quarta-feira, 10 de setembro de 2025

A história oficial dos novos democratas

Rafael Nogueira

Autoridades descobriram, assanhadas, o ofício de ensinar história oficial. A nova tendência tem personagens ilustres: ora o Presidente da República declara que a independência verdadeira foi em 2 de julho; ora perfis governamentais reapresentam o sentido das cores e dos símbolos da bandeira; e agora, um ministro do STF invoca a Constituinte de 1823 e a Revolução de 1930 para iluminar o presente.

Arte: Paulo Márcio

O problema é que, quando a história vira argumento de autoridade, conceitos de hoje são projetados em épocas distintas e casos complexos viram parábolas morais convenientes. Assim, o método — pesquisa, crítica de fontes e prudência conceitual — cede lugar à narrativa legitimadora.

O primeiro tropeço é o anacronismo. Aplicar “Estado de Direito” a 1823 significa transportar um conceito amadurecido no Brasil ao longo do século XX para um país ainda em consolidação. Naquele contexto, havia um arranjo em disputa: de um lado, uma Assembleia nascente, de base social estreita, empenhada em limitar a Coroa; de outro, um imperador que, apoiado em prerrogativas que culminariam no Poder Moderador, buscava centralizar para estabilizar o Estado. Julgar aquele momento por categorias atuais não esclarece: confunde.

Daí vêm os paralelos fáceis. Em 1823, D. Pedro I não era um outsider; era o próprio poder constituído, com comando sobre as Forças Armadas e a máquina administrativa. Projetar esse quadro sobre circunstâncias recentes — em que um líder derrotado e politicamente isolado apareceria como “novo Pedro I”, enquanto instituições hoje robustas posariam de “constituinte vulnerável” — inverte papéis sem apoio na evidência histórica.

A imprensa chama o que está acontecendo no Nepal de protesto

Silvio Grimaldi

Botaram fogo no parlamento. 

Botaram fogo nas casas dos políticos do partido comunista. 

Arrastaram o ministro das finanças de cuecas pelas ruas e o espancaram. 

Queimaram viva a ex-primeira-dama. 

O primeiro-ministro comunista renunciou e o governo revogou a censura ao X e ao Facebook. 

A população ignorou o toque de recolher e foi para o confronto com a polícia nas ruas de Katmandu. 

Isso é Protesto. 

Aqui, uma tia escreve com batom naquela estátua horrorosa e macabra na frente do STF, é chamada de terrorista, pega 17 anos de cadeia por tentativa de abolição do Estado, e a imprensa aplaude e repete: terrorismo, golpe de estado.

Título, Imagem e Texto: Silvio Grimaldi, X, 9-9-2025, 18h03

O juiz fez um acerto de contas com o réu...

A naturalidade com que a militância de redação do regime noticia um réu sendo julgado pelo seu desafeto e vítima:

Título, Imagem e Texto: Leandro Ruschel, X, 9-9-2025 

9-9-2025: Oeste sem filtro – Como previsto, Moraes condena Bolsonaro + Dino (PT/PCdoB/PSB) aplaude e inclui rejeição à anistia

[Quadro da Quarta] A Liberdade guiando o Povo

 A Liberdade guiando o povo (em francês: La Liberté guidant le peuple) é uma pintura de Eugène Delacroix em comemoração à Revolução de Julho de 1830, com a queda de Carlos X.

Uma mulher representando a Liberdade, guia o povo por cima dos corpos dos derrotados, empunhando a bandeira tricolor da Revolução francesa numa mão e brandindo um mosquete com baioneta na outra.

A pintura é talvez a obra mais conhecida de Eugène Delacroix. Wikipédia 

Anteriores:
Pescador 
Madona e o Menino Jesus 
Família 
Having a coffee 
La Songeuse (A Pensativa) 
Mulher lendo 
La libération d’Orléans par Jeanne d’Arc

terça-feira, 9 de setembro de 2025

“O Ocidente é hoje um hospício repleto de tribos, turbas histéricas…”

João Maurício Brás

(…)

O Ocidente vive um surto de novo jacobinismo com a respectiva sobranceria moralista. A vitude e o terror estão de novo de mãos dadas em nome do grande bem. Voltamos a assistir a taras purificadoras, e autos-de-fé diários e condenações sem julgamento.

Gritamos histericamente nas redes sociais, na mídia e nas ruas o gozo infantil e sádico das nossas denúncias e punições. O controle e a vigilância, a boa, a normopatia é zênite civilizacional.

Sê puro, sê neutro, sê assexuado, sê vítima e estarás a salvo de ser preso e reeducado ou exterminado. Já não sabemos ser livres nem responsáveis, nem tomar a nossa vida nas próprias mãos. O Estado vai nos proteger e defender até de nós próprios.

O manicômio americano e a regulamentação sinistra de Bruxelas, a destruição da comunidade e do bem comum, o indivíduo solitário e neurótico triunfaram.

