terça-feira, 8 de outubro de 2013

Não se consegue despedir o jardineiro

João Miranda
O que aconteceria se o jardim do Joaquim Sá Couto fosse um jardim do Estado? Haveria um jardineiro, cuja função seria cortar a relva. Este jardineiro era em 2008 trabalhador em funções públicas com nomeação definitiva, pelo que tem especial protecção contra despedimentos.
A ideia de eliminar a relva até foi boa, dá para poupar no combustível do cortador de relva. Gastou-se algum dinheiro na reforma do jardim. Uma mesa, umas cadeiras, um grelhador para churrascos, para alem dos custos de remodelação do espaço. Foi necessário pedir mais dinheiro à Troika, que não se sabe quanto se vai pagar. O jardineiro continua a receber salário e a lenha para o grelhador é mais cara que o combustível para o cortador de relva (é certificada por um sistema implementado pelo ministro Moreira da Silva). Há agora um grupo de cidadãos que exige churrascos todos os sábados, mas felizmente não há dinheiro para a carne. Não se consegue vender o cortador de relva (há um comprador colombiano, mas é mal visto pelo Expresso) e foram contratados serviços externos para manter os canteiros e os vasos (o jardineiro diz que não é especialista em canteiros, só em relva, e exige formação).
Resultado da reforma do jardim: mais custos correntes, mais dívida, um cortador de relva parado e um jardineiro desocupado.
Título e Texto: João Miranda, Blasfémias, 08-10-2013

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