Uma espécie de debate
Tenho alguma dificuldade em
perceber o que leva a RTP a organizar um programa de debate para de seguida a
moderadora boicotar ou deixar boicotar as intervenções dos convidados que
defendiam as ideias menos populares. Ontem os dois convidados que defendiam a
necessidade de cortes na administração públicas tiveram as suas intervenções
sistematicamente boicotadas por interrupções da plateia, dos outros convidados
e da própria moderadora, que frequentemente entrou em debate contra qualquer
argumento que pudesse implicar cortes ou reformas na função pública. A selecção
dos membros da plateia, desta vez quase completamente composta por funcionários
públicos a quem foram dados largos minutos de tempo de antena durante o
programa, também não é inocente.
João Miranda
Cortes, não; queremos o armagedão
Não, Fátima, não passa despercebida a forma como a senhora jornalista faz campanha pelo chá de morcego proposto pelos “convidados bons”. Os “convidados
maus”, aqueles que não têm a solução miraculosa fechando fronteiras e confiscando as empresas, só têm uma coisa a fazer: não
aceitar convites para o comício.
Vitor Cunha
Comentário:
O Pais Mamede, foi ontem ao
programa da Fátima defender que o memorando já retirou 15000 milhões à
economia, ou seja à capacidade consumista dos portugueses, e por isso a
economia portuguesa entrou em recessão, de onde dificilmente sairá, de acordo
com o “paradigma” dele. Mas o economista Mamede esqueceu-se, provavelmente
porque não sabe, de duas ou três coisas a respeito do assunto: 1º o consumo dos
portugueses esteve durante mais de 15 anos estribado não no rendimento das
pessoas, mas no endividamento; 2º a recessão começou no 2º trimestre de 2010,
menos de dois anos depois do grande boom da divida publica; 3º apesar do forte
endividamento do estado e das familias, e do enorme consumo publico e privado,
a economia portuguesa pouco ou nada cresceu na primeira década deste seculo,
especialmente entre 2005 e 2010, enquanto a balança comercial acumulava defices
históricos; 4º Portugal teve de recorrer ao resgate, porque já ninguém nos
emprestava dinheiro.
O resto é conversa fiada.
Estes debates chegam a parecer esquizofrénicos, porque tentam convencer as
pessoas de há outros caminhos, e que antes de respeitar os tratados
internacionais que o país assinou para poder fazer parte da comunidade mais
rica e desenvolvida do mundo, temos de viver com as birras e as opções
politicas dos zelotas do Ratton, porque isso é que é patriótico. É nosso, é
nacional, é bom. Se calhar é, mas não traz para cá o dinheirinho que faz falta
entre outras coisas para pagar os opíparos vencimentos e as opíparas reformas
dos srs juizes do Tribunal Constitucional.
Segundo os dados de Agosto do
banco de Portugal, e apenas à custa do sector privado que tem feito todos os
sacrificios, a Balança de Pagamentos é positiva, sendo que Balança Corrente já
é positiva em 0,7% do PIB, a Balança de Bens+Serviços já é positiva em 1,4% do
PIB, e a Balança Corrente e de Capital já é positiva em 2,3% do PIB. Seria bom
que o estado e os seus dependentes, fizessem também os seus sacrificios, porque
se não os fizerem, os sacrificios feitos pelos privados nestes ultimos anos,
vão pró cano.
Alexandre Carvalho da Silveira
No blogue “Blasfémias”, 22-10-2013
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