domingo, 31 de janeiro de 2016

A palavra ‘povo’ na ponta da língua

Luís Naves
Nos jornais, televisões e redes sociais, a fragilidade do governo minoritário e o choque com a Comissão Europeia em torno do orçamento estão a ser desvalorizados por argumentos que tentam iludir o essencial.

É como se nunca tivesse ocorrido a pré-bancarrota de 2011, o resgate financeiro e o período de ajustamento de três anos.

É como se Portugal não fosse um país sobreendividado. A palavra austeridade é usada com extrema demagogia por uma franja minoritária. Ela tornou-se sinónimo de políticas irracionais, que nunca foram necessárias e nunca passaram de capricho ideológico de alguns lunáticos ultra-liberais. Grande parte da comunicação social aderiu a esta ideia fantasiosa de que tudo mudou subitamente para melhor, por um qualquer golpe de magia, só por existir a frente popular que "acabou com a austeridade".

O contexto europeu é subestimado pelo poder frágil de um governo que depende do apoio parlamentar de partidos que insistem na retórica da resistência e numa narrativa neo-realista do bem contra o mal.

O país publicado ignora olimpicamente o voto dos portugueses, embora tenha sempre na ponta da língua a palavra povo. Desta forma, o populismo da esquerda não poderá resolver nenhum problema.
Título e Texto: Luís Naves, Fragmentário,30-1-2016

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