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Filas na ex URSS, semelhantes
às que ocorrem hoje na cubanizada Venezuela.
“O Estado soviético deixou um povo sem nada na alma, nos desejos, nas ambições, na luta pelo próprio destino”. |
Leo Daniele
Para mim, a classe
média enquanto classe representa principalmente dois valores da sociologia
sadia: a propriedade privada e a livre iniciativa.
Como será uma sociedade sem
esses valores? É a sociedade comunista, onde não existe classe média, mas uma
só classe, cinzenta, insípida, inodora, incolor, monótona, cacofônica.
Descreveu-a num artigo o ex-ministro Saulo Ramos, cujos trechos transcrevi tempos
atrás:
“É preciso ir e ver.
Meninos, eu fui e vi. A Rússia não existe mais, isto é, existe, mas não há
possibilidade de se definir o que está existindo naquele doloroso vazio de
vontades e destinos”.
Após registrar, com fino
espírito de observação e meticulosa paciência, inúmeros fatos que ilustram seu
artigo, ele remata:
“O Estado soviético deixou
um povo sem nada na alma, nos desejos, nas ambições, na luta pelo próprio
destino. Segundo os fiéis intérpretes com quem conversei, o assassinato mais
grave deu-se, nos 80 anos de comunismo, na mentalidade e sentimento dos russos.
“O que antes de 1917 era
poesia, música, ballet, vontade e alegria de viver, mesmo diante das
atrocidades do regime czarista, hoje ainda é medo da polícia, desinteresse
pelas coisas da vida, um vago esforço limitado à comida de cada dia ou à
extravagância de um refrigerante estrangeiro. O resto é afogar-se em vodca,
povo e chefões”.
E conclui, melancolicamente:
“Nero, Átila, Hitler
assassinaram pessoas, roubaram a vida de milhões de seres humanos, mas os
sobreviventes reconstruíram os bens e as terras devastadas. O comunismo, por
ter durado muito tempo, além dessas mesmas e macabras proezas, assassinou a
alma dos que sobreviveram, roubando-lhes, depois de várias gerações, a vontade
de reconstruir o que não conheceram”.
O título do artigo é
expressivo: Assassinato da alma russa (“Folha de S.
Paulo”, 3-8-95). Uma sociedade sem classe média! Sem classes. A sociedade tal
como a deseja a professora da USP. Assistiremos agora, com os acordes sem
melodia da Sra. Marilena Chauí, ao assassinato da alma brasileira?
A Sra. Chauí apostrofa
duramente a classe média, chamando-a de “conservadora,
fascista, terrorista, petulante, estúpida, ignorante, de ser um atraso de vida,
e outras coisas mais”. Adjetivação que o Padre David Francisquini
aplica de modo simétrico, enérgico e merecido ao PT, ao afirmar que ele “ensina,
pela palavra e pelo exemplo, o ódio, a desarmonia, a rixa, a falcatrua e a
libertinagem; um partido ateu, materialista, que prega o ódio e a luta de
classes”.
Título, Imagem e Texto: Leo Daniele, colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM), 1-3-2015
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Jim, só espero que a direita saia vitoriosa deste confronto. Senão, eu me mando daqui.
ResponderExcluirCirce