José Carlos Bolognese
Passamos, cada vez menos colegas entre nós, pelos sete anos. No dia 12 deste mês ainda fizemos uma bela manifestação na Cinelândia, no centro do Rio. Eu não pude ir, apesar de ter tentado. Mas enquanto caminhava por 4 quilômetros para tentar pegar uma van que me levasse ao centro da cidade, a frustração foi alimentando o meu raciocínio e fui percebendo como as coisas – no sentido em que as entendemos como normais – estão mostrando a sua face esquizofrênica nesse país. Devido a ter levado minha mulher para sessão de hidroterapia – ela teve ruptura de ligamentos num joelho e, diante da nossa situação de órfãos da Varig, alguns generosos amigos bancaram seu tratamento – só cheguei, depois de enfrentar muito trânsito, quase às 14:00 em casa. A manifestação estava marcada para as 4 da tarde. De ônibus eu não chegaria a tempo e, ir de van “transporte alternativo,” seria a opção mais prática. Acontece que esse transporte é alternativo sim, isto é, para os seus donos porque eles só operam com regularidade nos horários que lhes permitem faturar mais. No meio do dia não contem com eles para percursos longos.
Passamos, cada vez menos colegas entre nós, pelos sete anos. No dia 12 deste mês ainda fizemos uma bela manifestação na Cinelândia, no centro do Rio. Eu não pude ir, apesar de ter tentado. Mas enquanto caminhava por 4 quilômetros para tentar pegar uma van que me levasse ao centro da cidade, a frustração foi alimentando o meu raciocínio e fui percebendo como as coisas – no sentido em que as entendemos como normais – estão mostrando a sua face esquizofrênica nesse país. Devido a ter levado minha mulher para sessão de hidroterapia – ela teve ruptura de ligamentos num joelho e, diante da nossa situação de órfãos da Varig, alguns generosos amigos bancaram seu tratamento – só cheguei, depois de enfrentar muito trânsito, quase às 14:00 em casa. A manifestação estava marcada para as 4 da tarde. De ônibus eu não chegaria a tempo e, ir de van “transporte alternativo,” seria a opção mais prática. Acontece que esse transporte é alternativo sim, isto é, para os seus donos porque eles só operam com regularidade nos horários que lhes permitem faturar mais. No meio do dia não contem com eles para percursos longos.
Estou chateado, pois não
queria faltar mesmo pensando que a gente se esforça tanto para mostrar a quem
não é do nosso grupo, que existe um efeito Orloff solto por aí e eles, os não
variguianos, podem ser nós amanhã. A gente sofre fazendo papel de poste, porém
a natureza humana é assim mesmo e muitos que não reconhecem a nossa luta estão
condenados a passar pelos mesmos problemas até aprender. Felizmente pelo que
soube, a manifestação foi muito boa, com bastante participação. Mas a síndrome
de poste ficou, porque ao mesmo tempo em que parecemos anônimos quixotes
lutando até com a indiferença de gente igual a nós, vemos que somos governados
por postes mesmo. Quando uma pessoa comum é confundida com esse objeto
inanimado da nossa realidade urbana já se nota uma qualificação negativa. Mas
quando é o poste que nos “governa”, fica explicado porque podemos morrer de
fome por causa de um calote em nossa aposentadoria, que rasgar um contrato de
uma instituição de previdência privada é permitido, que desviar os 3% - que era
dinheiro dos trabalhadores da aviação e não das empresas foi autorizado por
quem não podia e...por aí vai... ad
infinitum!, incluindo as “vans”, que são a muleta do transporte urbano
rendendo para quem explora e quem autoriza.
Por um preço cada vez mais
alto infelizmente, já podemos começar a contar os primeiros dias do oitavo ano.
E o oito – 8 – me faz pensar que este 2013 é um ano decisivo. Precisamos
batalhar, manter esse espírito do que se viu na Cinelândia e não permitir que
esse 8 aconteça e saia da posição vertical - como querem os postes e seus
aspones. Porque, meus amigos, o oito na horizontal é o… infinito!
Título, Imagens e Texto: José Carlos Bolognese, 14-04-2013
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