Vitor Cunha
Continua a discussão sobre se
Centeno mentiu, se não mentiu, se o Presidente sabia, se não sabia, se as
provas publicadas são provas, se não são… Uma confusão e desperdício de tempo.
É claro que mentiu: toda a história é mais que óbvia, independentemente das narrativas da
era da pós-verdade que reconfiguram mentiras em inverdades.
A questão não é se mentiu – porque mentiu: a questão é porque é que ninguém se
importa por ter mentido.
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Ilustração: Henrique Monteiro |
A explicação é simples: não
estamos a ser governados, isso é um mero sub-produto de uma necessidade; a
Geringonça não existe para providenciar governo – daí que não se critique o governo,
que não é bem um governo –, existe para nos livrar desse terrível Mal que é ser
governado pelo Passos Coelho. Tudo é permitido a este “governo”. Mentir sistematicamente,
omitir deliberadamente e dizer que “abandono escolar aumentou porque desemprego juvenil diminuiu” sem a demolição do
Carmo e da Trindade é feito em nome de um Bem maior: livrar-nos do Passos
Coelho.
Não era o abracadabrante que
adorava Kant? Imperativo categórico é isto, é o dever do dr. Costa em tudo
fazer para cumprir o desejo universal da humanidade, o de se ver livre do
Passos Coelho. E, como se sabe, pela universalidade, os fins justificam sempre
os meios.
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