Luciano Henrique
Mais um dos blogs bancados
com verbas estatais se sai com um recurso digno das profundezas mais
fétidas do esgoto: atacar o passado digno do juiz Sérgio Moro. A obra fecal se
encontra no texto “Retrato do juiz Sérgio Moro quando jovem. Por Renan Antunes de Oliveira”, no Diário do Centro do Mundo.
Vejam só um resumo:
Nascido em berço de ouro
Educado dos 6 aos 16 por freiras
carmelitas espanholas
Andou de busão pela primeira
vez aos 18
Até quase 30 não sabia o que
era um pobre
Idolatrava o pai, um professor
apoiador da ditadura e militante do PSDB
Qual dos itens acima configura
um crime igual saquear um estado a partir da corrupção na Petrobrás? Nenhum.
Mas vejamos o que diz o texto:
Para fazer um perfil do juiz
Sérgio Moro destaquei dois repórteres durante 70 dias, entre julho,
agosto e outubro. Nós percorremos Maringá, Ponta Grossa e Curitiba
entrevistando amigos e familiares: tudo olho no olho, nada de email ou papo por
telefone.
E a grana para essa
investigação saiu de onde? Lembre-se que o blog DCM é parte da BLOSTA. Eles não
têm vergonha sequer de comentar algo deste tipo?
Observem a mesquinharia:
A maioria das pessoas próximas
dele estava preparada para manter silêncio até sobre informações banais como o
resultado do teste do pezinho – a mãe não queria comentar nem se ele nasceu de
parto natural ou cesárea.
Quer dizer que foram encher o
saco de familiares e até mãe? Ela devia ter mandado tomar naquele lugar…
Isso é de uma falta de caráter
inacreditável.
Diferentes repórteres falaram
com a mãe, o irmão, um tio, o padrinho de batismo, ex-colegas e ex-professores
das duas primeiras escolas (Santa Cruz e Gastão Vidigal), da turma de 1995 (a
dele) da Faculdade de Direito da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o
único patrão de seu emprego anterior ao concurso para juiz (o advogado Irivaldo
Joaquim de Souza) a turma do Country Club de cidade natal, juízes, advogados, promotores,
assessores de imprensa do Judiciário, seus alunos na Universidade Federal do
Paraná e uma trinca de amigos inseparáveis com quem ele confidencia tudo.
Agora que surgiu o resultado
da invasão de privacidade desse pessoal, deveriam meter um processo no DCM. No
mínimo…
Amigos e familiares admitiram
estar orientados para manter silêncio. Aqueles que falam qualquer coisinha
recebem broncas.
Ah, esse tipo de acusação deve
merecer uma investigação.
A um juiz federal ele pediu
para retirar fotos do Instagram onde aparecia de camiseta vermelha e tomando
cerveja. E conseguiu deletar a maioria das fotos antigas – a que ilustra esta
reportagem é do álbum de uma colega de faculdade não alcançada pela vigilância
dele.
E o que há de constrangedor
nessa foto, monstros?
Sérgio Moro não quis nos dar
entrevista, apesar de insistentes pedidos.
Ei, um detalhe: em uma
sociedade livre, ninguém é obrigado a dar entrevista a sicários do PT.
Seguindo instruções do filho,
Odete fala pouco – a um dos repórteres que a procuraram ela se justifica com o
mesmo argumento do porteiro: “Sérgio corre perigo”.
Depois dessa baixaria
praticada pela BLOSTA, Odete está certa: lida com pessoas perigosíssimas.
Lembremos da história de Celso Daniel…
Moro diz que costuma falar nos
autos, isto é, através das sentenças. Outra razão pela qual ele não fala pode
ser explicada pela mãe. Dona Odete disse que “ele tem uns amigos jornalistas na
Folha, na Veja e no Globo para quem dá entrevistas quando quer” – argumento que
ela usou para desencorajar minha equipe de tentar falar com ele. Tratamento VIP
na Veja, “onde tem amigos”.
Atenção: agora é crime ter
amigos na Veja e escolher não falar com jornalistas sicários do PT. Quer dizer:
eles já vivem com a mente em Cuba, onde as pessoas são obrigadas a passar
reporte de suas vidas para funcionários do governo.
Para dominar a audiência, às
vezes ele erguia a voz – um recurso que aprendeu com seu pai professor – quando
o fez, a voz dele soou mais fina do que o normal, exacerbando o sotaque caipira
com seus RRs puxados. Os gestos dele eram meio teatrais. Postava-se ereto,
apoiando os braços nos quadris para inclinar o corpo para trás e jogar o peito
para a frente, tipo um movimento de pilates. Num momento muito Moro ele
fecha os olhos e cambaleia, simulando esforço para lembrar a data exata da
importação de um modelo inglês de júri. Aí abre os olhos e arrisca: “1831”?
Errado: segundo o site Âmbito Jurídico, o Brasil adotou o sistema em 18 junho
de 1822.