O Ocidente é hoje um hospício repleto de tribos, turbas histéricas e insanidade bem patente num beatismo insano e totalitário, a que chamamos progressismo. Uma mistura de estalinismo e nova inquisição sobressai entre gente vulgar que odeia e se odeia, sedenta de vingança e instintos sádicos que vivem para criminalizar o mundo.

Cena de "Um estranho no ninho/Voando sobre um ninho de Cucos"

O que nos define já não é o que escolhemos, não é o que nos distinguiu por esforço, mérito e sacrifício, mas o que nos fizeram e o quanto de mau nos aconteceu.

[Livros & Leituras] A Igreja Católica e a Outra – Artigos sobre a crise da Igreja

Gustavo Corção, Editora Permanência, 50 anos, Niterói, setembro de 2018, 142 páginas. 

Gustavo Corção foi um escritor e pensador católico brasileiro, autor de diversos livros sobre política e conduta, além de um romance. Foi membro da antiga União Democrática Nacional (UDN) e um expoente do pensamento conservador no Brasil.

Sua obra é influenciada pelo Distributismo, a apologia católica do escritor inglês G.K. Chesterton, influência extensamente explicada no seu ensaio Três Alqueires e uma Vaca. Entretanto, uma outra influência sobre o seu pensamento veio do filósofo Jacques Maritain.

Formado engenheiro, Corção só obteve notoriedade no campo das ideias aos 48 anos, ao publicar o livro A Descoberta do Outro, narrativa autobiográfica de sua conversão ao catolicismo (influenciado por Alceu Amoroso Lima).

Como engenheiro, era um apaixonado pela eletrônica. Foi durante anos professor dessa disciplina na Escola Técnica do Exército, atual Instituto Militar de Engenharia. O amor à eletrônica e à música sacra levou-o a ser um estudioso e intérprete de órgão Hammond. Este instrumento musical tornou-se uma de suas paixões, tanto pela engenhosidade de sua construção como por sua sonoridade.

Sua produção literária e seu estilo foram considerados por muitos na mesma altura da de Machado de Assis, autor que o inspirou a produzir e publicar uma antologia (de Assis).

Sobre Gustavo Corção, Raquel de Queiroz afirmou em 1971: “A maioria dos brasileiros conhecem duas faces de Gustavo Corção. Uma, a do escritor exímio, a usar como ninguém a língua portuguesa, o autor que, vivo ainda, graças a Deus, é um indiscutível clássico da literatura nacional. [...] A segunda face é a do anjo combatente, de gládio na mão, a castigar os impostores que vivem a gritar o nome de Deus e da Sua Igreja, não para os louvar, antes para apregoar na feira inocente-útil do ‘progressismo’.

França: Assembleia Nacional faz cair terceiro governo em 21 meses

Paulo Hasse Paixão

Como o ContraCultura tinha previsto na semana passada, o terceiro governo francês desde Janeiro de 2024 não sobreviveu a uma moção de confiança na Assembleia Nacional.

A França está assim – e de novo – mergulhada no caos político, com o primeiro-ministro François Bayrou a ver chumbada por um diferencial de 174 votos a moção que ele próprio convocou para galvanizar o apoio ao seu plano orçamental de 2026.

Bayrou, nomeado pelo presidente Emmanuel Macron em dezembro do ano passado, expressou recentemente a sua exasperação com o cenário político fragmentado do seu país, numa entrevista em que protestou assim:

“Qual é o sentido de derrubar o governo? São grupos políticos que não só não concordam em nada, mas, pior ainda, estão a travar uma guerra civil aberta entre si”.

O impasse na legislatura francesa é resultado da tentativa dos partidos de extrema esquerda e do estabelecimento globalista de excluir do poder executivo o partido nacionalista Rassemblement National, liderado por Marine Le Pen, apesar de este ter se tornado o maior partido na Assembleia Nacional, depois de Macron ter convocado eleições legislativas antecipadas no ano passado.

Carro de frete atravessa Ponte Rio-Niterói com pilha de eletrodomésticos no teto

Veículo carregava diversas geladeiras, fogão e até uma máquina de lavar

O Dia

Um carro de frete completamente abarrotado com diversos eletrodomésticos empilhados foi flagrado carregando enquanto atravessava a Ponte Rio-Niterói. A cena inusitada foi protagonizada por um Ford Versailles Royale, modelo que parou de ser fabricado em 1996.

Nas imagens, que circulam nas redes sociais, é possível observar que o carro, que chegava a estar rebaixado devido ao peso, carregava ao menos três geladeiras, fogão e máquina de lavar, que juntos formavam uma pilha enorme. O flagra foi feito no sábado (6) por quem passava pela via.

No porta-malas, que estava com o vidro quebrado, é possível ver que mais eletrodomésticos foram posicionados dentro do veículo. 

Ecoponte, concessionária responsável pela Ponte Rio-Niterói, informou apenas que foi verificado pelo Centro de Controle Operacional que o veículo cruzou a Ponte no sábado (6).

