segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Também tu, "Blasfémias"?

Alberto de Freitas
Fernando Ulrich é do estilo sem papas na língua e sem fru-frus nem gaitinhas, lixando-se para o politicamente correcto. E é banqueiro. Pecado capital no Portugal popularucho com complexos de esquerda. Mas em resumo, o que diz o homem para tantos engulhos causar: "que em vida não existem limites para os sacrifícios" (uma "lapalissada). "Se não tivermos juízo, ficaremos muito pior do que estamos. Outra "lapalissada".

Fernando Ulrich, foto: Ricardo Brito/Público
E inclui-se naqueles a quem pode cair o Carmo e a Trindade em cima da cabeça
Dando como exemplos a Grécia e os "sem-abrigo". Gente que está viva... e resiste. Ou: "aguenta, aguenta".
Do "lado" do costume não faltou indignação. Ao estilo da indignação da IURD, caso o (des)crente duvide da influência do dízimo na vontade Divina. Pois desse "lado" existe a fé no Estado mítico, em que basta a boa vontade política (as apregoadas "políticas"), para que a coisa chegue a bom porto.
Se Ulrich copiasse o estilo Marinho Pinto, acusando o governo - por maldade e vingança - da destruição do espírito 25 de Abril, todas as admirações lhe seriam concedidas. Da parte dos insuspeitos complexados de esquerda que, tal como as beatas, sentem necessidade de andar sempre com o credo na boca e as benzeduras públicas.
Mas, pelo visto, a coisa tem gosma... e pega-se. Rui A., colaborador opinativo do "Blasfémias", entra no coro geral da indignação "taxista". Garantindo que só é permitido dissertar sobre sacrifícios, quem passe por eles. E - dando razão a Jerónimo de Sousa - alegando que Ulrich vive à conta do povo. Ou do depositante. "Fala de barriga cheia", concorda e reafirma Rui A. Depreendendo-se que para pedir opinião a alguém sobre a fome no mundo, terá que ter, no mínimo, uma semana de jejum.
Claro que o BPI (e Ulrich) depende dos depositantes, tal como o PCP depende dos militantes e o Soares dos Santos do Pingo Doce, dos clientes. Não esquecendo o Estado que depende dos nossos impostos.
Tenho desistido dos jornais, evito os telejornais, se até nos blogues – onde se espera liberdade – se assiste ao assalto de indignados objectores-do-pensamento, a coisa começa a ficar feia.
E, aí, não sei se "aguentamos". Não sei não.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 04-02-2013

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