Portugal chamou hoje a atenção
para a "atuação desumana" do Estado Islâmico apelando para que se
atue para erradicar grupo terrorista, durante o discurso no Conselho de
Direitos Humanos em Genebra
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Rui Machete, foto: João Relvas/Lusa |
Agência Lusa
Portugal chamou a atenção para
a “atuação desumana” do autoproclamado Estado Islâmico, apelando à comunidade
internacional que atue para “erradicar este grupo terrorista”, durante o
discurso no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, Suíça.
Na intervenção de hoje perante
o organismo das Nações Unidas responsável por zelar pela proteção e pela
promoção dos direitos humanos no mundo, o ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros português recordou que o Estado Islâmico “ameaça os valores e os
princípios mais elementares” das democracias.
“A barbárie levada a cabo por
grupos terroristas” como o Estado Islâmico “tem de merecer o mais veemente
repúdio” do Conselho de Direitos Humanos (CDH), apelou Rui Machete, no discurso
proferido no âmbito do segmento de alto nível da 28ª sessão do organismo.
“Continuamos a assistir, em
pleno século XXI, a violações em larga escala de direitos humanos”, lamentou
Rui Machete, prometendo a “responsabilização dos autores” de violações e abusos
de direitos humanos em situações de conflito.
O conflito na Síria “é
elucidativo” dessas “violações”, mencionou o ministro. “A comunidade
internacional não pode permanecer indiferente perante a escala das violações e
dos abusos” cometidos no país, frisou.
Rui Machete fez também menção
aos atentados terroristas recentes em Paris como “profundamente perturbadores”,
considerando que impõem “uma atenção redobrada em defesa” das liberdades
fundamentais, “com especial atenção à proteção dos jornalistas, defensores de
direitos humanos e representantes da sociedade civil”.
Ao mesmo tempo, acrescentou,
“é essencial assegurar a liberdade de religião e de crença, e combater todas as
formas de discriminação e intolerância religiosa”.
O ministro garantiu que
Portugal exercerá o mandato no CDH, que iniciou a 1 de janeiro e que se prolongará por três anos,
“privilegiando o diálogo e a cooperação com todos os Estados”.
No primeiro discurso de
Portugal como membro do CDH, Rui Machete falou
em português, destacando que é “a
língua materna de cerca de 250 milhões de pessoas” e esperando que, “no futuro
próximo, venha a ser consagrada língua oficial das Nações Unidas”.
O ministro agradeceu “o voto de confiança” da Assembleia Geral das Nações Unidas, que elegeu
Portugal para aquele “órgão fundamental”, e assegurou que Portugal está
“fortemente empenhado no respeito pelos direitos humanos e liberdades
fundamentais”.
Rui Machete considerou um
sistema de proteção de direitos humanos “forte, independente, imparcial e
exigente para com os Estados” como “essencial”.
Entre as prioridades de
Portugal para o mandato no CDH estão os direitos económicos, sociais e
culturais, nomeadamente o direito à educação; os direitos das mulheres,
incluindo o combate à violência de género; os direitos das crianças e a
eliminação de todas as formas de discriminação.
“Não deixaremos de pugnar pela
abolição da pena de morte, inspirando-nos no papel pioneiro de Portugal na
supressão da pena capital”, assegurou Rui Machete, considerando que o mandato
no CDH é “um estímulo para Portugal continuar a fazer ainda mais e melhor em
defesa dos direitos humanos”.
Título e Texto: Agência Lusa/Observador,
2-3-2015
Grifos: JP
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