Carina Bratt
ENQUANTO Anne Frank* escrevia o seu famoso e fantástico ‘diário secreto’ e antes de morrer de tifo no campo de concentração Bergen Belson, Kin Edwards* dava vida e forma a um romance sombrio, cheio de aventuras e suspenses ao qual intitulou de ‘O Guardião de memórias’. O irlandês John Boyne*, nascido em Dublin, até onde se sabe, bateu o seu próprio recorde. Superou a ele mesmo. Alto lá. Superou como, ou de que maneira? Calma gente. Eu explico. Ele escreveu ‘O menino do pijama listrado’ em dois dias e meio, assim mesmo, de uma vez, sem parar.
Nem
quando ia ao banheiro para as necessidades fisiológicas (notadamente para se
livrar da operação conhecida como a de número dois). Sempre apressado para
concluir seu romance, por vezes esquecia de dar descarga e o computador
portátil que usava, nessas horas, (seu amigo inseparável, segundo ele conta)
prometia solenemente dar pau. Do lado de cá do mesmo mundo conhecido como
Terra, Cresida Cowell* sem barquinhos ou canoas, ensinava ‘Como navegar em uma
tempestade de dragão’.
Dan
Brown*, por seu turno, tentava decifrar o ‘Código Da Vince’ e Markus Suzak*
transformou uma jovem mocinha numa ladra nota mil e ela, em face desses
ensinamentos, ficou conhecida como ‘A menina que roubava livros’. Deu sorte.
Nunca foi presa. Diferentemente dos irmãos gêmeos Zhores A Medvedev e Roy A.
Medvedev* que correram atrás de Stalin por um bom tempo e apesar dos esforços
empregados nessa aventura desenfreada toda ela, até hoje, continua o cidadão
Stalin (pelo menos, para eles), ‘Um desconhecido’.
José Mauro de Vasconcellos* vivia de caso com seu ‘Pé de laranja Lima’. Namorou com ‘Rosinha, minha canoa’, comeu a ‘Banana Braba’ com casca e tudo. Morou ‘Longe da terra’, numa ‘Rua descalça’, num suntuoso ‘Palácio Japonês’ e apesar dessa sorte caída do céu, nunca deixou de cuidar carinhosamente da sua ‘Arara Vermelha’, tampouco da ‘Arraia de fogo’. ‘Doidão?.’ Doidão, talvez! Nunca ninguém falou que sim ou afirmou categoricamente que não. Jorge Amado*, ao contrário, gostava, ou melhor, amava de paixão o ‘Pais do Carnaval’. Contudo, jamais se afastou da sua querida e adorada Salvador.
Preferiu
a calmaria da Rua Alagoinha, nº 33, no Bairro do Rio Vermelho e ali, antes da
Zélia Gattai, teve um caso passageiro com uma jovem conhecida como “Lenita”.
Calma gente. Nada de pensar em traição. Jorge Amado nunca colocou chifres em
Zélia. ‘Lenita’ não foi nenhuma amante do autor de ‘Cacau’, ‘Suor’, ‘Jubiabá’ e
‘Mar morto’. entre outros. ‘Lenita’ a bem da verdade, foi seu primeiro romance.
Um opúsculo que ele considerou pobre e de concepção menor.
Em
outras palavras, nunca o trouxe à berlinda, em face de ter colocado na mente
ser essa preciosidade uma obra menor e, sem valor, e igualmente, por
representar ‘a vergonha (imagine!) de ser o seu primeiro romance’. José Lins do Rego* criou, desde tenra idade,
focando a sua vida inteira como pai do ‘Menino do Engenho’, mas, em decorrência
dos ‘Cangaceiros’, perdeu parte da sua pureza. Por conta, seu ‘Fogo morto’ se
fez apagado, e ele acabou em 1957 enterrado no mausoléu da Academia Brasileira
de Letras no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.
Raquel
de Queirós*, ficou famosa quando gozava o albor dos ‘Quinze’. Apesar de toda a
popularidade alcançada, José Américo de Almeida* achou tudo isso que ela
escreveu, pura ‘Bagaceira’. Teria dito, depois de morto, ‘À grita de suas
primas devotas, em nenhum momento lhe chegou a doer na consciência’. Pois bem:
Tristão de Athayde* não era nenhum bocadinho tristão, tampouco ficou brabo,
furioso ou colérico, quando ao morrer lhe colocaram num ataúde escrito
erradamente como ‘Athaide do Tristão’. Esse erro de redação não lhe tirou de forma nenhuma o sabor do estrelato, apesar
de suas ‘Memórias improvisadas’. Afinal ele e Alceu Amoroso Lima eram a mesma
pessoa. Poderia ter escrito um livro com o nome Dois em Um,
Ellen
G White* se meteu ‘No Grande conflito’ enquanto Gabriela de Souza Santos*
ensinava ‘Madalena’ a seguir os passos do ‘Leão de Sangue’. Em oposto a ela,
detestando leões, o doutor Marco Aurélio Dias da Silva* ensinou a todos nós,
uma grande lição: ‘Quem ama, não adoece’. João Bafo* se tornou um excêntrico
‘Noviço Rebelde’ juntamente com Mark Finley*. Ambos se uniram para ir além da
crise e plantaram a ‘Esperança’. Klaled Houssein* parou de correr no encalço do
‘Caçador de pipas’ e preferiu a calma da ‘Cidade do Sol’.
