sexta-feira, 28 de novembro de 2025

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O PL da Anistia e o silêncio da imprensa diante dos desmandos do Judiciário estão entre os destaques desta edição

Branca Nunes

Desde que o Supremo Tribunal Federal passou a legislar e reduziu o Congresso a um Poder sem poderes, a Constituição virou alvo de interpretações, no mínimo, curiosas. Entre elas estão a censura com prazo de validade, o golpe de Estado sem armas nem comando e a devolução do produto do roubo a criminosos confessos. Agora, os ministros da Suprema Corte instituíram a versão brasileira da pena de morte.  

Num país em que a expectativa de vida mal chega a 77 anos, Jair Bolsonaro, hoje com 70, foi condenado a mais de 27 de cadeia em regime fechado — por um crime que não existiu, como demonstrou Luiz Fux no voto cuja leitura consumiu 14 horas. Mesmo que o ato criminoso fosse verdadeiro, a lei determina julgamento na primeira instância. Foi o que ocorreu com Lula depois das descobertas da Operação Lava Jato.  

Essa é uma das numerosas discrepâncias que separam os casos envolvendo o atual presidente e seu antecessor, como mostra a reportagem de capa desta edição, assinada por Augusto Nunes e Cristyan Costa. Lula teve direito a ampla defesa e ao devido processo legal. O outro foi condenado antes mesmo de a sentença ser lida. Em companhia de Bolsonaro, também pegou prisão perpétua o general Augusto Heleno. Hoje com 78 anos, foi condenado a 21. 

Mais uma prova de que o Legislativo respira na UTI foi oferecida por Hugo Motta, presidente da Câmara, que ignorou as regras da Casa para obedecer às ordens vindas do outro lado da Praça dos Três Poderes. Mesmo depois de aprovada a urgência, o parlamentar se recusa a colocar em votação o projeto de Anistia — única forma de libertar os acusados do 8 de janeiro e abrandar o calvário de Bolsonaro, além da multidão de condenados inocentes.

“O que impede Hugo Motta de entrar para a História, decolar na política e resgatar presos políticos?”, pergunta Silvio Navarro. Ele evoca uma frase recente do parlamentar Marcel van Hattem, que expressa o sentimento compartilhado por milhões de brasileiros decentes: “Eu me sinto enrolado, senhor presidente”. 

Previsivelmente, isso tudo acontece sob o silêncio da velha imprensa. Conforme Guilherme Fiuza, “desde a Antiguidade, uma imprensa amiga é o coração de qualquer democracia. Ainda mais se o regime é baseado no amor”. Atenção: é uma ironia.  

É muito mais que ironia ver Sérgio Cabral, condenado a mais de 400 anos de cadeia, livre, leve e solto, brincando de influencer. E, como recorda Rodrigo Constantino, “José Dirceu voltou a dar entrevistas, fazer comentários e análises nas redes sociais e articular sua pré-campanha para deputado federal”.  

Frente a tantos absurdos, o povo — que pode e deve fiscalizar todos os Poderes — parece cada vez mais exausto e, justificadamente, com medo. De qualquer modo, a vontade popular é e sempre será a única força capaz de devolver o país à liberdade e à democracia.

Boa leitura!
Branca Nunes, Diretora de Redação, 28-11-2025

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