Alberto de Freitas
Caso se olhe para o país
sindical, como para um filme em 3 dimensões sem pôr os óculos, tudo nos aparece
focado. Fazem-se greves nos transportes que afetam a economia a favor da
economia. Uma grande parte das empresas está à beira do precipício, pois nada
como o pequeno empurrão das ditas greves. Claro que por essa razão irá aumentar
o desemprego e, continuando o paradoxo, as greves são contra isso mesmo… o
desemprego.
Mas na cabeça do grevopatas
existe o mito da “ilha do tesouro”, com a teoria: há dinheiro, basta procurar
no sítio certo. E nem interessa dar o exemplo da Grécia, porque o objetivo dos
grevopatas é isso mesmo: a Grécia. Utiliza-se mesmo como palavra de ordem:
somos todos gregos. E são estes “todos” que me incomoda: Preferia, por exemplo,
ser dinamarquês. Ou belga. Isto para não ser considerado ambicioso em querer
ser norueguês ou mesmo alemão. Pensando melhor, preferia ser qualquer coisa,
menos grego. Até português – de preferência sem os grevopatas. Porque se existe
alguém contra as greves; que descredibilizam as greves: são os grevopatas.
Utilizam um direito conseguido
pelos trabalhadores a seu belo prazer. Como se num casamento, o sexo de comum
acordo e interesse mútuo, fosse interpretado como o direito do marido violar a
mulher. Porque de qualquer modo é sexo, tal como todas as greves, são greves,
mesmo as que prejudicam uma das partes interessadas. Desconheço se a Lei impede
as empresas públicas de transportes de não pagarem a totalidade ou parte do
salário? Mas a realidade, por vezes, sobrepõe-se à Lei. E não desejando o mal
de ninguém, penso ser urgente um “banho” de realidade.
Vemos as empresas a falir, o
comércio a desaparecer, o desespero de muitas famílias e, um grupo de
privilegiados pagos pelo erário público – leia-se: pagos pela restante
população que não sabe o dia de amanhã – fazem greve… na defesa de quiméricos
direitos. Enquanto não sentirem nos “bolsos” as consequências dos seus atos,
continuarão na nobre tarefa de esvaziar os bolsos dos outros.
A utilização indevida de um
direito é um ataque a esse direito. E a utilização de um direito por uns,
implica obrigações de outros… e, esses outros, estão no “limite”.
Título e Texto: Alberto de
Freitas
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