segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Austeridade em Portugal

Mais sacrifício e menos salários, consequências de um orçamento nacional tributariamente mais pesado e com grandes cortes da despesa pública.
Francisco Vianna

Um editorial do magazine inglês, ‘The Economist’, usa de sarcasmo ao afirmar que a austeridade econômica – que impõe menos ganho e mais sofrimento à população portuguesa – causará o empobrecimento do país e poderá mudar o nome da nação lusa de Portugal para Poortugal, que pode ser traduzido como “Pobretugal”, uma vez que a palavra poor em inglês significa pobre.
Muitos portugueses poderão se sentir um tanto ofendidos com tal sarcasmo britânico, mas já houve época em que a Inglaterra esteve arrasada pelo bombardeio nazista e em situação extremamente pior do que a que Portugal enfrenta hoje. Os lusitanos mais realistas e patriotas não devem considerar o dito como ofensa, e sim como um repto, uma espécie de desafio nacional a ser superado e vencido para mostrar aos ingleses que são tão capazes quanto eles em dar a volta por cima.
Diz a “The Economist” que, antes da crise do euro, o governo ‘socialistóide’ de Lisboa, para atrair os turistas anglófonos, andou a grafar o nome do Algarve como ‘Allgarve’ e que agora alguns críticos lisboetas estariam a sugerir que se passe a grafar o nome do país como ‘Poortugal’.
Na verdade, esse tipo de humor, que obviamente os brasileiros herdaram de seus antigos colonizadores – o de rir da própria desgraça – surge como uma resposta mordaz, em meio a protestos furiosos e editoriais jornalísticos bombásticos que proliferaram na mídia em resposta à proposta de orçamento, para 2013, apresentada pelo Ministro das Finanças, Vítor Gaspar, no dia 15 deste mês. Tal orçamento, para satisfazer as exigências daquilo que o povo está chamando de “troika” – a União Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI (da ONU) – prevê “enorme” aumento da carga tributária, incluindo o aumento das alíquotas do Imposto de Renda em algo em torno de um terço do que pagam as pessoas físicas e jurídicas até hoje no país.
Os que estão a protestar, jornalistas, economistas e políticos, parecem unânimes em chamar tais planos de austeridade como ‘brutal’, ‘um crime contra a classe média’ (que afinal é sempre quem paga a conta dos socialistas de plantão), e até chamam o orçamento de uma ‘bomba atômica fiscal’. O Ministro Vítor Gaspar afirma que “este é o único orçamento possível”, mas poucos concordam com ele e estão a dizer que o país está sendo submetido a uma “ditadura da dívida” e que a maioria dos portugueses condena o fato de Portugal depender desses credores oficiais indefinidamente.
No entanto, a maioria do eleitorado lusitano há de concordar com o Sr. Gaspar de que o calote da dívida nacional, como quer a esquerda radical, seria um evento catastrófico. Mesmo assim, muitos alegam que o desemprego e a redução dos salários são sacrifícios em grande parte desnecessários mesmo que propiciem no país um choque de crescimento econômico.
A oposição socialista ao governo do Primeiro-Ministro de centro-direita, Pedro Passos Coelho, acha que Portugal precisa de mais um ano para “estudar melhor” as novas metas de austeridade econômica, sob a alegação de que é “errado que o país busque seus objetivos de redução da dívida a qualquer custo”. Aliás, os socialistas são sempre contra quando a situação obriga à redução de gastos por parte do estado.
O Partido Popular (CDS/PP), conservador e apoiador do Primeiro-Ministro, quer mais cortes dos gastos públicos (o aumento tributário está concebido para representar cerca de 80% do ajuste fiscal para 2013). A coalizão dos dois partidos deve votar junta para fazer passar o orçamento no Parlamento, embora o Ministro Gaspar já tenha afirmado que “não há espaço para manobras”.
A sorte de Portugal é não estar sob uma administração socialista, como já esteve por muito tempo e, em parte graças a esse tipo de governo, o pequeno país europeu se endividou tanto. Portugal, no entanto e ao que parece, é visto como um país modelo com relação ao fato de ser ensinado a como evoluir dentro da zona do euro, exatamente ao contrário da visão que o bloco tem da Grécia.
Tal fato deve favorecer o diálogo com a UE, mormente quando a Espanha solicitar dinheiro novo como ajuda a começar a se entender com a “troika” sobre até que ponto mais austeridade fiscal poderá ser ou não suportável pelo povo português.
Outra perspectiva promissora para Portugal é uma potencial parceria com o Brasil, para conseguir que capitais brasileiros entrem e sejam aplicados em Portugal por meio de joint ventures privadas, coisa que poucos socialistas consideram como viável, pois só têm olhos para o que o “governo” queira e possa arrecadar para “investir”.
Afinal, uma regra de ouro do capitalismo moderno é a que diz que “o capital pertence ao local onde é aplicado, pois cria trabalho e riqueza entre os habitantes desse local”. 
Título e Texto: Francisco Vianna, (com base na imprensa europeia), 22-10-2012

Como disse o velho HORÁCIO: Est modus in rebus, sunt certi denique fines -"há uma medida em todas as coisas, existem afinal certos limites." 
RESUMINDO: acabou a 'festa' socialista e, como a culpa para esses gêneros da barbárie é sempre dos outros ...- culpa-se o CAPITALISMO, que é o único sistema capaz de gerar e distribuir riqueza, assim como promover a incensada 'inclusão social' ... 
Rivadávia Rosa

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