sábado, 29 de julho de 2017

O rei sanguinário e o holocausto africano

Alberto José

Em 1835, de uma “ninhada” de dezesseis irmãos, nasceu Leopoldo II [imagem], que recebeu o nome Leopoldo Luis Filipe Maria Nítor, filho de Leopoldo I, Rei da Bélgica. Em 1865, como Rei da Bélgica ele tentou conquistar regiões da África e da Ásia para uso próprio. Também esteve de olho no Brasil, quando mandou o seu sobrinho Luis Augusto casar com a Princesa Isabel herdeira do trono. Para felicidade dos brasileiros, ele não conseguiu realizar o plano do seu tio e acabou casando com a Princesa Leopoldina, filha do Imperador D. Pedro II!

Na Conferência de Berlim (1884/85) que fez a partilha da África entre as potências europeias o Congo se tornou propriedade particular do rei belga que, a partir daí, escravizou o povo para explorar as riquezas do país: pedras preciosas, ouro, café, borracha e o marfim obtido com a eliminação de milhares de elefantes.    Para obrigar o povo a trabalhar, ele criou uma “milícia particular” que implantou o terror ao espancar o povo praticando ainda amputação de membros em larga escala (a casa do comandante da milícia do Leopoldo II era cercada por um muro construído com o crânio dos africanos assassinados)! Quando um escravo fugia, por vingança eles amputavam a mão e o pé da mulher e dos filhos do fugitivo.

Ele nunca pisou no Congo, porém, em vinte anos, ordenou a morte de mais de DEZ MILHÕES de africanos (um gigantesco genocídio comparado com SEIS MILHÕES de judeus do holocausto).

Para felicidade geral, o Rei Leopoldo II foi para o inferno em 17 de dezembro de 1909!

Diante da imensa tragédia causada no Congo, discretamente, as potências da Europa decidiram que o Congo fosse anexado como território da Bélgica, o que fez cessar o genocídio em larga escala, mas não a exploração do país, o qual foi dividido entre duas etnias: os HUTUS e os TUTSIS que, devido características antropológicas mais próximas dos europeus, foi escolhida pelos belgas para o controle político do país, o que, ao longo dos anos, veio causar novos conflitos e novo genocídio da população. 

Em 1994, cerca de 800.000 africanos da etnia TUTSI, que representaram a monarquia até 1959, foram mortos com extrema selvageria a golpes de facão, machado e enxadas pelos HUTUS, que receberam apoio do presidente da França, François Mitterrand. Devido ao ódio racial, represado por muitos anos, os mortos eram decapitados e os feridos tiveram braços e pernas amputados (veja o filme Hotel Ruanda, estrelado por Nick Nolte), sem que as tropas da ONU e da Bélgica tivessem tomado qualquer atitude para proteger a população porque “não receberam autorização” para defender o povo TUTSI. Foi um novo genocídio, com a complacência da França e da Bélgica!

Os africanos continuam a ser explorados e assassinados pelos atravessadores de diamantes e pedras preciosas (veja o filme Diamantes de Sangue, estrelado por Leonardo di Caprio).

A República Democrática do Congo, antes denominada República do Zaire ou Congo-Kinshasa, tem uma área de 2.334.858 km2, uma população de 63.655 milhões e faz fronteira com a Rep. Centro-Africana e o Sudão ao norte; Uganda, Ruanda, Burundi e Tanzânia a leste; Oceano Atlântico a oeste e Angola e Zâmbia ao sul. A língua oficial é o Francês seguido dos dialetos Lingala, Quicongo, Kituba, Suaíli e Tshiluba. 
Título e Texto: Alberto José, 29-7-2017

3 comentários:

  1. O genocídio dos hutus ocorreu em Ruanda.

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  2. QUE CULPA TEMOS NÓS PELA ESCRAVIDÃO AFRICANA DO PASSADO?
    AO MEU VER, NENHUMA.
    O HOLOCAUSTO JUDEU, EU NÃO SOU CULPADO.
    O caso acima, não tenho culpa.
    Quando no tempo das capitanias hereditárias, que apenas resultou em grandes donos de terras. O Brasil não evoluía.
    Tomé de Souza já havia escrito ao Rei que os portugueses e imigrantes eram poucos e os índios brasileiros PREGUIÇOSOS, FATO VERÍDICO ATÉ HOJE.
    Nossos índios ão PREGUIÇOSOS, VAGABUNDOS E VIVEM ÀS CUSTAS DO GOVERNO.
    O REI DOM JOÃO VI autorizou a compra de escravos negros.
    Nem meu parente é.
    Um dos maiores reis africanos OSEI KWAME do império ASHANTI que ia do Gana até Angola foi o maior VENDEDOR DE ESCRAVOS de sua própria gente e de territórios invadidos aos portugueses.
    Dos 10 milhões de negros enviados para as Américas, 4 milhões ficaram no Brasil.
    E tem historiadores que falam de Himmler e Leopoldo.
    Quando a lei Áurea foi assinada menos de 5% de escravos existiam.
    Isso por causa de algumas leis:
    Lei Aberdeen de 1845
    Lei Eusébio de Queiroz de 1850
    Lei do ventre livre de 1871
    lei dos sexagenários de 1885
    Ficaram livre mas indigentes.
    Em 1889 com a nova república e as leis de imigração criaram novos tipos de ESCRAVATURA.
    O TRABALHO ESCRAVO DE IMIGRANTES FOI OFICIALMENTE INSTITUÍDO NO BRASIL.
    Até os dias atuais no Brasil IMIGRANTES DA AMÉRICA LATRINA SÃO ESCRAVIZADOS, e muito pobres do agreste brasileiro.
    Engraçado que nesse país há dois tipos de revoltas.
    As revoltas NATIVISTAS E AS SEPARATISTAS.
    A Revolução Farroupilha foi por causa de impostos, nunca foi separatista.
    O Rio grande do Sul lutou contra a tríplice aliança para ser brasileiro.
    E a história não reconhece.
    Finalizando os EUROPEUS, TODOS, DIVIDIRAM A ÁFRICA ENTRE ELES.
    E TODOS ELES PRATICARAM GENOCÍDIO EM TODA A ÁFRICA.
    Os belgas de hoje não possuem culpa nenhuma pelos atos e Leopoldo.
    VENI, VIDI VICI
    O resto é escravo.
    Cada povo tem que lutar por suas liberdades.
    Nós estamos lutando para continuar escravos.
    fui...

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  3. Coincidentemente (ainda para vencer a insônia!) assisti interessante entrevista sobre o assunto massacre de Ruanda. A entrevistada, importante escritora africana Scholastique Mukasonga, conhecida pela obra que reflete sobre o genocídio de seu país de origem.
    Diz a mesma que ao contrário do que todos publicam, (inclusive no artigo ) acima; " o genocídio foi antes de tudo uma guerra religiosa, patrocinada por cristãos de diferentes matizes. Jamais uma guerra de etnias. Pela simples razão que Tutsu e hutus não são etnias diferentes. São na língua original de meu país classes de trabalhadores."
    Claro que os interesses europeus colonizadores através de religiões estranhas ao continente africano, e as cores "hollywoodianas" mistificaram o real contexto do conflito.
    Paizote

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