Vitor Cunha
Foi em 2005, há dez anos, num
parque aquático espanhol, em Fuengirola, entre Marbella e Málaga, que tive
oportunidade de me sentir deslocado, apesar dos números, pela presença de uma
senhora – presumo, podia ser um homem ou três – envergando niqab, acompanhando
o – alegado – marido e filho, ambos de calções e tronco nu, como eu e todos os
outros. As mulheres presentes, com a excepção desta, usavam fatos de banho,
biquinis, algumas dispensando a parte superior deste quando deitadas sob o
tórrido sol, como as pessoas normais da Europa fazem, graças a Deus, obrigado,
liberdade.

Tinha a mulher de niqab
direito a estar ali com o ostensivo traje? Tinha. Tinha tanto direito como um
pedófilo vestido com um traje de urso polar, apesar de – garanto – não ter
visto vivalma com traje de urso polar. Devia estar? Se o objectivo era
demonstrar às restantes mulheres o quão depravadas são por exporem os
tornozelos à vista de homens incapazes de conter o ímpeto de as violar, não foi
bem-sucedida. Não deixou, porém, de deixar um gosto desagradável na boca, como
que anunciando que a Europa nunca mais seria a Europa em que cresci,
infelizmente, para bem pior.
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