Veja o vídeo:

Alguns não gostaram da bandeira dos EUA na Paulista…

Nossos mais bem pagos analistas do bem, do amor, da democratura, nossos experts em hipocrisia sobre todas as coisas, bastiões horizontais da grande e velhaca imprensa caolha… todos eles fazendo troça da bandeira dos EUA na manifestação de 7 de setembro na Avenida Paulista…, mas ZERO, NEM UMA, NENHUMA, palavra sobre a bandeira da Palestina no 7 de setembro dos filhos do 7 peles. 

Texto e Imagem: Pavinatto, X, 8-9-2025, 16h38 

8-9-2025: Oeste sem filtro – Manifestações de rua pedem anistia aos presos do 8 de janeiro + Ministros do STF reagem a discurso de Tarcísio na Paulista


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[Aparecido rasga o verbo] Foi assim, inexplicavelmente incrível

Aparecido Raimundo de Souza

O MEU DIA nasceu cedo e com promessas. As seis e meia da manhã, ao abrir a janela do meu quarto, me deparei com um céu, tremendamente azul como esperança recém-pintada. Tudo parecia conspirar a favor. Mas foi então que ela se ergueu. Uma nuvem escura, densa, sem pedir licença. Não veio aos poucos, não se esgueirou pelas bordas do horizonte. Ela simplesmente se levantou inteira, se alçapremou como quem já sabia que seria protagonista.

E eu, que só queria pular da cama, preparar um breakfast tranquilo e em seguida desfrutar de um pouco de paz antes de começar a escrever meu texto, vi meu dia que prometia ser maravilhoso se curvar diante dela. A luz que eu havia acendido, mudou de tom, a música vinda do radinho de cabeceira se calou em chiados esquisitos e espaçosos.

A alegria que antes dançava leve, se recolheu num canto, tímida. Não era tempestade, mas silêncio. Desses que no meu entender pesam mais que o ribombar de um trovão enfurecido A nuvem não anunciou chuva. Apenas ficou. E às vezes, é isso que mais machuca o que permanece assim do nada, sem explicação. Meu Deus, o que está acontecendo? Era um dia bonito, desses que parecem prometer redenção. Sem falar na magia do céu.

Entretanto, por algum motivo, a beleza que dele emanava, não impediu que a nuvem se distendesse — e se fizesse pesada, escura, cheia de lembranças que não cabiam mais no meu presente. Com ela, de braços dados, a solidão. Também essa criatura não alardeou estrondo. Veio vindo e se instalou como quem já conhecia a casa: e, de fato, conhecia. Se recostou numa mesinha de canto ao lado da minha cama e no minuto seguinte se levantou indo até meu guarda-roupas. 

Mexeu nas gavetas da memória, acendeu a luz de outros cômodos, inclusive aqueles dos meus escondidos que eu tentava manter apagados. Para destruir, de vez, meu dia, a tristeza veio logo no encalço. Sem pedir licença, se abancou ao meu lado trazendo o fracasso como companhia. E eu, que só queria me levantar, tomar meu dejejum e ir para o escritório no começo do corredor e escrever meu texto, me vi parado, olhando para o nada com olhos cheios de tudo.

[Livros & Leituras] O Laboratório Progressista e a Tirania dos Imbecis

João Maurício Brás, Opera Omnia, Braga, fevereiro de 2025, 334 páginas.

A ideia de ilimitado e da liberdade individual irrestrita e sem limites, características do nosso presente, são as piores inimigas da ideia de liberdade e da própria humanidade. Este livro aborda o triunfo dessas concepções e as suas implicações quer nos novos desafios da biologia, da genética e da robótica, quer nas legislações ditas progressistas.

Paradoxalmente o que nos define já não é o que escolhemos, não é o que nos distinguiu por esforço, mérito e sacrifício, mas o que nos fizeram e o quanto de mau nos aconteceu. Estamos protegidos da liberdade, da vida e da responsabilidade, cuidam de nós como crianças idiotizadas.

O mundo é apenas um experimento contra a realidade, subjugado por uma visão jurídico-penal da correção existencial com selo de região progressista demarcada onde não há gordura, nem açúcar, nem ereções ilícitas. O herói do totalitarismo do presente é a vítima e o indivíduo atomizado produzido por uma sucessão de processos de desidentificação e desenraizamento. 

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Os dois Brasis: crônica de um país refém

Paulo Briguet 

Brasília desfilou poder e ódio; a Avenida Paulista, povo e liberdade. Dois Brasis, um abismo entre o poder e o clamor por justiça.  Foto: Bruno Peres/Agência Brasil; Sebastião Moreira/EFE

Eu vi os dois Brasis neste domingo — e existe um abismo entre eles. Há um Brasil que grita por socorro e um Brasil que saliva de ódio. Um Brasil que clama por liberdade e um Brasil que exige censura. Um Brasil que pede misericórdia e um Brasil que nunca perdoa. Um Brasil da compaixão e um Brasil do ressentimento. Um Brasil das multidões e um Brasil dos gatos-pingados. Um Brasil do povo e um Brasil do poder. Um Brasil dos brasileiros e um Brasil de Brasília.

Tempos atrás, um dos Brasis — aquele que manda — declarou guerra ao outro e o fez de refém. O Brasil da liberdade foi sequestrado pelo Brasil da ditadura. O Brasil da lei foi engolido pelo Brasil da vontade. O Brasil que ora foi colocado na clandestinidade pelo Brasil que pune.

