“Jim”, texto e ilustrações: François Schuiten, Edições ASA, Lisboa, junho de 2024, 125 páginas.
Carta de amor ao meu cão
Uma
pequena crônica desenhada sobre o luto por um grande cão negro
No dia 24 de janeiro de 2023, por volta das 11h, o Jim
partiu serenamente.
Ao ser confrontado com o seu desaparecimento, nas horas que
se seguiram tive apenas um desejo: desenhá-lo… talvez para o manter por perto
durante mais um bocadinho. Só consegui parar a meio da noite. Isto foi bom para
acalmar as lágrimas e poder reencontrar e guardar todas as emoções que ele me
trazia.
Vivemos juntos durante treze anos, dia e noite. Ele estava entranhado em mim, e eu estava ainda mais entranhado nele. Desenhá-lo parecia ser a única terapia válida. Acontecesse o que acontecesse, eu fazia todos os dias um desenho dele.
Assim, esta pequena rotina substituiu os nossos passeios,
aqueles momentos especiais que partilhávamos no dia a dia e que me permitiram
muitas vezes me libertar das tensões da vida.
Queria desenhar o Jim para fazer o luto e aceitar que tinha de o deixar partir. Queria desenhá-lo para compreender tudo o que se passou entre nós. Para compreender esta relação invisível e tão misteriosa, mas que é, ao mesmo tempo, tão compensadora…
O Jim me abriu os olhos, me fez sair de mim mesmo. Ele expandiu o meu mundo.
Queria desenhá-lo para explorar aqueles lugares tão íntimos
que ele ocupou. Para poder ter a esperança de alcançar aquilo que não
conseguimos expressar por palavras.
(…)
Espero que estes desenhos digam algo a todas as pessoas que
já perderam um cão e que conheçam ou temam o fim inevitável a que chega esta
ligação extraordinária.
François Schuiten
*****
Nascido numa família onde a arquitetura desempenha um papel
importante, François Schuiten é argumentista e desenhador.
Produziu Aux medianes de Cymbiola e Le
Rail com Claude Renard e depois com Luc Schuiten, o ciclo Les
Terres Hollows.
Desde 1983, trabalhou com Benoît Peeters nas séries Les
Cités obscures e Revoir Paris, cujo último volume foi
publicado em 2016.
Em 2012, publicou La Douce como autor completo.
Em 2002, recebeu o Grande Prêmio do Festival BD de
Angoulême.
Ele também decorou várias estações de metrô, projetou
pavilhões de exposições universais e projetou o Train World Museum em
Bruxelas.
📖📖📖📖📖
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