Nome completo: Angela Maria Arend de Melo
Nome de guerra: Angela
Arend
Onde nasceu: Santa Cruz do
Sul – Rio Grande do Sul
Onde estudou:
1. Colégio Mauá – Santa
Cruz do Sul – RS – Curso Técnico em
Contabilidade
2. UNISC – Santa Cruz do
Sul – RS – Administração de Empresas
3. Universidade Santa
Úrsula – Rio – Psicologia
4. Universidade Santa
Úrsula – Rio – Pós-Graduação em Psicanálise
5. Universidade Veiga de
Almeida – Rio – Pós-Graduação em Gestão de Recursos Humanos
6. Universidade Estácio de
Sá – Instituto do Ar – Rio – Pós-Graduação em Gestão de Segurança da Aviação
Civil
Quando começou a trabalhar?
Meu primeiro emprego foi na Metalúrgica Mohr.
Comecei a trabalhar em 1º de agosto de 1973, como Auxiliar de Escritório. Eu tinha
15 anos de idade.
Recebia salário ‘de menor’, equivalente a dois terços do salário mínimo.
E esse salário ‘de menor’
você achava (na época) ruim?
Na época em que recebia o “salário de menor” achava excelente,
considerando que era o meu primeiro emprego e que não tinha experiência de
absolutamente nada.
Ou melhor, minha única prática era em datilografia, pois havia feito o
curso de datilógrafa com um mínimo de 180 toques/minutos (essa era a regra na
época).
O funcionário não recebia “auxílio-alimentação” e nem “auxílio-transporte”,
benefícios estes que foram instituídos posteriormente.
Trabalhou na Mohr até
quando?
Minha vida profissional iniciou em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do
Sul.
Trabalhei na Metalúrgica Mohr por um ano como Auxiliar de Escritório, de
1973 a 1974.
Em meados de 1974 surgiu uma oportunidade de trabalhar na Afubra –
Associação dos Fumicultores do Brasil, como Auxiliar do Departamento de
Mutualidade, ganhando um salário maior, o que me possibilitaria pagar meus
estudos com mais tranquilidade.
Fiquei na Afubra durante dois anos e meio, mais ou menos, de 1974 a 1976.
Depois disso, fiz processo seletivo para trabalhar na Souza Cruz,
primeiramente como Auxiliar de Escritório (com salário maior) e depois fui
promovida para Secretária da Gerência de Contabilidade.
Permaneci na Souza até final de maio de 1979 quando me mudei para o Rio
de Janeiro, pois havia conseguido um contrato com a Siemens S.A. na função de
Secretária Português Alemão.
Como sentiu a mudança de
Santa Cruz para o Rio de Janeiro?
A ideia de morar no Rio de Janeiro era um sonho que eu acalentava. Por
isso, aos 21 anos, fui buscar um trabalho que me sustentasse para que eu
pudesse realizar esse sonho. Respondi anúncios de empregos no Rio de Janeiro e
o meu diferencial era falar alemão, achei que isso poderia me ajudar nessa
transição. E realmente foi o que fez a diferença, foi assim que consegui o
emprego na Siemens, depois de passar por uma bateria de testes e entrevistas
com os diretores em Porto Alegre, fui a escolhida para a vaga de Secretária
Português-Alemão.
Mudar para o Rio de Janeiro foi uma mudança grande, é outra cultura e estilo
de vida.
Saí de uma região muito fria, diretamente para o calor e praia.
Os hábitos no Rio de Janeiro são outros, a comida também. Tudo é muito
informal, as pessoas são mais descontraídas.
Muitas coisas são melhores no Rio, como o clima, a vida cultural, shows,
cinemas, museus e a descontração do carioca, por exemplo.
A alimentação nem tanto, sou mais sulista neste quesito.
Mas o Rio tem também as dificuldades típicas de uma grande cidade como o
trânsito, os engarrafamentos, as distâncias entre o local onde você reside e
onde trabalha. Perde-se muito tempo.
Na época em que mudei para o Rio de Janeiro, 1979, não tínhamos a
violência que temos hoje. Mas, ainda assim, eu faria tudo de novo.
Penso que o “problema”
(enorme) do Rio de Janeiro não são “as dificuldades típicas de uma grande
cidade”, mas os assassinatos: mata-se por um celular, mata-se por uma
nota de 50 reais, mata-se por um par de tênis, esfaqueia-se por uma
bicicleta...
Jim, no caso do Brasil, vivemos dificuldades típicas das grandes cidades
brasileiras.
O alto índice de criminalidade em São Paulo, Fortaleza, Salvador, Belo
Horizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro, é absurdo.
Mata-se por qualquer coisa, não há um mínimo de respeito pelo cidadão,
pela sua propriedade, pelo que conquistou com seu trabalho.
Os bandidos perderam o medo da Polícia. O número elevado de policiais
mortos em serviço também é inadmissível.
A questão da segurança pública é nosso maior problema, mas não é restrito
ao Rio de Janeiro, e sim à maioria das nossas grandes cidades. Infelizmente.
É... não está fácil para os moradores do Rio de Janeiro...
Voltando a 1979 à
Siemens... onde era a filial do Rio naquela época?
A Siemens ficava no Andaraí.