Em um show de constrangimento, o Brasil de Brasília desfilou neste domingo para um ralo público de ministros, assessores, funcionários, militantes e militares. Enquanto isso, o Brasil dos brasileiros lotou as ruas das grandes cidades. Não poderia haver retrato mais perfeito do abismo que separa a realidade factual da narrativa oficial. São dois países tão distantes e incomunicáveis que parecem pertencer a universos diferentes.

E justamente agora, depois dessa cabal demonstração da desigualdade entre os dois Brasis, o país do poder se prepara para dar o golpe fatal no país do povo. Sem provas e sem pudor, vão executar a última parte do massacre. O objetivo é dar a última facada no inimigo — a definitiva.

Anistia já: por uma saída legal e pacífica para o Brasil

Sergio Moro

Foto: Sebastião Moreira/EFE

O Brasil tem uma série de problemas urgentes e relevantes para resolver. A dívida pública cresce por conta da irresponsabilidade fiscal do Governo Lula, colocando em risco o futuro do país. Os juros básicos da economia estão em 15% ao ano, comprometendo o orçamento público com o serviço da dívida e elevando as dívidas das empresas e das famílias.

O país assiste à infiltração do crime organizado no domínio econômico, o que foi ilustrado pela recente Operação Carbono, e os grupos criminosos organizados controlam até mesmo partes do território nacional, especificamente bairros nas periferias de grandes cidades.

A prevenção e o combate à corrupção foram abandonados pelo Governo Lula, o que gerou escândalos como o do roubo dos aposentados e pensionistas do INSS. O Brasil vivencia uma crise diplomática com os Estados Unidos, ilustrada pela imposição de tarifas punitivas às nossas exportações.

Apesar disso, a agenda do país está dominada pelo STF e pelo julgamento da acusação de tentativa de golpe contra o ex-presidente Bolsonaro, além do debate que já se arrasta sobre o excesso punitivo contra os manifestantes do 8/1.

Esse é um dos motivos pelos quais defendo a anistia. O país não pode ficar paralisado pela polarização política e pelo destino desse julgamento e das questões correlatas

Quero deixar bem clara minha posição. Os manifestantes do 8/1 erraram ao invadir prédios públicos, inclusive o STF, e uma minoria deles errou ainda mais ao destruir patrimônio público. Também devem ser reprovados por postularem, na ocasião, uma intervenção militar para alterar o resultado das eleições.

Anistia já: o recado das ruas

Foto: Sebastião Moreira/EFE

Rodrigo Constantino

Feriado de 7 de setembro, o mais importante da Pátria, pois celebra sua Independência, e o povo foi em peso às ruas de todo país gritar por anistia. O povo fez sua parte, lotando a Avenida Paulista, Copacabana e outras cidades país afora. O contraste com o festejo oficial do governo Lula, totalmente esvaziado, e com o "grito dos excluídos", organizado pela esquerda radical, mostrou que a direita tem a hegemonia das ruas.

Vários cartazes pediam Anistia Já, impeachment de Alexandre de Moraes e Fora Lula. As pautas giram em torno do mesmo tema: o desejo de resgatar a democracia perdida em nosso Brasil. Temos presos políticos, caça às bruxas, censura, e Moraes virou o grande ícone desse estado de exceção, dos abusos supremos.

A normalidade institucional precisa ser resgatada já, agora mesmo, não amanhã ou depois. E para tanto é preciso anistiar os inocentes condenados pelo Supremo para dar respaldo a uma narrativa fajuta de golpe

Bandeiras americanas mostraram a gratidão do povo pela pressão que tem feito o governo Trump contra tais abusos. De Tabata Amaral e Ricardo Noblat, a esquerda tentou ver contradição nisso, já que a direita grita que nossa bandeira jamais será vermelha. Confundem a paixão da própria esquerda pelo comunismo, querendo substituir a bandeira verde e amarela pela vermelha, com uma singela homenagem aos americanos. E são os mesmos que ostentam bandeiras palestinas em seus protestos!

São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília...




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Por que essa BOMBA não está na capa de todos os jornais? 
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Vamos tornar esse X9 famoso? 
O que mais precisa acontecer para transformar o Brasil numa Venezuela?! 

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domingo, 7 de setembro de 2025

A Suécia sabe

A Suécia tem um problema grave que a obriga agora a rever as tontices que fez por querer ser um país moderno. Já no Brasil, Glória Perez, a escritora de telenovelas famosas, dá o Grito do Ipiranga e arrasa a cultura woke. E Portugal? Vai continuar a querer ser modernaço e tonto?

