Em meio a uma pendenga com o
FMI, que acusa o governo do país, sem meias palavras, de fazer o que todo mundo
sabe que ele efetivamente faz — manipular os índices de inflação —, Cristina
Kirchner, a Louca de Buenos Aires, decidiu congelar os preços. A medida vale
até abril. Lógica elementar: quem toma uma medida como essas por dois meses
está num mato sem cachorro. Dá para ter uma ideia da urgência da questão.
O congelamento de preços é um
clássico de quem já tentou de tudo e não sabe mais o que fazer. Que tristeza!
Lá vai a Argentina morro abaixo, direto para o abismo. Leia trecho da
reportagem de Ariel Palacios, no Estadão:
O secretário de Comércio
Interior da Argentina, Guillermo Moreno, anunciou nesta segunda-feira, 4, o fechamento
de um acordo com a Associação de Supermercados Unidos (ASU), que reúne as
principais redes de supermercados do país, para congelar os preços dos produtos
durante dois meses. As empresas – entre as quais Carrefour, Disco, Jumbo,
Walmart, Coto, La Anônima e Vea – retrocederão os preços àqueles que estavam
vigentes no dia 1º de fevereiro, e os manterão até 1 de abril. O presidente da
ASU, Juan Vasco Martinez, afirmou que o compromisso dos empresários foi o de
manter os preços congelados de “todos os produtos dos supermercados” durante os
dois meses.
Paradoxalmente, o acordo foi
fechado quando o governo da presidente Cristina Kirchner voltou a negar a
existência da escalada inflacionária. Há poucos dias o Instituto Nacional de
Estatísticas e Censos (Indec) anunciou que a inflação de 2012 foi de apenas
10,8%. No entanto, economistas independentes sustentaram que a inflação real
superou amplamente a oficial, já que o ano passado teria sido encerrado com uma
taxa de 25,6%.
“A inflação mínima de 2013
oscilará entre 25% a 30%. Pensar em um porcentual mais baixo é impossível”,
afirmou o economista-chefe da consultoria Management & Fit, Matías
Carugatti.
A Argentina conta com um longo
histórico de congelamento de preços, desde os tempos do primeiro governo do general
e presidente Juan Domingo Perón nos anos 40 e 50 e novamente na década de 70.
Em 1985, a implementação do Plano Austral, da equipe econômica do presidente
Raúl Alfonsín, implicou em um novo congelamento.
Passaram-se duas décadas sem
tentativas de congelamentos até que o presidente Nestor Kirchner tentou em 2005
e 2006 aplicar essa modalidade a supermercados e outros setores da economia. No
entanto, o sistema foi a pique. O resultado desse fracasso foi uma guinada na
política de combate à inflação por parte do governo Kirchner, que optou – na
impossibilidade de conter a alta de preços – por maquiar o índice.
Os analistas destacam que o
acordo de congelamento é um aceno aos líderes sindicais argentinos, que estão
em plena negociação salarial tripartite com empresários e o governo Kirchner.
(…)
(…)
Título e Texto: Reinaldo
Azevedo
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