Darwin
(Charles Robert Darwin
– 1809-882) nos contemplou com uma teoria que explica por que os seres vivos têm as características
que têm, não apenas as características físicas, mas também as disposições
mentais e os motivos básicos que impelem seu comportamento.
Porém, a ‘lógica’ da violência, quando aplicada a membros de uma
espécie inteligente que se defrontam com outros membros dessa mesma espécie,
leva-nos a Hobbes (Thomas Hobbes –
1588-1679), que em Leviatã
(1651) nos legou uma análise, perfeitamente configurada em nossos gloriosos
tempos no que tange aos ‘incentivos à violência’:
“Encontramos na natureza do homem, portanto, três principais causas de contenda. Primeira, a competição; segunda, a difidência (“medo”); terceira, a glória. A primeira leva o homem a invadir pelo ganho; a segunda, pela segurança; a terceira, pela reputação. Os primeiros usam a violência para assenhorear-se das pessoas de outros homens, de mulheres, filhos e gado; os segundos, para defendê-los; os terceiros, por ninharias, como uma palavra, um sorriso, uma opinião diferente e qualquer outro sinal de desapreço, seja diretamente a suas pessoas, seja por reflexo em seus parentes, seus amigos, sua nação, sua profissão ou seu nome.”
“Encontramos na natureza do homem, portanto, três principais causas de contenda. Primeira, a competição; segunda, a difidência (“medo”); terceira, a glória. A primeira leva o homem a invadir pelo ganho; a segunda, pela segurança; a terceira, pela reputação. Os primeiros usam a violência para assenhorear-se das pessoas de outros homens, de mulheres, filhos e gado; os segundos, para defendê-los; os terceiros, por ninharias, como uma palavra, um sorriso, uma opinião diferente e qualquer outro sinal de desapreço, seja diretamente a suas pessoas, seja por reflexo em seus parentes, seus amigos, sua nação, sua profissão ou seu nome.”
Hobbes, que, obviamente, se contrapõe a Rousseau (Jean-Jacques
Rousseau – 1712-1778) que
identifica um “bom/nobre selvagem”, tem uma visão menos enaltecedera do
homem (‘sórdido, brutal’ – ‘homem lobo do homem’) apontando a competição
como uma consequência inevitável do empenho do agente por seus interesses.
Aí entra a ‘armadilha hobbesiana’ do Leviatã como um modo
de escapar dessa ‘armadilha’ mediante uma monarquia ou outra autoridade
governamental que incorpore a vontade do povo e tenha o monopólio do
uso da força, aplicando as correspectivas penalidades aos agressores,
para eliminar seu incentivo à agressão, o que também elimina as
preocupações gerais sobre ataques preventivos e a necessidade de que cada um se
mantenha sempre pronto para retaliar à menor provocação de modo a provar sua
determinação. E enquanto o Leviatã operar como uma terceira parte
desinteressada pode funcionar..., mas essa é justamente a área em que os novíssimos
Estados faliram, digo, falharam..., sobretudo nos em que os (des) governos são
turbinados/inspirados por certa ideologia sociopolítica criminosa, vulgarmente
conhecida como comunismo.
Mas é o cientista político Thomas Schelling (Thomas Crombie Schelling – 1921) que dá o tiro certeiro via
“armadilha’ mediante a analogia do homem armado que supreeende em sua casa um
ladrão também armado, em que cada um deles é tentado a atirar no outro para não
ser baleado primeiro. Esse paradoxo às vezes é chamado de armadilha
hobbesiana, que na arena das relações internacionais configura o dilema
da segurança, mas isso é coisa, sobretudo para os EUA, com seus ataques
preventivos.
Mas de fato, como as pessoas
inteligentes podem se desvencilhar da armadilha hobbesiana? A fórmula seria através de uma
política de dissuasão: não ataque primeiro; mas seja forte e
preparado o suficiente para sobreviver a um primeiro ataque e retalie no
mesmo grau contra qualquer agressor. Assim uma política de dissuasão
deve ter credibilidade para remover o incentivo do competidor a invadir
pelo benefício/ganho/impunidade, pois o custo imposto pela retaliação anularia
para ele as vantagens previstas. E, também elimina seu incentivo a invadir por
medo, pois você está decidido a não (re) agir primeiro, já que a dissuasão
reduz a necessidade de atacar preventivamente. No entanto, essencial para a
política de dissuasão é a credibilidade da ameaça que você irá
retaliar. Se seu adversário/atacante/criminoso pensa que você é vulnerável
a ser aniquilado em um primeiro ataque, não tem por que temer uma retaliação. E
se ele pensar que, uma vez atacado, você pode racionalmente se abster de
retaliar, pois a essa altura é tarde demais para ter para ter algum efeito, ele
poderá explorar essa vulnerabilidade e atacá-lo impunemente. Só se você
estiver decidido a enfrentar qualquer suspeita de fraqueza, a vingar todas as
invasões e revidar todas as afrontas, sua política de dissuasão
será crível.
Efetivamente, no Brasil (e nos demais
países de viés bolivariano, eufemismo para tendência comunista) não é
por menos que o cidadão eleitor/contribuinte foi adredemente “desarmado”...,
embora a Constituição seja clara como a luz meridiana que a segurança pública é “dever do
Estado, direito e responsabilidade de todos”, mas ao cidadão é vedado o uso de
armas para sua defesa pessoal e eventual defesa de terceiros. [“Art. 144. A segurança pública, dever do Estado,
direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:”
– Constituição da República Federativa do Brasil.]
E como revelam os “defensores” dos
direitos humanos
(dos bandidos), sempre de prontidão para estimular a barbárie - ai de quem
reagir mesmo a própria Polícia que deve fazê-lo por dever legal.
Assim, o custo benefício da ação
criminosa
será sempre favorável aos delinquentes por esse (des) caminho insensato,
sobretudo às facções instrumentalizadas pelo e no poder político.
Por fim, no Estado do crime
brasileiro,
sequestrado com o apoio de suas elites, pelas “zelites esquerdistas” podemos
ainda escapar pela informação que leve a uma reação pelo VOTO para apear
essa quadrilha do poder.
Título e Texto: Rivadávia Rosa, 09-02-2014
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Caro Jim,
ResponderExcluiro Hobbes só não escreveu com todas as letras que é a educação familiar (ou mesmo estatal) que faz com que o indivíduo adquira os meios e valores para controlar o seu lado "animal-fera" e adquirir a capacidade de viver basicamente de modo harmônico com sua sociedade, sem considerar que exceções existem e são muito perigosas, principalmente quando tais indivíduos chegam a uma posição de mando e poder...
Abração,
VIANNA