Fernando Ulrich é do estilo sem papas na língua e sem fru-frus nem gaitinhas,
lixando-se para o politicamente correcto. E é banqueiro. Pecado capital no
Portugal popularucho com complexos de esquerda. Mas em resumo, o que diz o
homem para tantos engulhos causar: "que em vida não existem limites para
os sacrifícios" (uma "lapalissada). "Se não tivermos juízo, ficaremos
muito pior do que estamos. Outra "lapalissada".
E inclui-se naqueles a quem
pode cair o Carmo e a Trindade em cima da cabeça
![]() |
Fernando Ulrich, foto: Ricardo Brito/Público |
Dando como exemplos a Grécia e
os "sem-abrigo". Gente que está viva... e resiste. Ou: "aguenta,
aguenta".
Do "lado" do costume
não faltou indignação. Ao estilo da indignação da IURD, caso o (des)crente
duvide da influência do dízimo na vontade Divina. Pois desse "lado"
existe a fé no Estado mítico, em que basta a boa vontade política (as
apregoadas "políticas"), para que a coisa chegue a bom porto.
Se Ulrich copiasse o estilo
Marinho Pinto, acusando o governo - por maldade e vingança - da destruição do
espírito 25 de Abril, todas as admirações lhe seriam concedidas. Da parte dos
insuspeitos complexados de esquerda que, tal como as beatas, sentem necessidade
de andar sempre com o credo na boca e as benzeduras públicas.
Mas, pelo visto, a coisa tem
gosma... e pega-se. Rui A., colaborador opinativo do "Blasfémias", entra no coro geral da
indignação "taxista". Garantindo que só é permitido dissertar sobre
sacrifícios, quem passe por eles. E - dando razão a Jerónimo de Sousa -
alegando que Ulrich vive à conta do povo. Ou do depositante. "Fala de
barriga cheia", concorda e reafirma Rui A. Depreendendo-se que para pedir
opinião a alguém sobre a fome no mundo, terá que ter, no mínimo, uma semana de
jejum.
Claro que o BPI (e Ulrich)
depende dos depositantes, tal como o PCP depende dos militantes e o Soares dos
Santos do Pingo Doce, dos clientes. Não esquecendo o Estado que depende dos
nossos impostos.
Tenho desistido dos jornais,
evito os telejornais, se até nos blogues – onde se espera liberdade – se
assiste ao assalto de indignados objectores-do-pensamento, a coisa começa a
ficar feia.
E, aí, não sei se
"aguentamos". Não sei não.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 04-02-2013
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