 Vítor Rainho

Não sou infoexcluído, mas não tenho qualquer fascínio pelas novas tecnologias. Há muitos anos que trabalho com computador, mas não me façam perguntas técnicas, pois sou capaz de não saber responder, embora saiba perfeitamente o necessário para desempenhar o meu trabalho. Sei, no entanto, o suficiente para perceber que a rapaziada está viciada no scroll, nome que se dá ao gesto de ir ‘descendo’, com o dedo, as notícias e publicações publicadas no Google. Olhando para as notícias que versam sobe o mundo ocidental, ficamos a saber que muitos homens, principalmente nos EUA, decidiram começar a andar de minissaia, ou que os adultos gostam de chuchar a chucha para desanuviar o stress. Fica-se também a saber que há uma nova categoria de heterossexuais, os ‘hétero flex’, e já cá regressamos, ou que um grupo de ativistas vai a caminho de Gaza para libertar o povo palestiniano, sem mostrar um dente à rapaziada do Hamas, que mantém sequestrados, maioritariamente, jovens que estavam numa rave. Nessa viagem no scroll podemos ver também as maravilhas do mundo woke, esse novo fascismo ou comunismo travestido de humanismo.

E o que vemos sobre o mundo oriental? Que a China mostrou todo o seu poderio militar e que outras grandes democracias, como a Rússia, a Coreia do Norte, Cuba, Venezuela ou Irão, querem pertencer a essa nova ordem mundial, liderada por Xi Jinping, onde calculo, não faltem homens de minissaia, ‘hétero flex’ ou adultos a chucharem na chucha. Brincadeira à parte, é fácil perceber que o ocidente entrou numa deriva completamente parva, decadente e que corre sérios riscos de ir parar ao outro extremo do ‘filme’ – os abusos de qualquer lado costumam acabar com abusos do outro lado.

Vaza Toga: The Witch, the Infiltrator, and the Informant

New leaks suggest that evidence was fabricated after a police raid on pro-Bolsonaro businessmen

David Agape

Our investigation had exclusive access to WhatsApp conversations between Eduardo Tagliaferro — then head of the Special Office for Combating Disinformation (AEED) at Brazil’s Superior Electoral Court (TSE) — and journalist Letícia Sallorenzo, known by insiders as “the Witch.” The messages reveal how, in August 2022, at the height of Brazil’s presidential campaign, private data from businessmen aligned with Jair Bolsonaro was secretly funneled to the court, just days after Justice Alexandre de Moraes ordered raids against them. 

The August 23 operation, justified solely on the basis of a single news article, struck at the core of the business network seen as crucial for financing and digitally amplifying Bolsonaro’s campaign. With bank accounts and social media profiles frozen overnight, the group’s ability to mobilize was abruptly dismantled — silencing influential voices just days before the first presidential debate on August 28. 

Moraes only archived most of the case a year later, once Lula was in office. The minister admitted that, for six businessmen, there was no evidence to justify prosecution. Two remained as targets: real estate mogul Meyer Joseph Nigri and retail tycoon Luciano Hang. Federal Police alleged that Nigri had direct ties to Bolsonaro in spreading anti-electoral system messages, while in Hang’s case Moraes claimed further analysis of his password-locked phone was still pending. Hang’s social media accounts remained suspended for over two years, until Moraes finally lifted the block in September 2024. The case file remains fully sealed. 

The leaked chats obtained by A Investigação show that, faced with flimsy evidence and growing backlash, Moraes pressured his staff to produce backdated documents. To meet the demand, Tagliaferro turned to Sallorenzo, who served as a bridge between the court and an infiltrator inside the WhatsApp group “Entrepreneurs & Politics.” A Investigação identified this informant as journalist Lucas Mesquita, who now works as an aide in Lula’s government. 

In other words, an organized infiltration fed material directly to the TSE, with no formal chain of custody. Screenshots, membership lists, and even full exports of private conversations were handed over on the night of August 27, with the explicit aim of “reassuring the friend” — a reference to Moraes, anxious to quiet criticism.

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Nuno Moreira fala sobre futuro no Vasco e sonha com seleção de Portugal

O atacante Nuno Moreira se diz feliz no Vasco da Gama e não se vê retornando ao futebol europeu em um curto tempo

França Fernandes

Em boa fase e um dos destaques do Vasco, Nuno Moreira não se vê retornando ao futebol europeu em um curto tempo. O atacante foi perguntado, em entrevista ao canal português Sport TV, sobre seu futuro e descartou deixar o Cruzmaltino.

“Não tenho pensado muito no meu futuro, sinceramente. Estou muito feliz de estar aqui, gosto de jogar e de viver aqui. Se calhar, num futuro próximo não pretendo muito sair do Brasil”, disse.

Mesmo assim, o jogador português tem esperança em ser convocado, apesar de atuar no Brasil. E não esconde que é um desejo: “O meu sonho maior é jogar na seleção (de Portugal), claramente”.

Momento certo de deixar Portugal

Nuno Moreira também avaliou o momento da carreira em que aceitou a proposta vascaína. Ex-jogador do Casa Pia, ele vive a primeira experiência fora de Portugal.

Onde é? Qual o nome? 😉

[As danações de Carina] Como pequenas farpas de uma alma em silêncio


Carina Bratt

“De repente, das lágrimas dos meus olhos, meu mundo se fez pequeno dentro do beijo que você me deu”.
Aparecido Raimundo de Souza (de Viagem imersiva)

Quase carnal

Na noite silenciosa a lua, em desespero, fustigou o bambu.