Nessa
confusão toda, foi a jovem, linda e esfuziante R.J. Palácio*. Através do
(Auggie Pulman, um garoto nascido com uma síndrome genética cuja sequela se
transformou numa severa deformidade facial, o que lhe impôs, vida à fora,
diversas cirurgias e complicações médicas). Seu romance de estreia
meritoriamente alcançou e não poderia deixar de ser diferente. R.J. Palácio*,
galgou os píncaros do ‘Extraordinário’. Raphael Montes*, é um jovem de cara
nova e apesar de bonito e charmoso e usar óculos de formato legal não conseguiu
encontrar seus ‘Dias perfeitos’.
Acabou
de passar um mês numa localidade conhecida como ‘O Vilarejo’. Segundo ele,
valeu a pena. Me contou ontem, em troca
de e-mail, por lá, num saboroso, majestoso e inesquecível ‘Jantar secreto’,
encontrou a sua mina de ouro por pura sorte. Ainda assim, humilde, segue vida
afora, sendo eternamente grato à ‘Uma mulher no escuro.’ Aparecido Raimundo de
Souza*, em confronto com a Lei Maria da Penha, ensinou os homens a ‘Como matar
sua mulher sem deixar vestígios’. Os mais rabugentos sustentam que ele se meteu
numa enorme ‘Boca de encrenca’, em face de orgias espalhafatosas e também de
uma infinidade de saborosos ‘Cinco Contra Um’ a se perderem de vista, trazidos
a efeito e à tona, pelas escolhas das beldades de tirarem o fôlego que caíram
de paraquedas em sua cama.
Com
as ‘Confissões de um pau perfeito’, apanhou feito burro teimoso, quando em
outra cidade interiorana ensinou para umas mocinhas da roça todas ‘As mentiras
que as mulheres gostam de ouvir’. Ao pretender fugir para uma localidade
próxima disfarçado de Salsicha, no caminho que o levaria para ‘Babilônia’, deu
com ‘O Cristo Recrucificado’ e ‘Ele’, o majestoso Homem de Nazaré, perdoou seus
pecados. Aparecido prometeu que ‘talvez volte para casa na primavera’.
Será?! Enquanto não temos resposta,
fixemos em Frank G. Slaughter*, e seu ‘Médico e amante’. Complicado.
Já
Rodolfo Caliggaris* preferiu a vidinha pacata em família, distribuindo entre
seus pares, ‘O Perfume de Jitterbug’, ou melhor, de Tom Robbins*. Charlie
Donlea* foi outro que trocou a família pela ‘Garota do lago’ ao mesmo tempo em
que Herbert Farias* seguia por uma senda estranha tentando achar um novo
‘Itinerário de uma ausência’ nos cafundós do seu ‘eu’ atormentado. Acabou
derreado, como Henry Milher* se fartando entre corridas desenfreadas atrás de
‘Sexus’, ‘Plexus’ e ‘Nexus’, todavia, sem muito nexo. Apregoaram as más
línguas, depois da sua morte, que o infeliz subiu para o andar de cima seco
feito pau de virar tripa. Na verdade, ele veio à óbito por problemas
circulatórios. O povo é desbocado e sem noção. Fala demais.
Explicações
necessárias:
Após
cada nome citado, o (*) asterisco faz menção as obras escritas pelos seguintes
autores:
1)
Anne Frank,
2)
Kin Edwards,
3)
John Boyne,
4)
Cresida Crowell,
5)
Dan Brown,
6)
Markus Suzak,
7)
Zhores A Medvedev e Roy A. Medvedev,
8)
José Mauro de Vasconcellos,
9)
Jorge Amado,
10)
José Lins do Rego,
11)
Raquel de Queirós,
12)
José Américo de Almeida,
13)
Tristão de Athayde (pseudônimo de Alceu Amoroso Lima),
14)
Ellen G White,
15)
Gabriela de Souza Santos,
16)
Marco Aurélio Dias da Silva,
17)
João Bafo,
18)
Mark Finley,
19)
Klaled Houssein,
20)
R.J Palácio,
21)
Raphael Montes,
22)
Aparecido Raimundo de Souza,
23)
Frank G Slaughter,
24)
Rodolfo Caliggares,
25)
Ton Robins,
26)
Charlie Donlea
27)
Herber Farias,
28)
Henry Millher.
Título
e Texto: Carina Bratt, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro,
23-11-2025
Carta de amor ao meu cão
Ventos de outros tempos não sopram mais
Às vezes alguns momentos difíceis resolvem nos tirar do foco. Não permitam
O agora, é só o agora...
[As danações de Carina] Escolhas
Quando o amor é verdadeiro ele late forte até na distância

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