunistas e os grupos de extrema-esquerda estão como peixe na água no meio da dramatização e da confusão. Têm séculos de experiência nessa matéria.
O Governo capitaliza apoio popular com estas greves. Se for firme, se não ceder à chantagem, a ação do Governo será vista com simpatia pelos portugueses que olharão para o Governo como o garante do direito das crianças e jovens a ser avaliados e a realizar os exames. Os professores sairão delas enfraquecidos, desrespeitados e sem autoridade.
O Governo não deve descartar nenhuma opção, incluindo a requisição civil. Ceder à chantagem seria visto como fraqueza. Para o Governo merecer o respeito dos portugueses tem de enfrentar estas greves com a firmeza de quem tem por missão defender o interesse público.
A firmeza do Governo face às greves aos exames deve ser acompanhada de um sinal forte de que está empenhado em pôr fim ao monopólio estatal sobre as escolas. O poder de chantagem dos sindicatos é resultado do monopólio estatal sobre as escolas, da hiper-regulamentação e da centralização. Acabe-se com o monopólio e com a hiper-regulamentação e o poder dos sindicatos cai como fruta seca. A altura é boa para a privatização das escolas da Parque Escolar e para a concessão a privados da gestão das escolas estatais que se mostrem incapazes de ultrapassar os resultados medíocres.
A liberdade de escolha das escolas pelas famílias tem inúmeras vantagens: enfraquece o poder de chantagem dos sindicatos, permite reduzir o poder dos burocratas sobre as escolas, diminui o poder dos comunistas e da extrema-esquerda na educação, introduz competição no sistema e elimina as escolas medíocres.
Título e Texto: Ramiro Marques, 11-06-2013, no blogue “ProfBlog. De vez em quando, uma história nova


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