Petrobras, Total, Shell, e
petroleiras chinesas vão explorar a maior reserva de petróleo do Brasil, num
negócio que seria “da china”, mas que vai ser bem mais do Brasil. DIZER QUE
ISSO É UMA 'PRIVATIZAÇÃO' DA PETROBRAS, INFELIZMENTE, É UMA GRANDE DOSE DE
EXAGERO, POIS CONTINUA SENDO EM GRANDE PARTE CAPITALISMO DE ESTADO.
Francisco Vianna
A maior reserva petrolífera do Brasil, o campo de Libra, será explorado por um consórcio integrado pela estatal PETROBRAS (40 por cento), pela Shell e TOTAL (20 por cento cada uma) e as estatais chinesas CNPC e CNOOC (10 por cento cada uma), anunciou anteontem, segunda-feira, a Agência Nacional do Petróleo (ANP), uma agência reguladora do estado brasileiro.
O consórcio foi o único que se apresentou para a licitação de exploração
deste gigantesco campo de 1.500 km2, com reservas comprovadas de entre 8 a 12
bilhões de barris de óleo cru, que quase duplica as reservas comprovadas atuais
de gás e petróleo do Brasil.
As cinco empresas ofereceram a exigência mínima de 41,65 % da produção de
petróleo como participação (“lucro petróleo”) para o Estado brasileiro.
O leilão ocorreu em meio a confrontos de rua entre cerca de 200
manifestantes que se opunham à "privatização" do petróleo e 1.100
agentes de segurança, que usaram balas de borracha e gás lacrimogêneo para
dispersar o protesto, com um saldo de pelo menos cinco feridos, defronte ao
Hotel Rio onde o leilão foi realizado no Rio de Janeiro, constatou a AFP.
A BOVESPA (Bolsa de Valores do Estado de São Paulo) fechou ontem com alta
de 1,26 % impulsionada pela valorização das ações da estatal PETROBRAS. As
ações preferenciais da petroleira do governo subiram 5,3 % ao passo que as
ordinárias (com direito a voto) ganharam 4,92 % em relação ao dia anterior
(sexta feira passada).
A alta participação da anglo-holandesa Shell e da francesa TOTAL no
consórcio surpreendeu o mercado, que apostava num protagonismo maior das
estatais chinesas, que afinal ficaram como minoritárias. “Libra nos oferece uma oportunidade única de participar no
desenvolvimento de uma descoberta de petróleo em águas profundas supergigante,
com sócios estratégicos”, disse num comunicado o presidente da TOTAL, o
francês Christophe de Margerie.
A PETROBRAS, que será a única operadora do campo no qual terá uma
participação de 40 % (superior ao mínimo de 30 % previsto por lei), destacou a
experiência “em especial da TOTAL e da Shell” para obter “resultados mais eficientes”.
A participação das duas petroleiras estatais chinesas, por seu turno,
“complementa os requisitos exigidos para um consórcio forte, pela robustez
financeira apresentada”, acrescentou num comunicado.
A diretora da ANP Magda Chambriard, qualificou o leilão de “êxito
absoluto”, e estimou que o retorno econômico para o PT, digo, o país, nos
próximos 30 anos será de um trilhão de reais (ou US$454,5 bilhões). “Ninguém
pode ficar triste com isso”, afirmou, e calculou que só em regalias, o Estado
receberá mais de 300 bilhões de reais (ou US$138 bilhões) em 30 anos.
O programa exploratório mínimo do campo de Libra requer um financiamento
de 611 bilhões de reais (US$ 280 bilhões), precisou a ANP após o leilão.
“O leilão foi um êxito; o maior do
gênero que já houve no país”, declarou o Ministro da Fazenda, Guido Mantega. As
empresas estão “habilitadas à exploração desse petróleo no mais breve tempo
possível, que é o que nos interessa”, acrescentou ele.
Este foi o primeiro leilão de um campo do “pré-sial”, gigantescas jazidas
de hidrocarbonetos em águas ultraprofundas brasileiras descobertas em 2007, sob
um novo regime que outorga à estatal PEROBRAS, uma participação obrigatória
mínima de 30 por cento da produção da concessão.
Título e Texto: Francisco Vianna, (da mídia internacional),
22-10-2013
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