Morte

A chuva no asfalto refletia luzes vermelhas sem ninguém por perto.

Amanhã sem talvez

Meu grito derreteu no vazio da madrugada um porvir obscuro.

Sem eira nem beira

Suas palavras cortantes no silêncio que sangrou me tiraram do sério.

Elevador

A porta se fechou, rostos se prenderam no abismo. Desci sem saber.

Nuvem passageira

Uma sombra ao acaso desliza sobre meu rosto distraído.

🚨Trata-se do grupo Prerrogativas, Folha!


Não é um grupo jurídico, é político e lulista. O grupo já promoveu jantar para Lula e, segundo a imprensa, já emplacou 28 nomes no governo.

Título, Imagem e Texto: André Marsiglia, X, 6-9-2025, 20h45

#AnistiaJá

sábado, 6 de setembro de 2025

[Pernoitar, comer e beber fora] A Casa do Bacalhau: atendimento analfabeto

“Especializada” em bacalhau.

Fomos, o casal HT/LT e eu, ao “A Casa do Bacalhau” num belo entardecer de setembro.
Pelo que vi, julgo que uns 90% dos clientes eram estrangeiros.

Pedimos:

Eu: Bacalhau assado com batatas ao murro; 

LT: Caril de bacalhau

HT: Filetes de bacalhau. 

Para acompanhar: Vallado Douro 2023 

Primeira frente fria de setembro chega ao Rio com chuva e queda de temperatura

Depois do veranico de inverno, frente fria traz rajadas de vento de até 50 km/h, máxima de 26°C neste sábado e 23°C no domingo, segundo Sistema Alerta Rio

Gabriella Lourenço

Depois de uma semana de sol intenso e praias cheias de banhistas aproveitando o calor em pleno inverno, o chamado “veranico” no Rio de Janeiro chega ao fim. Para este sábado (6), a previsão é de mudança no tempo com a aproximação de uma frente fria, e os amantes do friozinho já podem receber a notícia de forma positiva.

O dia terá céu nublado a encoberto, com chuva fraca a partir do final da manhã. A temperatura entra em declínio, e, segundo o Sistema Alerta Rio, a máxima não deve ultrapassar 26°C, com mínima de 18°C. Os ventos estarão moderados, com rajadas de até 50 km/h.

No domingo (7), o transporte de umidade do oceano em direção ao continente manterá o tempo instável. O céu estará nublado a encoberto, com chance de chuva fraca isolada durante todo o dia. A temperatura máxima deve ficar em torno de 23°C, e a mínima em 15°C.

Motociclista é flagrado levando porco pelas ruas de Belford Roxo

Infração é considerada grave, podendo render cinco pontos na CNH, multa e retenção do veículo


O Dia

Dois homens foram flagrados transportando um porco em uma motocicleta pelas ruas de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Não há confirmação sobre a data de gravação do vídeo, mas a cena inusitada começou a viralizar nas redes sociais nesta quinta-feira (4).

Veja o vídeo:

Nas imagens, é possível ver o motociclista parado em um sinal vermelho, enquanto o garupa segura o porco. O animal, aparentemente com as patas traseiras amarradas, ameaça se debater, mas logo é contido pelo homem.

Chamar de "julgamento" é ser muito generoso. O que ocorre no STF é um circo

Rui Pimenta explica na TV 247:

Eu não sei o que significa essa atitude dos advogados de defesa de colocarem a culpa no Bolsonaro. Pode ser uma tática, inclusive, de se eximirem de culpa para que, depois, o Bolsonaro seja anistiado. Como não há muita reação ao bolsonarismo, dá a impressão de que é uma manobra. 

Agora, chamar de 'julgamento' é ser muito generoso. Não é julgamento, é um circo. Todo mundo sabe que o Bolsonaro vai ser condenado. Não é de agora. É de meses que a gente sabe que Bolsonaro vai ser condenado. Ele já está condenado. Sempre vai ter aquele ingênuo que vai dizer que as provas são abundantes. Não, ele vai ser condenado porque o objetivo é condená-lo. 

Ilustração: Schmock/Oeste

Eu acho o circo escandaloso. O advogado de defesa do Bolsonaro foi muito claro ontem ao falar que a defesa não teve acesso ao conjunto das declarações e documentos do processo, o que é uma coisa completamente escandalosa. Segundo ele, quando receberam uma parte do material, era um volume tão grande e o tempo para analisar era tão curto que não foi possível analisar essas questões. 

📣Oeste está no ar!

Imagine alguém ser acusado de um crime praticado a quase 6 mil quilômetros de distância do local onde está. Mais: imagine que esse acusado será julgado por uma pessoa que se apresenta como vítima do delito. Não é tudo: os advogados, impedidos de conhecer os autos do processo, são subitamente informados de que, para preparar a defesa, terão de consultar mais de 10 milhões de páginas de arquivos PDF e 4 mil horas de vídeo. Além disso, a principal testemunha arrolada pela acusação diz que foi forçada a mudar sua versão mais de dez vezes, para que a história se encaixasse no roteiro produzido pelos algozes. Para completar, não há ninguém a quem se possa recorrer do veredito final, evidentemente definido antes do início do julgamento.

