terça-feira, 13 de outubro de 2015

Business… as usual?

José Carlos Bolognese
Não sou eu, mas é a história quem conta que, toda nação ou qualquer outro grupo em todos tempos, colheu os piores resultados face a uma ameaça que tenha sofrido e preferido ignorar, seguir em frente, como se não fosse algo a considerar. Ou tenha tido a mesma atitude escapista ante uma agressão de fato, modificando sua vida para pior, mas nem tanto. Todos nós no Brasil de hoje, podemos – e devemos - ser escapistas individualmente, afinal sair ileso de um assalto com perdas materiais reparáveis é melhor do que sair sem vida. Mas a negação ou a espera até que o tempo resolva tudo devia ser banida de nossas atitudes como sociedade ou grupos de interesse. Ao contrário, com o passar do tempo e a persistência dos eventos que nos incomodam, mais parecemos aplainar as arestas na ilusão de um conforto fugaz. Há, é claro, problemas que não podemos resolver de imediato, mas existem atitudes melhores mesmo com relação às questões mais difíceis. Se não temos a solução já, mais motivo existe para que se fale mais – e não menos – sobre o que nos aflige.

Neste 2015 que pareceu ter sido o ano da redenção, voltamos ao pântano das procrastinações. O pouco que recebemos do nosso dinheiro roubado só não desmobilizou os que antes já estavam se mexendo, cobrando, reivindicando. As elusivas datas de ações no Congresso Nacional só vieram a comprovar que a instituição – com as poucas e honrosas cobranças que uns poucos parlamentares fazem em nosso nome - só não carece de sensibilidade quando as ameaças são alusivas aos seus bolsos, cofres e cuecas.

Em cento e oitenta dias fechamos os dez anos de um calote tão inimaginável quanto velhaco. Tudo o que era preciso dizer sobre o fim da Varig e o roubo pela via institucional que sofrem até hoje seus funcionários já foi dito e repetido à exaustão. Tanto que – para mim pelo menos – soa estranho que, para reaver o produto de um roubo, as vítimas tenham de contar com a feitura de uma lei – como se antes, lei não houvesse - com toda a embromação que sua votação e aplicação acarretam neste país.

Mas o pior da história está na inação da maioria dos interessados que não se dão conta do valor da reação individual de cada um ao reclamar por seus direitos. Este assalto ao Aerus – a nós todos, aposentados e demitidos – é muito mais grave que um assalto de rua...e também vem matando gente. Mas ele não impede uma reação apropriada ainda que pareça distante de resultados. Reação que está ao alcance de qualquer um deste grupo lendo essas linhas diante de uma tela e de um teclado. Os e-mails alvos são fáceis de acessar, o argumento que defendemos é cristalino, os danos que sofremos não param de acontecer e parte do tempo de vida que nos roubaram já chega a uma década. Mas nenhum de nós variguianos está impedido de – ao menos – manter o assunto em voga com o recurso formidável da Internet. 
Ou podemos continuar no...”business as usual? 
Título e Texto: José Carlos Bolognese, 13-10-2015

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