Dados comparam 1º semestre de 2018 com
mesmo período deste ano
Cristina Índio do Brasil
Dados do Instituto de
Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro apontam que houve queda de 34% dos
latrocínios no estado, comparando os seis primeiros meses de 2018 com o mesmo
período de 2019. Com relação aos homicídios dolosos, houve queda de 23%, ou 608
mortes a menos no mesmo período.
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Foto: Philippe Lima |
O governador do Rio de
Janeiro, Wilson Witzel, voltou a classificar os criminosos do Rio de
terroristas que agem ao redor do mundo. “Não se combate o terrorismo com
flores. Se combate com investigação, com armas de mesmo calibre e com um
processo rigoroso. Se não se entregar, serão mortos. O recado está dado, não
enfrente a polícia”, disse Witzel, na apresentação sobre as mudanças na área da
segurança pública do estado, que teve como tema “180 dias: Começamos a Mudar o
Jogo na Segurança”.
Roubos
No período, o estado registrou
o menor número de roubos de veículos dos últimos 34 meses. A redução ficou em
24%, saindo de 28.488 para 21.635. A queda nos roubos de carga atingiu 21%.
Eram 5.036 no primeiro semestre de 2018 contra 3.999 este ano.
Quanto ao número de roubos em
coletivos, na comparação entre os primeiros seis meses de 2019 e de 2018 houve
alta de 14,3%. Este ano foram 8.761, enquanto no ano passado 7.665 casos.
“O crime organizado tem vários
negócios, rouba carga, carros, faz furtos nas ruas, faz roubos em coletivos.
Como estão endividados, começam a partir para outros crimes. O trabalho da
polícia é manter a asfixia ao crime organizado e também o combate a essa mancha
criminal”, disse Witzel.
Na visão do governador, as
ações nos coletivos são um trabalho de constante acompanhamento e de
modificação no planejamento. Ele adiantou que a área de segurança do governo
analisa a implantação do sistema de reconhecimento facial dentro dos coletivos,
como vem ocorrendo em caráter experimental em Copacabana e no Maracanã.
“Estamos estudando, inclusive, colocar reconhecimento facial nos ônibus. Já
pedi este estudo para o coronel Figueiredo”, informou, se referindo ao
secretário de estado de Polícia Militar, coronel Rogério Figueiredo.
Os dados divulgados, no
Palácio Guanabara, sede da administração fluminense, indicam que no primeiro
semestre deste ano a Polícia Militar fez 2.269 ações e a Polícia Civil 725. O
governo do estado destacou ainda o número de armas apreendidas. Foram 4.795,
sendo 305 fuzis. Com destaque para a maior apreensão divulgada na quinta-feira
passada (18), com 8,5 toneladas de droga e 30 armas entre elas 23 fuzis e duas
metralhadoras.
Policiamento ostensivo
O secretário da Polícia
Militar disse que, logo no início do ano, havia a preocupação com os crimes
praticados nas ruas do estado e a opção foi reforçar o policiamento ostensivo
com trabalho de prevenção. Foi intensificado o Programa Percurso Seguro, para
reduzir os indicadores criminais nas principais vias e dentro dos bairros do Rio
e dar mais segurança nos horários de ida e de volta do trabalhador para casa. O
trabalho conta ainda com participação das unidades de Polícia Pacificadora
(UPPs), que não ficam mais restritas às comunidades.
Ainda conforme o secretário,
com a análise diária dos dados do ISP junto com a Polícia Civil são definidas
as ações para atacar as manchas criminais. “Buscamos estes números para ter
efetividade na aplicação dos nossos recursos [emprego de agentes]. Sempre falo
que temos recursos finitos para demandas infinitas. Essa é uma realidade e tem
que ser otimizados os nossos recursos para ter efetividade”, disse Figueiredo.
Para o governador, embora
ainda tenha muito a fazer, há o que se comemorar no período. Witzel destacou
que os resultados de janeiro a junho de 2019 foram obtidos com menos 3 mil
integrantes das forças de segurança por dia, uma vez que terminou a intervenção
federal na área e não houve mais emprego das Forças Armadas, nem da Guarda
Nacional e sem o reforço da Polícia Rodoviária Federal nas estradas federais.
“Nossos recursos são aplicados
para que haja redução nos roubos de rua, em coletivos, em estabelecimentos
comerciais. Todos esses indicadores estão em queda devido ao nosso
planejamento”, disse o coronel Figueiredo, anunciando que foram abordadas no
período 75 mil pessoas em mais de 80 pontos diferentes no Percurso Seguro.
O secretário de Polícia Civil,
delegado Marcus Vinícius, destacou que o total de criminosos identificados em
investigações concluídas em todos os tipos de crimes aumentou 60,4% na
comparação de um semestre com o outro. “Uma autoria identificada a cada 7
minutos”. O delegado chamou atenção para as investigações envolvendo lavagem de
dinheiro. Neste ano somaram 179 indiciados em tipos de investigações que não
costumavam ocorrer. “Não pode ficar com dinheiro do crime, porque senão compra
mais armas, mais drogas e corrompe, simplesmente tem acesso a tudo o que o
criminoso quer, que é o dinheiro”
Marcus Vinícius acrescentou
que bens e valores sequestrados em investigações atingiram R$ 25 milhões. “Esse
número de janeiro a junho do ano passado é zero e a tendência é aumentar muito.
Se Deus quiser ano que vem a gente vai estar nessa conversa aqui com R$ 500
milhões, quiçá, R$ 1 bilhão bloqueados e sequestrados, porque tem um motivo.
Nunca se trabalhou lavagem de dinheiro. Impressionante como era fácil usufruir
do dinheiro ganho através dos crimes”, disse.
“A Polícia Civil estava
escondida em uma estrutura que realmente não mostrava o que era capaz de
fazer”, afirmou Witzel
Segurança Presente
O secretário de governo
Cleiton Rodrigues anunciou a ampliação do Programa Segurança Presente até o fim
do ano. O número de agentes empregados, que é de 1 mil, vai duplicar e também
serão atendidos os municípios de Nova Iguaçu e de Duque de Caxias, além dos
bairros da Barra da Tijuca, Laranjeiras, Bangu, Botafogo, Vila Isabel e Grajaú.
De janeiro a junho deste ano, o programa registrou 1.157 prisões, 16.623
atendimentos sociais e cumpriu 635 mandados nos bairros da Tijuca, Méier,
Ipanema Leblon, Centro, Lagoa, Lapa Copacabana, Aterro e em Niterói, na região
metropolitana do Rio.
Para o governador, o Segurança
Presente é um programa de polícia de proximidade com a população. “Esse
programa é mais do que um programa de policiamento. É um programa de
relacionamento, diferenciado cuja criação foi por próprios policiais da polícia
militar”, disse.
O governador adiantou ainda
que será criado em breve o Programa Bandejões, que vai complementar o Segurança
Presente e melhorar a ordem pública. A intenção é oferecer alimentação a
população que vive em situação de rua. “Vamos lançar esse programa para que as
pessoas possam ali ter uma alimentação adequada e vai ser um programa integrado
com a Secretaria de Saúde”, informou.
Assista na TV Brasil: Wilson
Witzel defende política de matar criminosos armados:
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