Usar recursos para fazer uma
aula fluir bem agora é um crime? Realmente, esses caras não têm limites para a
perda de dignidade.
Sobre sua admiração pelo pai:
Ele nasceu em 1º de agosto de
1972, durante a ditadura militar (1964-1985). O país vivia o auge do chamado
“milagre econômico”. No período, o pai dele ocupava um cargo público nomeado
por políticos da Arena, partido de apoio ao regime militar. A visão dele
do mundo também foi muito influenciada por viver num ambiente irreal: nasceu em
berço de ouro, passou a adolescência sem contestar a ditadura e cresceu numa
cidade que era uma ilha de excelência se comparada ao resto do Brasil.
Sim, Sérgio Moro tinha um pai
que admirava a ditadura militar, enquanto muitos que hoje estão na BLOSTA
admiravam a ditadura cubana. Dois excrementos em termos de regime político,
embora o regime brasileiro tenha sido menos sanguinário que o cubano.
Talvez Sérgio Moro não tenha
contestado uma ditadura em um período de censura oficial, mas hoje a BLOSTA
apoia a ditadura venezuelana em pleno ambiente que deveria ser democrático. Até
em termos de respeito à democracia, Moro hoje é um ser humano superior em todos
aspectos a qualquer jornalista da BLOSTA.
Sabe-se que ele cresceu sem
nenhum achaque, desenvolvendo o físico invejável que exibe na televisão. No
país do futebol, não era peladeiro: praticou ginástica olímpica e tornou-se um
ciclista de pé cheio.
Sem comentários…
A vida dos Moro era classe A.
Dalton frequentava o exclusivo Country Club, localizado numa área do tamanho de
60 campos de futebol e cujo título hoje custa cerca de R$ 30 mil.
A questão é: como no caso da
Petrolão, isso foi bancado com dinheiro roubado da Petrobrás? Senão, voltem
para seu esgoto…
Mesmo sendo formada em Letras
e lecionando em escola pública, Odete confiou a educação do filho às freiras
carmelitas espanholas da escola particular católica Santa Cruz.
Parece um lugar melhor que as
escolas aparelhadas por doutrinação marxista. A pergunta: a educação dele foi
bancada com dinheiro roubado da Petrobrás ou alguma outra estatal? Eita
escória.
Nos seus 10 anos de educação
católica Sérgio sempre foi CDF. Seu boletim só tem O e B, de ótimo e bom. E
nenhuma mancha. Colegas o descreveram como “inteligente” e “obediente”, sem
notar nada mais expressivo. Apesar de ser uma coisa comum entre crianças e
adolescentes, ele não teve nenhuma traquinagem conhecida.
Ué, isso era para ser ataque?
Ele nem sequer era popular na
turma: “Ele não era namorador”, atesta um colega. Teria tido apenas uma
namorada, uma estudante de arquitetura – os dois romperam quando ele mudou-se
para Curitiba, conheceu e em seguida casou com a advogada Rosângela.
É surreal este tipo de
mesquinharia.
Dos velhos tempos ele lembra
que a turma zoava do jeito certinho de Sérgio Moro: “Quando a gente saia e
tomava uns vinhos contando as histórias dele, ele ria, reagia com bom humor.
Mas era um cara inflexível nos princípios dele”, contou, sem elaborar sobre os
princípios.
Com certeza, não devem ser os
princípios da extrema-esquerda, resumidos a não ter ética alguma no momento de
tratar pessoas consideradas obstáculos em seu caminho.
Papo vai, perguntei se ela não
estaria disposta a falar ao menos dos “segredos” do nascimento dele, que não
contara à repórter que a visitara em agosto. Dona Odete achou engraçada
tanta curiosidade e começou a rir: “Ele nasceu de parto normal,
satisfeito ? ” Pedi mais: “Ele tinha três quilos, foi uma criança
pequena”. Aproveitei a deixa e perguntei pelos números dele nos testes do
pezinho e de apgar: “Naquele tempo não existiam”, disse a senhora. Neste
momento dona Odete já estava às gargalhadas ao telefone. Aí ela se voluntaria:
“O sangue dele é O negativo”. Eu ia aproveitar o momento para
perguntar…mas ela se antecipou, mais ou menos assim: “Ele não quer que eu fale
nada e não vou falar”. Fim do papo. “Tenha um bom dia”, e desligamos.
E pior, para a vergonha: agiam
como se merecessem terem sido mandados para aquele lugar e ainda foram tratados
com educação.
Me parece que neste dossiê
anti-Moro, a escória saiu perdendo, pois em todos os aspectos puderam ser
percebidos como vermes morais diante de uma pessoa superior a eles em qualquer
questão de caráter.
Isto não é uma elegia à Moro.
Na verdade, ser melhor que esses jornalistas da BLOSTA não significa
absolutamente nada. Mas na comparação com Moro, é até covardia…
Título, Imagem e Texto: Luciano Henrique, Ceticismo Político, 17-1-2016
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