Rodrigo Constantino
A coisa mais irritante na extrema-esquerda é seu duplo padrão seletivo, sua cara de pau de atacar nos outros aquilo que é ou faz, de abusar da hipocrisia, de tentar monopolizar as virtudes e, com isso, justificar os meios que condena nos demais. Assim tem sido a história dos comunistas, socialistas e petistas desde sempre. Eles exigem ser cobrados por uma régua e querem usar outra para julgar seus adversários.
Senão, vejamos: quando João
Doria leva ovos em protestos, isso é liberdade de expressão da democracia.
Quando Lula é o alvo, isso é atitude violenta de fascistas que não aceitam a
democracia. O ovo é o mesmo, mas dependendo de quem foi atingido, a análise
muda completamente. Cinismo puro.
Quando o MST, braço armado do
PT, lidera invasões e queima pneus nas ruas, isso é manifestação legítima,
“ocupação”. Mas quando um grupelho associado à direita queima pneus para
protestar contra a caravana do bandido condenado Lula, isso é desrespeito aos
valores democráticos.
Quando a turma liderada por
Pablo Vilaça e José de Abreu (e pode-se imaginar a turma que tem tais líderes!)
resolve fazer um boicote contra a Netflix, por conta de uma nova série de José
Padilha sobre a Lava Jato, isso é uma resposta legítima dos consumidores, mas
quando o povo resolve boicotar uma “mostra de arte” com pedofilia e zoofilia,
ou uma “instalação” com um homem nu sendo tocado por crianças, isso é fascismo
obscurantismo e censura reacionária.
Quando os petistas gritavam
pedindo impeachment de todos os presidentes, isso era uma voz
democrática usando seus direitos constitucionais, mas quando o impeachment de
Dilma é demandado por milhões de brasileiros, isso é “golpe”.
Quando Lula é condenado em
segunda instância após todos os devidos processos legais, com prova abundante,
isso é perseguição política, mas quando Eduardo Cunha é preso, isso é Justiça,
e quando Aécio é mencionado por algum delator, isso já é suficiente para
pedirem sua prisão.
Quando uma vereadora do PSOL é
morta, já sabem o responsável pelo crime também, sem a necessidade de
investigações.
Para “governar” o país
(destruir a economia e roubar bilhões) por mais de 13 anos, ou para disputar
eleições Brasil afora, fechar parceria com o PMDB é “parte do jogo
democrático”. Mas quando o PT não está no poder ou na chapa com o PMDB, então
basta apoiar qualquer coisa de seu governo para ser um bandido.
Se alguém julgar que o
contragolpe militar de 1964 foi necessário para impedir o comunismo cubano no
Brasil, então é prova de se tratar de alguém antidemocrático, mas o PT pode
defender abertamente o regime de Cuba e a ditadura venezuelana que não tem
problema: continua lutando pela democracia.
Os exemplos são infindáveis.
George Orwell definiu em seu clássico 1984 esse processo como
duplipensar, ou seja, defender duas ideias contraditórias como se fossem igualmente
válidas. Guerra é paz, escravidão é liberdade.
O PT pode cair em contradição
a cada minuto, e ainda assim manter seu discurso cínico.
Princípios éticos são coisa de
“pequeno-burguês” para eles. O único “princípio” válido é aquele que ajuda o
“partido” a chegar ao poder. E boa parte da mídia jamais cobrará dos petistas
tais incoerências. São seus cúmplices na arte do duplipensar…
Título, Imagem e Texto: Rodrigo Constantino, Gazeta do Povo, 27-3-2018
Título, Imagem e Texto: Rodrigo Constantino, Gazeta do Povo, 27-3-2018
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