Nenhum brasileiro precisa de um Franz Kafka se pode ver em ação — pela televisão e de graça — o Supremo Tribunal Federal. Assinada por Cristyan Costa e Silvio Navarro, a reportagem de capa desta edição mostra que, no teatro das togas em que se transformou o julgamento de Jair Bolsonaro e mais sete acusados de planejar um golpe, quem sai desmoralizado é o Estado Democrático de Direito.


Entre os cinco ministros que decidirão o caso, Cristiano Zanin foi advogado de Lula e Flávio Dino, amigo do presidente, era ministro da Justiça em 8 de janeiro de 2023 e enxerga em Bolsonaro “o próprio demônio”. Cármen Lúcia tornou-se discípula de Gilmar Mendes. E Alexandre de Moraes é Alexandre de Moraes.

5-9-2025: Oeste sem filtro – Declaração de Barroso sobre anistia expõe racha + Alckmin acha que julgamento de Bolsonaro não afeta negociações sobre tarifaço + Moraes pede sessão extra

[Versos de través] A luz passageira do dia

João Franco

Inesperadamente, sentindo o ruído
Ribombante do trovão;
Esvoaçando, como rouxinol em armadilha
Susto e surpresa que fazem emudecer
Perdendo o fio, esquecendo as estrelas,
O ano, o mês e o dia,
Sucumbindo a todos os desejos,
Afastando de mim o Bem e o Mal.
E tu, distante, muda e indiferente,
A passos curtos, mas apressados,
Com os teus olhos castanhos,
Passando por mim num rasto perfumado,
Reduzindo, à luz passageira do dia.


João Franco


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Há formas 
Na partida da senhora Beatriz 
Rosa dos Ventos 
Da saudade que também se acende 
Tríade

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

A flotilha e a ajuda humanitária

Henrique Pereira dos Santos

A flotilha que resolveu ir a Gaza levar ajuda humanitária tem um problema de fundo: nunca dá informação sobre que ajuda humanitária transporta, e como tenciona entregá-la em Gaza e a quem.

Tenho visto comentários de pessoas que consideram indignas as críticas, as observações ou as piadas sobre esta flotilha, porque nem que fosse apenas uma mão cheia de couscous, era ajuda humanitária e é preciso ter um coração de pedra ou estar subordinado a interesses inconfessáveis para pôr em causa ajuda humanitária.

Não sou eu (ou melhor, não sou apenas eu) que digo que a flotilha não tem nenhuma relação com ajuda humanitária, é um ato político (legítimo, reforço eu para que não haja dúvidas), é a organização que é clarinha, clarinha a esse respeito: "The Global Sumud Flotilla is a coordinated, nonviolent fleet of mostly small vessels sailing from ports across the Mediterranean to break the Israeli occupation's illegal siege on Gaza. It brings together a diverse coalition of international participants, including those involved in previous land and sea efforts like the Maghreb Sumud Flotilla, Freedom Flotilla Coalition*, and Global Movement to Gaza. Each boat represents a community and a refusal to stay silent in the face of genocide. ... These boats don't just carry aid; they carry a message: the siege must end."

A ajuda humanitária é aqui apenas um pretexto para tornar moral e midiaticamente aceitável uma ação política hostil a um dos beligerantes em Gaza, o que explica por que razão a organização nunca perde um segundo a explicar que ajuda humanitária transporta e qual é o modelo logístico que garante que essa ajuda chega a quem precisa.

Brunno Sartori condenado + Vídeo do Globo, novembro de 2024, quem se lembra?

Por que essa BOMBA não está na capa de todos os jornais?

É uma acusação gravíssima, embasada por testemunha e documentos

O ex-diretor da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação AFIRMA que preparou, a pedido do gabinete de Moraes, um relatório para embasar operações contra empresários "bolsonaristas", após a operação ter acontecido, modificando a data! 

Por que essa BOMBA não está na capa de todos os jornais?

Título, Imagem e Texto: Leandro Ruschel, X, 4-9-2025, 18h27

4-9-2025: Oeste sem filtro – Discussão sobre anistia avança no Congresso + Trinca de ministros do STF tenta sabotar o perdão aos condenados do 8 de janeiro

[Aparecido rasga o verbo] Ela seria uma espécie desconhecida de sólido geométrico?

Aparecido Raimundo de Souza

HOJE VAMOS FALAR DELA. Dela quem? Da... Bunda. Sim, ela mesma. A bunda.  Obviamente trataremos aqui de uma bunda redonda, empinada, tímida e atrevida, ou seja, a protagonista silenciosa de tantos olhares e julgamentos. A bunda, como um rosto perfeito, numa mulher maravilhosa, bem sabemos, virou vitrine, se fez palco para cena romântica, formou argumento. E, como todo objeto de desejo, se transformou também em alvo de crítica. Nas ruas, nas redes, nas revistas, ela aparece. Às vezes como símbolo de liberdade, outras como produto de mercado. A mulher mostra — porque quer, porque pode, porque aprendeu que mostrar é poder. Mas também porque concluiu que esconder é perder. E nesse jogo de mostrar e esconder, esconder e mostrar, a bunda virou bandeira. Só que nem toda bandeira é respeitada.

