Célio Yano
Em uma live realizada na noite deste domingo (28), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus filhos Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carlos Bolsonaro (Republicanos) anunciaram a criação de uma plataforma de treinamento para candidatos, lideranças locais e apoiadores que desejam participar das eleições municipais em outubro deste ano.
Na transmissão, que chegou a
superar os 440 mil espectadores simultâneos em dois diferentes canais do
YouTube, o ex-presidente ressaltou a seu público a importância de se eleger
vereadores alinhados a seus valores. “O vereador é uma pessoa extremamente importante
nos municípios”, disse o ex-mandatário.
Flávio listou dez temas que
disse considerar importantes para que os eleitores escolham seus candidatos:
Respeito
à Constituição;
Defesa
dos valores da família;
Vida
desde a concepção;
Liberdade
de expressão;
Defesa
da propriedade privada;
Legítimo
direito à defesa;
Diminuição
da carga tributária;
Liberdade
econômica;
Defesa
da agroindústria; e
Combate
às drogas.
De acordo com o material de divulgação, o treinamento é destinado a quem deseja “ser eleito em 2024, mesmo sem ter recursos financeiros; atingir sucesso nas redes sociais e impactar pessoas; trabalhar nos bastidores; ser uma liderança local e influenciar pessoas; aprender a desfazer as mentiras da esquerda; e abrir os olhos das pessoas a sua volta”.
“Para quem está pensando em
sair candidato este ano, ou mesmo futuramente, e não tem muitos recursos, vai
ter um módulo específico de todo esse processo eleitoral, porque várias das
vezes é aí que o candidato se enrola”, explicou Eduardo.
Intitulada Ação Conservadora,
a iniciativa inclui ainda acesso a uma “comunidade de conservadores” para troca
de experiência, uma formação em política e uma conversa com Eduardo e Carlos
por meio de videoconferência.
A live foi gravada em Angra
dos Reis (RJ), onde a família participou do lançamento da pré-candidatura de
Renato Araújo (PL) à prefeitura.
Entre outros assuntos, o
ex-chefe do Executivo lembrou de ações realizadas durante seu governo, como a
redução de impostos, a facilitação da posse e do porte de armas e a entrega de
títulos de propriedade para famílias sem-terra.
Ele ainda rebateu acusações
que circulam em redes sociais de que teria relação com o assassinato da
vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco. Outros assuntos abordados de
forma crítica foram os regimes ditatoriais da Venezuela e da Nicarágua, a operação
realizada contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e as suspeitas
sobre a existência de uma “Abin paralela”.
“Para quê interessava a mim
saber se o senhor Gilmar Mendes estava reunido com o Ciro [Nogueira]?”,
questionou, referindo-se a declarações do ex-presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia, de que suspeitava estar sendo espionado.
No início da transmissão, o
ex-presidente citou ainda o sistema de votação da Venezuela, onde a urna
eletrônica imprime um comprovante do voto. “Nesse plebiscito que vimos há
poucas semanas, que teve a iniciativa do presidente [Nicolás] Maduro, teve o voto
impresso ao lado da urna eletrônica. [...] E ele pegava aquele voto, ao se
dirigir à urna, falava ‘olha, aqui o voto é eletrônico, mas tem o papel também,
diferente de outros países’”, disse Bolsonaro.
Título e Texto: Célio Yano, Gazeta do Povo, 28-1-2024, 20h12
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