Alberto de Freitas
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Jorge Sampaio |
Sem interrogações, foi a frase
imagem de marca de um presidente da república, de esquerda. Escrevo de
esquerda, porque não se cansam de o realçar. Também caricato o alguém limitar
as suas análises a uma visão de direita. A resolução de um problema deve ser objetiva…
respeitando a Lei e o senso comum. Refiro-me, claro está, a Leis justas numa
democracia participada.
E a objetividade impõe contas.
É de desconfiar relativamente à frase panfletária: “primeiro as pessoas”. Contas bem-feitas, são sempre o melhor para
as pessoas. A esquerda abomina as contas por limitativa da demagogia e,
mais grave ainda, não exerce vigilância sobre as contas da direita. Porque não
as considera um erro. A despesa desproporcionada das estruturas do Estado
endivida os povos, mas engrandece o Estado. E um Estado “eucalipto” é um meio
para a direita e um fim para a esquerda.
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Gianni Alemanno |
Veio isto a propósito da
cidade de Roma e do seu governo autárquico de extrema-direita. Todas as
críticas ao síndico Alemanno se
limitavam aos comportamentos arrogantes, fascistas e racistas… sobre os custos
da sua administração sempre houve silêncio. Os ambiciosos projetos para Roma
eram do agrado de todos: desde as Olimpíadas à Fórmula Um e a variadíssimos
empreendimentos megalómanos. Para isso, criou uma infinidade de estruturas de
apoio cheias de assessores e mais rapaziada amiga. Nisto e no também apoio aos
movimentos gays, são o que é vulgar considerar: políticas de esquerda.
Mesmo o facto do apoio técnico
(um fartote de gente) haver salários anuais com o mínimo de 295.000 a 917.000
euros. Mordomias não incluídas: como carros de gama alta, motoristas,
seguranças e cartão de crédito a perder de vista, nunca foi razão de escândalo.
O esquema Ponzi (Dona Branca)
explica a coisa: mais obras+capital=buracos tapados. E lá se vai empurrando com
a barriga… onde já vimos isto.
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Mario Monti, foto: John Thys/AFP |
Mas eis que Monti – alguém que
olha para os problemas de “frente” (nestes casos é de evitar olhar à esquerda
ou direita) – decide dizer: Não! Assim… ao estilo Gaspar. Resultado: Roma está
falida. Acabaram-se os hotéis de luxo e os carros acima de 1.600 cc, entre
outros cortes, conforme determinou Alemanno
confrontado com a realidade.
Passando para o nosso quintal:
o que se exige, indiferentemente a serem políticas de esquerda ou direita é a
transparência. Saber quem, quando e como se vai pagar o que o Estado “oferece”,
é a exigência mínima para evitar que se repitam os problemas que atravessamos.
Passos promete. Mas será que
vai conseguir travar o tradicional “pastoreio” partidário?
O futuro dará a resposta.
Título e Texto: Alberto de
Freitas
Edição: JP
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