Paul Boghossian, Editora Senac São Paulo, 2012, 192 páginas.
É possível que o conhecimento
formulado sobre os objetos do mundo, ou a própria concepção do que é o mundo,
esteja condicionado inexoravelmente à construção social? E, tendo em vista que
as construções variam para cada cultura, o conhecimento construído por uma
sociedade é tão igualmente válido quanto todos os outros elaborados
pelas diferentes comunidades humanas?
Por outro lado, haverá uma
verdade indubitável que não esteja submetida aos ditames do relativismo e do
construtivismo? O senso comum, mais intuitivo, da percepção da realidade ocupa
algum lugar na perspectiva filosófica ou científica?
Medo do conhecimento:
contra o relativismo e o construtivismo propõe-se a discutir exatamente
essas teorias que acabam por se transformar em camisas de força na compreensão
da realidade.
Paul Boghossian é
filósofo estadunidense e professor na Universidade de Nova Iorque. Suas áreas
de pesquisa são epistemologia, filosofia da Mente e filosofia da linguagem.
Recentemente, as concepções
relativista e construtivista de verdade e conhecimento tornaram-se parte da
ortodoxia em várias instâncias do mundo acadêmico. Em seu tão esperado primeiro
livro, Paul Boghossian examina criticamente esses pontos de vista e expõe suas
falhas fundamentais.
Boghossian concentra-se em três diferentes maneiras de interpretar a afirmação de que o conhecimento é construído socialmente – uma na forma de tese a respeito da verdade e duas acerca da justificação. E ele rejeita as três.
O ponto de vista intuitivo, do
senso comum, é o de que há um modo de ser do mundo que independe da opinião
humana, e que somos capazes de chegar a crenças ao mesmo tempo objetivamente
razoáveis sobre como ele é e persuasivas para todos aqueles capazes de apreciar
as provas relevantes, a despeito de suas perspectivas sociais ou culturais.
Apesar de essas serem ideias
difíceis, é um erro acreditar que a filosofia tenha descoberto razões
suficientes para rejeitá-las.
Este pequeno livro, lúcido e
perspicaz mostrará que a filosofia provê um alicerce sólido para o senso comum
contra os defensores do relativismo, e será uma leitura provocativa para todas
as áreas da filosofia e para outras disciplinas.
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