quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Combate político de D. Januário Torgal Ferreira


John Wolf
Pensava eu que Portugal era um país laico. Que a separação entre o Estado e a Igreja estava constitucionalmente consagradaAcho irónico que o bispo das forças armadas venha a público professar a sua fé na queda do governo. O mesmo bispo deveria servir-se do mesmo confessionário para elencar todos os males da nação e sem excluir nenhuma cor política. Nessa visita crítica ao país deveria recuar aos primórdios das prevaricações e incluir a Inquisição, os governos socialistas e certas presidências da república.

Pelo tom da sua missa, os pecadores que votaram no presente governo não são bem-vindos na sua paróquia. Do alto da sua torre de marfim pode espernear à vontade, mas talvez seja sensato substituir o telhado de vidro do seu estabelecimento por uma outra cobertura. Quando se agita o cocktail de política e a igreja católica os resultados podem ser amargos. Em plena época de escandaleiras e castelos que desmoronam, não me surpreenderia se os dinheiros religiosos começassem a ser escrutinados.

Sabemos todos que o próprio processo revolucionário em curso, que teve a participação de forças mais ou menos ocultas (por exemplo, a mãozinha dos americanos), foi "condicionado" pela canalização de dinheiros de reacção através da porta da capela.

Januário Torgal Ferreira também faz parte do governo. Do governo que opera na sombra de um conceito de impunidade e imunidade. O debate sobre fiscalidade e a Igreja católica deve vir a lume sem demoras, assim como a clarificação de todos os crimes e abusos sexuais cometidos por ministros e padres dessa fé. Apenas um homem de consciência totalmente tranquila pode adiantar-se e postular os caminhos da ressurreição política. Não sei se D. Januário preenche os requisitos.
Título, Imagem e Texto: John Wolf, Estado-Sentido, 06-02-2014

Januário Torgal Ferreira

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