Paulo Hasse Paixão
A Europa poderá em breve
enfrentar uma mudança jurídica histórica, uma vez que o Tribunal Europeu dos
Direitos Humanos (TEDH) se prepara para decidir se as famílias poligâmicas
devem ser reconhecidas pela lei europeia. O caso envolve Khaled Al-Anesi, um requerente de asilo
iemenita que recebeu refúgio na Holanda em 2011. Al-Anesi conseguiu trazer a
sua primeira mulher e os seus oito filhos para o país ao abrigo das regras de
reagrupamento familiar, mas procura agora trazer as suas outras duas mulheres e
cinco filhos adicionais, que permanecem na Turquia.
As autoridades holandesas
rejeitaram o seu pedido, alegando a proibição da poligamia no país e o facto de
as crianças já viverem com as suas mães em condições estáveis. Segundo os
relatos, as autoridades sugeriram-lhe que se divorciasse das suas outras esposas
para facilitar o reagrupamento familiar, mas recusou. Desde então, Al-Anesi
processou o governo holandês, alegando que este violou o seu direito à vida
familiar, de acordo com a Convenção Europeia dos Direitos Humanos (CEDH), que é
aplicada pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, um órgão supranacional
tecnicamente separado da União Europeia (UE), e que tem jurisdição também sobre
o Reino Unido.
Este caso marca a primeira vez
que o Tribunal concordou em examinar a poligamia na Europa, e a sua decisão
pode estabelecer um precedente de grande alcance para todos os Estados-membros.
A ex-ministra do Interior britânica, Suella Braverman, condenou as potenciais
implicações do caso, alertando:
“A
Europa não tem de cometer este suicídio cultural. Está na hora de sair da
CEDH”.
O debate surge no meio da crescente preocupação com a islamização da Europa. Os relatórios indicam que o Reino Unido, por exemplo, alberga atualmente cerca de 85 tribunais da sharia e mais de 100.000 casamentos islâmicos não registados formalmente pelo Estado. Os críticos argumentam que tais desenvolvimentos corroem as normas jurídicas ocidentais e podem abrir caminho a um sistema jurídico paralelo de facto.
Nos últimos anos, tem sido
também notória uma tendência, principalmente manifesta no Reino Unido e na
Alemanha, de normalizar comportamentos que os europeus consideravam
desaconselháveis ou repugnantes como a endogamia e a pedofilia.
O serviço público de saúde
britânico está a ser criticado por destacar os
supostos benefícios do casamento entre primos em primeiro grau – prevalente
entre africanos, paquistaneses e outras minorias étnicas – apesar dos riscos
bem documentados de defeitos congénitos.
O parlamento alemão removeu em
2024 uma seção do Código Penal que tornava a posse de materiais de abuso sexual
infantil um crime grave, reduzindo a circunstância para uma simples
contravenção.
Título, Imagem e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 20-11-2025

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