Alberto de Freitas
Sócrates foi de certeza um bom
camarada. Amigo do seu amigo; amigo do amigo do amigo; amigo do amigo do amigo
do amigo… e por aí fora. A verificação de tal facto, confirma-se na quantidade
de “metástases” que continuam na preocupada saga de defesa do bom nome da
origem da doença.
Deita-se uma olhadela à
primeira página do Expresso e eis que se comprova tal realidade:
“Governo ignorou 600 milhões
pela compra do BPN” – olhando para o título, dó logo vontade de atirar ovos
podres em cima do Passos. Mas lendo a coisa, afinal foi em 2008 e o título
deveria ser “Governo Sócrates…”
“Gaspar corta salários do
banqueiros para metade” – O truque de fulanizar as decisões é coisa vulgar.
Veja-se que as decisões do Governo alemão são consideradas: “Merkel decidiu”.
Enquanto se for a Venezuela - em que realmente Chavez faz o que lhe dá na real
gana – já é o “Governo Venezuelano” e, em extremo, se for Cuba: “Decisão do
Povo cubano”.
A fulanização é a antítese de
democracia e o insinuar da prepotência. É a confirmação que Gaspar é um ditador
sem piedade e a prova que Passos é um “pau-mandado”. Basta recordar como todas as forças que consideram
o Álvaro uma excrescência governamental, foram em seu socorro contra o
diabólico Gaspar, ao estilo: “não se bate no coitadinho”. Nesta semana, a
metástase chamada Nicolau Santos, escreve que Gaspar não é o nosso homem, mas o
homem da Troika. Só não se percebe se o considera um traidor, ou um agente
estrangeiro infiltrado.
E claro que nos deparamos com
a vitimização de Sócrates. Sem que se realce o facto estranhíssimo do homem
estar em “todas”. Dá-se um pontapé numa pedra e lá está… um Sócrates ou uma
metástase é posta ao léu. O Alegre até reafirma a injustiça porque o homem já
foi julgado politicamente. Do mesmo se queixa o Vale e Azevedo, que passou a
perseguido quando levou com os pés do Benfica.
Depreende-se portanto, que
sempre que surja a figura de Sócrates, deve pôr-se a coisa para debaixo do
tapete; que é como quem diz: arquive-se o processo. Perdão, que no caso em
questão, a preferência é: destrua-se o processo. O que seria ótimo, pois
tiraria do Tribunais a maioria dos casos polémicos.
Se a situação for comparada a
um cancro, o seu pior pesadelo será a quimioterapia… principalmente para as
metástases.
Título e Texto: Alberto de
Freitas
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