Aleksandr Soljenítsin, traduzido do russo por António Pescala, Sextante Editora, Porto, janeiro de 2023, 592 páginas.
Escrito clandestinamente de 1958 a
1967, o manuscrito de "O Arquipélago Gulag" foi descoberto pelo KGB
em 1973, na sequência da prisão de Elizabeth Voronskaïa, uma colaboradora de
Soljenítsin que o datilografava.
Na sequência disso, Soljenítsin, que
tinha sido galardoado com o Prémio Nobel em 1970, decide publicar o livro no
exterior.
Uma primeira edição em russo é
publicada em Paris ainda em 1973 e depois finalmente a edição francesa, no
verão de 1974.
Soljenítsin fora, entretanto, preso, acusado de traição, despojado da nacionalidade soviética e enviado para o exílio, onde estará vinte anos, até ao seu regresso à Rússia em 1994.
Para realizar este extraordinário
livro, Soljenítsin foi ajudado pelo testemunho de 227 sobreviventes dos campos
do Gulag.
O livro agora publicado pela Sextante, no âmbito do projeto de edição em língua portuguesa das principais obras do autor, é a versão abreviada, num só volume, preparada por Soljenítsin e por sua mulher, Natália, com o objetivo de tornar mais acessível este livro aos leitores estrangeiros e a novos leitores.
Traduzida diretamente do russo por António Pescada, eis pois uma obra excepcional, um livro de combate contra o totalitarismo de face estalinista, um livro que ainda hoje nos queima as mãos.
Não esqueçamos as palavras de Soljenítsin: «Devemos condenar publicamente a ideia de que homens possam exercer tal violência sobre outros homens. Calando o mal, fechando-o dentro do nosso corpo para que não saia para o exterior, afinal semeamo-lo.»
Relacionados:
Discurso de Alexander Soljenítsin em Harvard em 8 de junho de 1978

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