Helena Matos
Pedro Bacelar de Vasconcelos repete várias vezes nesta declaração à Rádio Observador a
expressão identidade de gênero. Repete-a como quem decorou uma lista de
compras. Nunca explica o que tem a dita identidade de gênero a ver com a
defesa da Constituição, em que aliás o único gênero que se pode escolher
é o do trabalho. Muito menos se percebe o que pretende o deputado com a
invocação da “visão patriarcal milenar das sociedades humanas” para explicar o
que entende ser a rejeição “das questões de gênero e de sexo”.
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Pedro Bacelar de Vasconcelos, deputado socialista, foto: António Cotrim/Lusa |
É o clássico misturar e baralhar
de expressões como deve ser.
O primeiro passo para nos
libertarmos desta patranhologia é perguntar exatamente o que se entende por
gênero e por identidade de gênero. Talvez depois percebamos que caímos numa
monumental armadilha ao deixarmos que os direitos humanos deixassem de ser
direitos dos humanos para se tornarem no glossário do ativismo.
Título e Texto: Helena
Matos, Blasfémias,
6-9-2020
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