Guiné-Bissau e a ONU

Cesar Maia     

1. Guiné-Bissau é um narco-Estado. Dirigido e controlado pela máfia narcotraficante com altas autoridades e generais e oficiais do exército. A cocaína que passa pelo Brasil através do Nordeste entra por Guiné-Bissau em direção aos países consumidores, especialmente os da Europa. Há ditadura mais infame que a controlada pelo narcotráfico? Há população mais aviltada que a submetida ao narcotráfico?

       

2. Domingo passado houve "eleições" em Guiné-Bissau e ninguém sabe de nada.

       

3. Então por que o Conselho de Segurança da ONU não decide uma intervenção em Guiné-Bissau, como decidiu na Líbia? Quem sabe... porque Guiné-Bissau não tem petróleo. Esse é um sinal para todos que cocaína tanto faz. Ditaduras petroleiras que se cuidem. Ditaduras cocaineiras fiquem à vontade.

Ainda a Guiné-Bissau   

Os resultados das eleições presidenciais na Guiné-Bissau ainda não foram divulgados, mas o segundo candidato mais votado no primeiro turno, no domingo passado, garantiu hoje que não estará na segunda volta do escrutínio. "Não há segunda volta nem terceira volta, porque não reconhecemos o resultado", disse hoje Kumba Ialá, um dia depois de a Comissão Nacional de Eleições (CNE) ter colocado como vencedor Carlos Gomes Júnior e em segundo lugar Kumba Ialá. Kumba Ialá falava em conferência de imprensa conjunta com os também candidatos Serifo Nhamadjo, Henrique Rosa, Afonso Té e Serifo Balde. Os cinco já tinham dito na terça-feira que as eleições foram fraudulentas e que não iriam reconhecer qualquer resultado. Kumba Ialá disse que "há montanhas de provas" de fraude e os detalhes serão levados a partir de sexta-feira a tribunal.

Título e Texto: Ex-Blog do Cesar Maia, 23-03-2012

Assembleia Nacional da Guiné-Bissau, 26-04-2007, foto: Colleen Taugher