segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A direita na Europa

Frederik Reinfeldt, o vencedor: um político assumidamente liberal no país do Estado-providência, foto: Pontus Lundhal/EPA

O resultado das legislativas suecas de ontem, confirmando os conservadores à frente do Governo, acentua uma tendência nas mais recentes eleições europeias, que têm sido ganhas pelos partidos de centro--direita. As diversas famílias conservadoras e liberais dominam actualmente os maiores Estados da Europa - da França de Nicolas Sarkozy ao Reino de David Cameron, da Alemanha de Angela Merkel à Itália de Silvio Berlusconi. Sem esquecer os países da antiga esfera soviética - como a Hungria, a Polónia e a República Checa -, que também têm rejeitado as propostas socialistas. As excepções mais notórias a este quadro político surgem em Portugal, Espanha e Grécia. Mas as sondagens, tanto portugueses como espanholas, mostram vontade de mudança.
Numa altura em que tanto se discute o chamado modelo social europeu, criado e consolidado durante as três prósperas décadas subsequentes à II Guerra Mundial, é um facto digno de realce que o maior sucesso nas urnas esteja a ser alcançado, um pouco por toda a Europa, pelos partidos que mais declaradamente põem em causa a pureza desse modelo, que pretendem adaptar e submeter ao complexo quadro financeiro actual. Inclusivamente nos países escandinavos, onde o Estado-providência já não é o dogma que em tempos foi.
Em época de grave crise no espaço europeu, os eleitores preferem as receitas conservadoras na gestão da economia, onde a direita sempre foi considerada melhor. A prioridade são as contas. Porque não se pode ter tudo ao mesmo tempo.
Diário de Notícias, 20-09-2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-