domingo, 28 de julho de 2019

[As danações de Carina] Um lá, outro cá. Dá para “barrigar” essa coisa de distância?!

Carina Bratt


Minhas amigas e leitoras, como é namorar o gato de vocês à distância? No dia a dia conseguem? Acham legal? Entendem a coisa como um processo difícil ou simples? Vamos ver, em poucas linhas, os prós e os contra. Devemos ter em mente, ficarmos ligadonas que o namoro à distância, muitas vezes parece desconfortante e desesperador. E, de fato, é. Muito desalentoso e aborrecido. Todavia, nada dentro desse esmorecimento, que contribua diretamente para desvirtuar nossos objetivos da pessoinha amada. Dirão algumas leitoras: “Carina, que coisa esquisita, estranha, fora do contexto, namorar alguém estando um aqui e outro no Oiapoque!”.

Não é para tanto, ou não deve chegar a tanto, o nosso aperreamento diante desse azar, ou melhor, dessa falta de sorte. Afinal, todas nós, encaramos ou deveríamos encarar essa bobeira de distância (em dias atuais, ainda que a nosso favor tenhamos toda a tecnologia de ponta ao alcance e a nosso inteiro dispor), como uma coisa banalmente corriqueira. Percebam. Não precisamos descabelar os sentidos, gritar a plenos pulmões, chorar no ombro da mamãe ou da melhor amiga, tampouco querer morrer, se enforcando num pé de alface vislumbrando, grosso modo, o apuro pelo qual passamos como um empecilho.

Não devemos de nenhuma forma conhecida, encarar essa bobagenzinha de “distância” como um bicho de sete cabeças, ou descambar com tudo para o lado das barreiras, dos entraves, ou dos atravancos. E nos sentirmos para baixo, deprimidas. A distância é um lugar que não existe, a não ser em nossa imaginação. A distância está dentro de cada um em particular e em nenhum lugar ao mesmo tempo. Nós mulheres, devemos esmiuçar essa “parada” numa boa, tirando de letra, e esquecendo, sobretudo, essa história que do nada, nossos planos mirabolantes para estarmos perto do homem amado, foi por água a ralo aberto, se transformou num conto tenebroso de algum escritor maluco, ou pior, se enveredou por num desvio não previsto pelo qual o destino atalhou.

Menos ainda pensarmos na droga do estorvo como um ponto negativo em nossa mente. Vou dar como exemplo, um caso recente. E conhecido de toda a mídia. Vocês se lembram da Bruna Marquesini com o jogador Neymar?  Então!   Da última vez em que a Bruna reatou com o sujeito, a global disse o seguinte: “a saudade fortalece o relacionamento”. E aqui surge a pergunta: será? Com certeza! Fortalece sim. E muito! Igual pensamento comunga a psicóloga Edna Pires de Assis voluntária de um programa de ajuda humanitária a jovens carentes aqui nas comunidades pobres do Rio de Janeiro. Ela assevera que essa “saudade reascende o amor tornando mais denso e consistente”. Tudo, segundo ela, “depende do carinho e do afeto que cada um nutre pelo seu parceiro”.

E explica: “O segredo é não deixar os sentimentos entrarem em banho-maria”. Trocado em miúdos, o “banho-maria” ao qual ela se refere, é não permitir o que existe de bom entre um casal, partir para as raias do encerramento. Alguns pontos tidos como chaves ou cruciais, devem ser considerados desde o começo de uma vida a dois. Vamos continuar batendo na tecla da distância. Nesses casos, são triviais as dificuldades com a comunicação em determinados horários. Celular fora de área se constitui numa das maiores encrencas relatadas e anotadas pela psicóloga, notadamente quando de serviço nos morros e favelas onde os aparelhos celulares por algum motivo entram em colapso.

Daí, concluiu, “aparecem no ato, os ciúmes, as desconfianças, as dúvidas”. As perguntas, por conta, se avolumam assustadoramente sem dar folga ou brecha: “será que ele não está com outra? Acaso não desligou o celular para não ser importunado? Estará pensando em mim? Ou não está nem aí? Quem sabe num motelzinho de beira de estrada queimando uma rosquinha diferente”. Estes são alguns dos milhares de pontos considerados pela “maioria” de nós, e claro, igualmente pela nossa amiga Edna, como “negativos”. Porém, em contrapartida, esses alvos obscuros e fora de foco, podem ser melhorados, como a necessidade de se conhecerem melhor, de se verem com mais frequência, de trocarem carinhos, permutarem afagos estando um perto do outro.

Afinal de contas, as longas conversas por telefone, ou por mensagens, via WhatsApp, já deram o que tinham de dar. Aliás, passaram dos limites do compreensível e do tolerável. Um saco! Isso mesmo. Um tremendo porre. Em contraposição, tem aquela lengalenga da demora em cair tudo numa enorme e repetida rotina. Nessa hora, deve prevalecer, como tema nevrálgico, o fortalecimento dos laços não só da amizade, como, igualmente, as amarras imutáveis da confiança. A mútua, logicamente. A confiança mútua e recíproca deve ser a chave FUNDAMENTAL para abrir todas as portas em direção aos folgueados do coração. Seja, pois a distância grandiosa ou longa demais, não importa. Tudo se tirará de letra.

É como a convivência presencial no cotidiano. Não importa a situação. Necessita, acima de qualquer coisa, ser preservada a magia do encantamento, o arroubo do magnetismo, a feitiçaria da sedução. Mantida essas formas com respeito, com lisura e discernimento, tudo se ajeitará. Todas estas pequenas coisas, muitas delas insignificantes e corriqueiras, ajudarão no fortalecimento da durabilidade. Os planos de, num tempo bem próximo, estarem juntos, lado a lado, ombro a ombro, olho no olho, igual banheiro, e depois, final da noite, partirem para os “finalmente”, na cama, dividindo dia seguinte, ao acordarem, a mesma mesa de café, do almoço e jantar, não devem, sobre qualquer tipo de pretexto, ser esquecidos ou deixados fora de contexto.

São esses pequenos brindes, esses desvelos e bobagens cotidianos que sustentarão e preservarão as metas objetivadas de um futuro embaixo do mesmo cômodo. Junte-se a isto o afeto, a compreensão, o saber levar os prós e contras, a conviver com as manias, os erros e defeitos. E logicamente, deve ser posto num lugar bem seguro, com destaque, para que todos, em derredor, vejam e sintam, mas não roubem, ou não desejem o AMOR. Se ele existir, ah, amigas leitoras, se o AMOR existir, não importam os quilômetros que a distância venha imprimir. Tudo se arranjará e entrará nos eixos, na hora certa, no tempo determinado.
Título e Texto: Carina Bratt, do Rio de Janeiro. 28-7-2019

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