Luciano Henrique
Tenho como um de meus
imperativos morais para o debate político visar o diálogo adulto. Como eu não
escrevo para crianças, nem para pessoas que se recusam a crescer, geralmente
abordo alguns temas sem pudores desnecessários. Em suma, eu escrevo, na lata,
para adultos.
Com isto em mente, lembro que
há diversas manifestações de irritação republicana diante de um vídeo de
Gregório Duvivier [foto] para uma emissora de TV de Portugal, o qual veremos ao final
deste post. Ele simplesmente chama os opositores de Dilma de corruptos, se vale
de diversos estratagemas para inocentá-la e, no final, compara seus oponentes à
bosta. Não raro republicanos se irritam, afirmando coisas como “que absurdo” ou
“isto é inaceitável”.
Eu vou na contramão deste
pensamento: devemos nos inconformar com o fato de um formador de opinião da
esquerda ter usado frames políticos tão bons (comparar adversário à bosta é
tacada de mestre) e nós não executarmos tais recursos na mesma intensidade. Decerto
que a tentativa de inocentar Dilma beira o patético, mas a rotulagem de
opositores beirou a perfeição.
Na guerra política, se um
oponente faz 2 gols em um jogo, não devemos nos enfurecer, mas tentar aprender
como fazer gols. É evidente que podemos expor o discurso de Duvivier como forma
de motivação para gerar ainda mais indignação republicana. Ademais, o argumento
dele é um absurdo. Mas politicamente ele foi para a ofensiva na mesma medida em
que deveríamos ter ido.
É este nível de agilidade mental
que defendo que a direita adquira. Agilidade mental neste nível se traduz em
eventos como: ter um formador de opinião que chegue na mídia e compare seu
opositor a bosta em primeiro lugar, chamar o oponente de golpista (e fascista)
em maior quantidade, etc.
Na guerra, você tem duas
opções principais: (a) partir para o desabafo inútil quando seu adversário
atira, (b) atirar no mínimo na mesma medida, e preferencialmente até mais.
Duvivier é mais esperto do que
parece. Politicamente, é muito mais ágil que seus opositores. Como já disse
anteriormente, esta agilidade está disponível em nossos cérebros, pronta para
ser utilizada. Simplesmente, não é possível que não consigamos rotular o
adversário em maior quantidade do que ele faz conosco, mesmo com um currículo
tão podre como o que eles apresentam.
São escolhas como essas que
devemos fazer: o quão fortemente e incisivamente decidiremos rotular nossos
opositores? E qual o nível de contundência utilizaremos ao exigir que nossos
formadores de opinião favoritos façam o mesmo? E qual o nível de motivação para
exigirmos que os políticos que tendam mais para o nosso lado usem o mesmo tipo
de rotulagem? Qual a disposição para transformar em crime moral esta recusa em
jogar o jogo?
Enfim, são escolhas.
Vídeo: Poços10 Brasil29
Título, Imagem e Texto: Luciano Henrique, Ceticismo Político, 12-9-2015
Comparar Aécio Neves com Renan
Calheiros é muita má-fé… e os risos da plateia são auto reveladores da sua
infantilidade…
Mais um brazuca idiota útil que se acha engraçado
ResponderExcluirE mais um, que quanto mais se dá chance, mais incomoda
E assim este Brasil varonil vai afundando na política e no intelecto
José Manuel
Mais 13 posts de quando Gregório Duvivier não era petista. Ou: Duvivier antes de ser humanizado
ResponderExcluirPatéticos os risos da plateia... de hiena mesmo. Sim, fazendo jus ao que se diz desses animais: "A hiena come merda e vive rindo."
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