Os resultados das eleições de
ontem revelam até que ponto o povo português é sábio na hora da verdade. Não,
não é estúpido como a esquerda o insultou na campanha.
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Foto: José Fernandes |
António Ribeiro Ferreira
A coligação PSD/CDS teve ontem
uma vitória extraordinária, clara e inequívoca. Apanhou o país na bancarrota,
lidou três anos com a troika de credores, recuperou a soberania para Portugal e
para isso teve de aplicar uma austeridade severa que atingiu sobretudo a classe
média, que foi esmagada com brutais aumentos de impostos.
A esquerda, a do chamado arco
da governação, como o PS, e a que nunca sonhou ser Poder, como o BE e o PCP,
grande responsável pelas políticas desastrosas que já atiraram o país para a
bancarrota três vezes, passou os anos da crise não a bater no peito e a pedir
desculpa aos portugueses mas a defender o mais do mesmo e a boicotar todas as
medidas, todas as reformas, todas as decisões que permitiram salvar Portugal de
um segundo ou mesmo de um terceiro resgate, como aconteceu na Grécia.
A esquerda, mesmo na hora da
derrota de ontem, ainda teve a pouca vergonha de atirar para cima dos
portugueses com jogos e joguinhos de poder, com atitudes de desespero
perfeitamente em linha com a falta de respeito que sempre tiveram com os
portugueses e com a democracia. Enchem a boca com liberdades e democracia, mas
na hora da derrota tentam, como um náugrafo agarrado a uma bóia, fazer batota
aos olhos de milhões de portugueses. A verdade é só uma. A esquerda, que sonhou
ganhar com passadeira vermelha estas eleições, sofreu uma derrota estrondosa. O
PS bem pode lamber as feridas e começar à procura de um novo líder. A coligação
ganhou, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas ganharam, mas os verdadeiros
vencedores foram os portugueses e Portugal.
E com esta vitória só há um
governo legítimo. O executivo formado pelo PSD e CDS. O resto, os outros
cenários que passaram e talvez ainda passem hoje na cabecinha de muitos
socialistas desesperados, não passam de manobras anti-democráticas, dignas de
regimes totalitários e fascistas. Mas o voto do eleitorado português teve outro
sinal importante. Salvou Portugal de cair na bancarrota daqui a um ou dois
anos. As políticas apresentadas pelo PS apontavam todas para o aumento do
défice, da dívida, do investimento público, logo do desastre absoluto. Ganhas
as eleições, importa desde já dizer que a coligação tem uma dura tarefa pela
frente.
E os próximos dois anos serão
decisivos para o país. Reformas como a do Estado, a sério e sem subterfúgios,
com a redução do seu peso na economia e nos bolsos dos portugueses, com redução
de serviços e funcionários, tem de ser encarada de frente contra a esquerda e
os sindicatos. O défice das contas públicas não pode ser reduzido apenas com
aumentos de impostos e o crescimento do PIB. Não. O défice tem de baixar com a
redução da despesa e a economia só pode subir de forma sustentável com menos
impostos, mais investimento e menos burocracia. Outra reforma decisiva e que
tem de ficar concluída até final de 2017, com ou sem consensos com o PS, é a da
segurança social.
Uma reforma feita com coragem,
com pés e cabeça que vai exigir do novo governo da coligação uma enorme coragem
e capacidade políticas. E embora muito já se tenha feito em matéria de
privatizações, importa continuar no mesmo caminho, a tempo e a horas, atacando
sectores como as estradas de Portugal e a CP. O caderno de encargos da
coligação para os dois próximos anos é pesado e difícil, mas terá de ser
cumprido custe o que custar. Com uma certeza. Cada reforma bem feita pela
direita é uma pesada derrota da esquerda. E Portugal não precisa desta esquerda
retrógrada e troglodita.
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