“António José Seguro seguiu a
linha tradicional na história do PS: a de uma renovação federadora, sem
ressentimentos, prudente mas assumida. Mas é hoje de uma evidência cristalina
que ele recebeu uma herança duplamente envenenada: por um lado, pelo
comportamento entrincheirado da "guarda pretoriana" que o anterior
secretário-geral deixou no Parlamento (e não só). E, por outro lado, pela
torrente de casos que continuamente atingem o partido, que está efetivamente
refém de uma herança que não avaliou nem bem nem a tempo, e que cada dia se
revela mais devastadora e lúgubre.”
Parece-me que o actual Partido Socialista fez alguma confusão relativamente ao seu papel de partido de oposição. Esse papel pressupunha oposição ao governo – coisa que o PS tem feito de forma sofrível para satisfação de Passos Coelho – e não oposição sistemática a quem manda no partido.
Só hoje, três notícias que demonstram que o ambiente pelos lados do Largo do Rato não é dos mais respiráveis:
O ex-líder parlamentar do PS Francisco Assis demarcou-se hoje da posição do porta-voz socialista, João Ribeiro, sobre a herança dos governos de Sócrates, dizendo que o ex-primeiro-ministro está a ser alvo de uma “gigantesca” campanha de “demonização”.
Isabel Moreira, deputada independente pelo PS, e Sérgio Sousa Pinto, ex-líder da JS, confirmaram esta manhã que vão “furar” a disciplina de voto definida pela direcção da bancada na votação sobre o código laboral. José Lello disse que só não o fazia por não estar em Lisboa na sexta-feira.
Não é só o código laboral que alimenta a divisão no PS. As propostas de alteração aos estatutos do partido foram esta manhã violentamente criticadas na reunião do grupo parlamentar por Jorge Lacão, que chegou a classificar as mudanças como uma forma de “controlo oligárquico” da direcção do partido sobre os deputados.
Leitura complementar: Da falta de lealdade
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