terça-feira, 22 de outubro de 2013

O leilão do Campo de Libra

Petrobras, Total, Shell, e petroleiras chinesas vão explorar a maior reserva de petróleo do Brasil, num negócio que seria “da china”, mas que vai ser bem mais do Brasil. DIZER QUE ISSO É UMA 'PRIVATIZAÇÃO' DA PETROBRAS, INFELIZMENTE, É UMA GRANDE DOSE DE EXAGERO, POIS CONTINUA SENDO EM GRANDE PARTE CAPITALISMO DE ESTADO.
Francisco Vianna

O Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (segundo à esquerda), e membros das petroleiras chinesas CNPC, CNOOC, da francesa Total e da anglo-holandesa Shell, confraternizam após a licitação para a exploração da maior jazida de petróleo até agora descoberta no Brasil. Foto: Antonio Lacerda/EFE
A maior reserva petrolífera do Brasil, o campo de Libra, será explorado por um consórcio integrado pela estatal PETROBRAS (40 por cento), pela Shell e TOTAL (20 por cento cada uma) e as estatais chinesas CNPC e CNOOC (10 por cento cada uma), anunciou anteontem, segunda-feira, a Agência Nacional do Petróleo (ANP), uma agência reguladora do estado brasileiro.

O consórcio foi o único que se apresentou para a licitação de exploração deste gigantesco campo de 1.500 km2, com reservas comprovadas de entre 8 a 12 bilhões de barris de óleo cru, que quase duplica as reservas comprovadas atuais de gás e petróleo do Brasil.

As cinco empresas ofereceram a exigência mínima de 41,65 % da produção de petróleo como participação (“lucro petróleo”) para o Estado brasileiro.

O leilão ocorreu em meio a confrontos de rua entre cerca de 200 manifestantes que se opunham à "privatização" do petróleo e 1.100 agentes de segurança, que usaram balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar o protesto, com um saldo de pelo menos cinco feridos, defronte ao Hotel Rio onde o leilão foi realizado no Rio de Janeiro, constatou a AFP.

A BOVESPA (Bolsa de Valores do Estado de São Paulo) fechou ontem com alta de 1,26 % impulsionada pela valorização das ações da estatal PETROBRAS. As ações preferenciais da petroleira do governo subiram 5,3 % ao passo que as ordinárias (com direito a voto) ganharam 4,92 % em relação ao dia anterior (sexta feira passada).

A alta participação da anglo-holandesa Shell e da francesa TOTAL no consórcio surpreendeu o mercado, que apostava num protagonismo maior das estatais chinesas, que afinal ficaram como minoritárias. “Libra nos oferece uma oportunidade única de participar no desenvolvimento de uma descoberta de petróleo em águas profundas supergigante, com sócios estratégicos”, disse num comunicado o presidente da TOTAL, o francês Christophe de Margerie.

A PETROBRAS, que será a única operadora do campo no qual terá uma participação de 40 % (superior ao mínimo de 30 % previsto por lei), destacou a experiência “em especial da TOTAL e da Shell” para obter “resultados mais eficientes”.

A participação das duas petroleiras estatais chinesas, por seu turno, “complementa os requisitos exigidos para um consórcio forte, pela robustez financeira apresentada”, acrescentou num comunicado.

A diretora da ANP Magda Chambriard, qualificou o leilão de “êxito absoluto”, e estimou que o retorno econômico para o PT, digo, o país, nos próximos 30 anos será de um trilhão de reais (ou US$454,5 bilhões). “Ninguém pode ficar triste com isso”, afirmou, e calculou que só em regalias, o Estado receberá mais de 300 bilhões de reais (ou US$138 bilhões) em 30 anos.

O programa exploratório mínimo do campo de Libra requer um financiamento de 611 bilhões de reais (US$ 280 bilhões), precisou a ANP após o leilão.

 “O leilão foi um êxito; o maior do gênero que já houve no país”, declarou o Ministro da Fazenda, Guido Mantega. As empresas estão “habilitadas à exploração desse petróleo no mais breve tempo possível, que é o que nos interessa”, acrescentou ele.

Este foi o primeiro leilão de um campo do “pré-sial”, gigantescas jazidas de hidrocarbonetos em águas ultraprofundas brasileiras descobertas em 2007, sob um novo regime que outorga à estatal PEROBRAS, uma participação obrigatória mínima de 30 por cento da produção da concessão.
Título e Texto: Francisco Vianna, (da mídia internacional), 22-10-2013

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