Há quem diga que a bunda é vulgar. Que é demais. Que é desnecessária. Mas quem define o “demais”?  Quem mede o limite entre expressão e exposição? A bunda, coitada, não tem culpa. Ela apenas existe. O que fazemos com ela — isso sim — diz muito sobre nós. Berramos, inclusive, até mais do que realmente gostaríamos de deixar realmente caracterizado num simples amontoado de palavras. Contudo, todavia, porém, em vão. A crônica que agora escrevo aos meus ilustres amigos e leitores da “Grande Família Cão que Fuma”, sobre esse desconhecido naco voluptuoso da mulher, a bunda, é também a crônica envolvente do olhar. Porque não é só sobre quem mostra, mas sobre quem vê. E sobre como vê. O olhar que julga, que consome, que reduz. O olhar que transforma o corpo da dona da bunda que ele está olhando em vitrine e mulher em produto. Tudo ao mesmo tempo. E aí, talvez, o vulgar não esteja na bunda — mas no “espiar” intransigente que não sabe ver além dela.

No fim das contas, o cu —, perdão —, a bunda, é só mais uma parte do corpo. Claro está que se fez símbolo, discurso, fomentou estado de guerra. E o pior de tudo, virou e virualizou sacanagem. E como todo símbolo, merece ser pensado. Não para ser escondido, nem exaltado sem reflexão. Mas para ser compreendido. Porque entre o que as pessoas chamam de “empoderamento” e a “objetificação,” há um abismo enorme — maior, diga-se de passagem, que o rabo-traseiro  onde se esconde a bunda da justiça, aquela vagaba sentada com seu fiofó sujo em frente ao STF. (Sentadinha Tentando Fofocar ou Fo...). Como essa bunda da mascarada com a espada no colo, em frente ao STF, muitas outras bundas se sentem fragilizadas, vencidas, cansadas, enfim, mesmo que alguém lhe aplique uma mancha de batom, no final, com o tempo, todas elas caem, despencam, desabam, desmoronam, degringolam, às vezes até sem saber.

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

A droga: alegada; mortos: confirmados!

O leninismo-globalismo em falência técnica

Paulo Hasse Paixão

Os factos são inescapáveis: depois de décadas de governação globalista, o Reino Unido, a França e a Alemanha encontram-se agora a um passo do colapso econômico

Reino Unido e a França estão prestes a entrar em incumprimento da dívida pública e a Alemanha, que na verdade está em recessão desde 2023, apresenta indicadores económicos assustadores, com as falências a aumentarem 20% em Julho e o desemprego a atingir 3 milhões de alemães.

Chegamos ao ponto surrealista em que a dívida pública portuguesa apresenta uma taxa de juro inferior à mesma dívida francesa, ou seja, os investidores acreditam que o Estado português é mais capaz de satisfazer as obrigações financeiras que mantém nos mercados do que o Estado francês, mesmo quando a França tem um PIB dez vezes superior ao do nosso país.

As razões da ruína, que são constantemente escamoteadas pelos políticos, pelos economistas e pela imprensa do estabelecimento, são óbvias e podem ser resumidas em seis segmentos fundamentais. 

O Estado corporativo

O leninismo-globalismo assenta necessariamente numa ideia corporativa do Estado, em que o sector público estende os seus promíscuos tentáculos sobre a esfera privada para centralizar o poder e dirigir inorganicamente a economia. As empresas privadas pactuam, na medida em que, quando as coisas correm mal, como aconteceu por exemplo em 2007, os governos estão lá para as redimir da sua má gestão.

Esta lógica de poder explica por que é que as grandes corporações trabalham muitas vezes contra os seus próprios interesses, como é o caso claríssimo da indústria automóvel alemã, que Berlim e Bruxelas têm obrigado a uma aberrante espécie de suicídio (os automóveis já não são fabricados para serem desejados pelo consumidor, mas para cumprirem os regulamentos da nomenclatura europeia).

As experiências corporativas de inspiração marxista nunca deram bons resultados económicos, como é historicamente demonstrável. E é discutível que o corporativismo fascista da primeira metade do século XX tenha sido bem sucedido, considerando que o crescimento económico da Itália e da Alemanha nos anos 30 se deveu a uma economia de guerra, que o desenvolvimento infraestrutural da Espanha de Franco não se refletiu em índices de competitividade empresarial comparáveis aos seus rivais europeus e que a experiência portuguesa de um corporativismo colonial atávico beneficiou mais as colónias do que a metrópole, que permaneceu subdesenvolvida.

Parece também líquido que nenhuma filosofia de desenvolvimento económico inorgânico, centralizada pelo Estado, tenha alguma vez sido frutífera, desde que o Sapiens decidiu cunhar moeda.