Estimativa foi divulgada pelo secretário de
Política Econômica
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Wellton Máximo e Pedro Rafael
Vilela
A liberação de parte dos
recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), do Programa de Integração
Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
(Pasep) permitirão à economia crescer 0,35 ponto percentual adicional nos
próximos 12 meses, disse há pouco o secretário de Política Econômica do Ministério
da Economia, Adolfo Sachsida. Segundo ele, 2,9 milhões de empregos formais
deverão ser criados nos próximos dez anos com as medidas anunciadas hoje (24).
Na solenidade de anúncio das
novas regras para saque do FGTS, do PIS e do Pasep, o secretário confirmou que
apenas a liberação do dinheiro, limitada a R$ 500 por conta, em 2019, e
equivalente a um percentual mais um valor fixo a partir do próximo ano,
injetará R$ 30 bilhões na economia neste ano – R$ 28 bilhões do FGTS e R$ 2
bilhões do PIS/Pasep – e R$ 12 bilhões em 2020.
“Não me parece um efeito
pequeno. A medida vai gerar 0,35 ponto percentual de crescimento nos próximos
12 meses. Mas não para por aqui. Além do crescimento de curto prazo, a
liberação do saque vai elevar em 2,6% o PIB [Produto Interno Bruto] per capita
[por habitante] nos próximos dez anos, e aumentar 5,6% a população ocupada no
mesmo período. Isso significa que 2,9 milhões de pessoas vão ser empregadas nos
próximos dez anos”, disse Sachsida.
Medida estrutural
O ministro da Economia, Paulo
Guedes, explicou que a medida não é apenas de curto prazo, porque o saque na
conta do trabalhador ocorrerá todos os anos. Segundo ele, as novas regras
reduzem a rotatividade e aumentam a produtividade, porque o trabalhador que
precisa de algum dinheiro em momento de desespero deixará de pedir para ser
demitido e para receber o FGTS, permanecendo na empresa e se aprimorando.
“O trabalhador terá um salário
extra para o resto da vida. [A nova regra de saque] não é um teco do voo da
galinha. É um aumento de renda permanente para quem ficar empregado, lutar para
ficar empregado, se aprimorando e aumentando a produtividade”, disse o
ministro.
Ele também ressaltou que,
diferentemente do saque das contas inativas em 2017, que liberou R$ 44 bilhões
para 25 milhões de pessoas, o governo está liberando R$ 42 bilhões em 2019 e
2020 para 96 milhões de trabalhadores. “Existem 19 alternativas diferentes para
o saque do FGTS, como demissão sem justa causa e compra da casa própria.
Criamos mais uma alternativa, com fortíssimo conteúdo social, que deve
beneficiar quase 100 milhões de brasileiros”, disse.
Entenda as mudanças
Saque imediato de R$ 500
Ao todo, o governo anunciou
quatro ações para flexibilizar o saque das contas do FGTS, do PIS e do Pasep. A
primeira, que se aplica às contas ativas e inativas do FGTS, será a liberação
de um saque imediato de até R$ 500 por conta vinculada. As retiradas começarão
em setembro e irão até dezembro. Segundo Sachsida, 81% das contas do FGTS têm
saldo de até R$ 500, o que reforça o caráter social da medida.
Aniversário
A segunda ação é a autorização
para o saque no mês de aniversário de cada trabalhador, o que permitirá uma
renda extra e a possibilidade de aplicar o dinheiro em investimentos que rendam
mais que o FGTS (3% ao ano mais a taxa referencial). Segundo o governo, a mudança
será opcional. Os interessados em migrar para esta modalidade terão que
comunicar à Caixa Econômica Federal, a partir de outubro de 2019. O trabalhador
poderá voltar para a modalidade tradicional de saque, mas só depois de dois
anos a partir da data do pedido de migração.
A multa de 40% em caso de
demissão sem justa causa para quem migrar para o saque-aniversário será
mantida, independentemente da opção de saque do trabalhador. No entanto, quem
optar pelo saque-aniversário não poderá mais retirar o saldo em caso de
rescisão de contrato de trabalho.
A Caixa divulgará um
calendário especial do saque-aniversário de 2020. A partir de 2021, a liberação
ocorrerá no primeiro dia do mês de aniversário do cotista até o último dia útil
nos dois meses subsequentes. Caso o trabalhador não retire o recurso, ele volta
automaticamente para a conta no FGTS. Ao todo, haverá sete faixas de saques:
começando em 50% do saldo para quem ganha até R$ 500 e terminando em 5% para
contas acima de R$ 20 mil. Contas acima de R$ 500 poderão também retirar um
valor fixo, que começa em R$ 50 (para saldos entre R$ 500,01 e R$ 1 mil) e
termina em R$ 2,9 mil (para contas com saldo a partir de R$ 20.000,01).
Divisão de lucros
O governo também aumentou a
distribuição dos lucros do FGTS. Atualmente, o cotista recebe 50% dos ganhos do
fundo. As novas regras aumentam para 100% o repasse dos resultados, permitindo
que o trabalhador receba todo o lucro obtido pelo fundo um ano. A rentabilidade
continua em 3% ao ano mais a taxa referencial (TR).
Garantia de empréstimo
O trabalhador que migrar para
o saque-aniversário poderá usar os recursos retirados anualmente do FGTS como
garantia para empréstimo pessoal. O modelo é similar à antecipação da
restituição do Imposto de Renda (IR). As parcelas do empréstimo serão
descontadas diretamente da conta do trabalhador no fundo, na hora em que for
feito o saque. Segundo Sachsida, o modelo funciona como um empréstimo
consignado, que permite ao trabalhador conseguir empréstimos a juros baixos.
Saque do PIS/Pasep
O governo reabriu os saques os
recursos do fundo PIS/Pasep. Diferentemente das retiradas anteriores, não há
prazo determinado para a retirada do dinheiro. Os cotistas com recursos
referentes ao PIS poderão sacar na Caixa; e os do Pasep, no Banco do Brasil. O
saque para herdeiros será facilitado. O dependente terá apenas de apresentar a
certidão de dependente do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Os
herdeiros terão de apresentar uma declaração de consenso entre as partes e
também declarar que não há outros herdeiros conhecidos.
Texto: Wellton Máximo e
Pedro Rafael Vilela; Edição: Fernando Fraga – Agência Brasil,
24-7-2019
Cenário econômico 24 de julho
de 2019:
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