José Diogo Quintela
Sou um excêntrico que prefere um médico que tenha sido avaliado.
O novo ministro da Educação,
Tiago Brandão Rodrigues, é um reputado especialista em cancro. Calha bem:
cancro vem do latim cancer, que quer dizer caranguejo e, com o BE e o PCP a
mandarem, a educação já começou a andar para trás. Mais: sendo o cancro um
conjunto de células que crescem anormalmente e atacam o próprio organismo, o
ministro vai reconhecer o que tem à sua frente quando se reunir a primeira vez
com a Fenprof.
Não é só no seu trabalho
governativo que a extrema-esquerda se imiscui. É também na sua carreira
científica. Por indicação do BE e do PCP, a sua especialidade de detecção
precoce de cancro vai deixar de empregar exames. Para não traumatizar. Em vez
disso, TBR passará a cheirar os pacientes e a medir-lhes a aura a olho.
Faz sentido acabar com os
exames. Há uma ‘idade dos porquês’, não há uma ‘idade dos porques’. É
contranatura crianças responderem a questões. Cá em casa, se pergunto:
"Quem deixou o pacote do leite vazio no frigorífico?" nenhum dos
não-adultos responde. Sempre que se faz uma pergunta a uma criança, o arco-íris
fica um bocadinho mais baço. Catarina Martins, contra conhecimentos examinados,
confessou: "Eu quero um cirurgião que saiba dar gargalhadas." Faltou
dizer: "Eu quero um carpinteiro que aprecie longos passeios" e
"Eu quero um contabilista vegan". Quando Catarina Martins precisa de
um médico, procura num hospital ou no Tinder? A deputada do BE prefere ser
operada por alguém que, em vez de ter sido testado, tenha rido na escola. Eu
gostava de ver o resultado de uma operação conduzida pelo cirurgião galhofeiro.
O adágio ia passar a ser "ridendo castigat Martins".
Sou um excêntrico que prefere um médico que tenha sido avaliado
Mas tenho noção de que há
muitos cirurgiões que fizeram o exame da quarta classe e que ficaram tão
perturbados que, quando o assistente lhe pergunta: "Quer o bisturi, senhor
doutor?", desmaiam. Têm um ataque de stress pós-traumático, com flashbacks
de perguntas que lhes fizeram há mais de 40 anos. Geralmente, são os cirurgiões
que têm tatuado no braço "Exame da Primária 1967" e que acordam a
meio da noite, encharcados em suor, a pedir mais tempo para as contas de somar.
Primeiro-ministro perde o pio em Paris
Começou por dizer que a sua
não inscrição foi um "incidente burocrático", mas, afinal, foi por
sua própria vontade que não falou. (Para António Costa a vontade é uma questão
burocrática: já tínhamos ficado com essa ideia ao ver como interpretou a
vontade do povo na secretaria). Logo ele, que tem tanto a dizer sobre a
influência humana no clima: desde que tomou posse e decretou o fim da
austeridade, só falta anunciar que garante Verão o ano inteiro.
Chocar é fixe, o código da estrada que se lixe
Há três anos, o motorista de
Mário Soares foi apanhado a 200 km/h na A8. Anteontem, bateu noutro carro mas
pisgou-se sem dar os dados. Quão chato é Mário Soares para o motorista preferir
violar a lei só para se despachar a deixar o velhinho num sítio qualquer?
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