quinta-feira, 22 de março de 2012

Os grevopatas


Alberto de Freitas
Caso se olhe para o país sindical, como para um filme em 3 dimensões sem pôr os óculos, tudo nos aparece focado. Fazem-se greves nos transportes que afetam a economia a favor da economia. Uma grande parte das empresas está à beira do precipício, pois nada como o pequeno empurrão das ditas greves. Claro que por essa razão irá aumentar o desemprego e, continuando o paradoxo, as greves são contra isso mesmo… o desemprego.
Mas na cabeça do grevopatas existe o mito da “ilha do tesouro”, com a teoria: há dinheiro, basta procurar no sítio certo. E nem interessa dar o exemplo da Grécia, porque o objetivo dos grevopatas é isso mesmo: a Grécia. Utiliza-se mesmo como palavra de ordem: somos todos gregos. E são estes “todos” que me incomoda: Preferia, por exemplo, ser dinamarquês. Ou belga. Isto para não ser considerado ambicioso em querer ser norueguês ou mesmo alemão. Pensando melhor, preferia ser qualquer coisa, menos grego. Até português – de preferência sem os grevopatas. Porque se existe alguém contra as greves; que descredibilizam as greves: são os grevopatas.
Utilizam um direito conseguido pelos trabalhadores a seu belo prazer. Como se num casamento, o sexo de comum acordo e interesse mútuo, fosse interpretado como o direito do marido violar a mulher. Porque de qualquer modo é sexo, tal como todas as greves, são greves, mesmo as que prejudicam uma das partes interessadas. Desconheço se a Lei impede as empresas públicas de transportes de não pagarem a totalidade ou parte do salário? Mas a realidade, por vezes, sobrepõe-se à Lei. E não desejando o mal de ninguém, penso ser urgente um “banho” de realidade.
Vemos as empresas a falir, o comércio a desaparecer, o desespero de muitas famílias e, um grupo de privilegiados pagos pelo erário público – leia-se: pagos pela restante população que não sabe o dia de amanhã – fazem greve… na defesa de quiméricos direitos. Enquanto não sentirem nos “bolsos” as consequências dos seus atos, continuarão na nobre tarefa de esvaziar os bolsos dos outros.
A utilização indevida de um direito é um ataque a esse direito. E a utilização de um direito por uns, implica obrigações de outros… e, esses outros, estão no “limite”.
Título e Texto: Alberto de Freitas
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